Educação

Adolescente se apresenta, nega participação em planejamento do massacre de escola de Suzano e é liberado

Reprodução: Globo News

O adolescente de 17 anos, suspeito de ter participado do planejamento do massacre da escola de Suzano (SP), chegou ao Fórum da cidade por volta das 10h50 desta sexta-feira (15) acompanhado da mãe e da polícia por medida de segurança. De acordo com a polícia, ele também é ex-aluno da Escola Estadual Raul Brasil e foi colega de classe de um dos assassinos. O adolescente negou participação no crime e foi liberado ao final do depoimento.

No Fórum, o adolescente foi ouvido pelo promotor da Vara da Infância e Juventude.

A polícia fez buscas na casa do adolescente e apreendeu desenhos e jogos de videogame. A perícia fará uma varredura em sites de compras pela internet para verificar se ele adquiriu pela internet algum objeto relacionado ao ataque. A polícia também vai periciar o material e preparar um relatório, que será entregue à Justiça no fim do dia.

É com base nisso e no depoimento do adolescente que o MP vai preparar uma nova manifestação e encaminhar à juíza, para decidir. Ao final do depoimento, ele foi liberado.

Na tarde desta quinta-feira (14), o delegado-geral da Polícia Civil, Ruy Ferraz Fontes, afirmou que tinha pedido à Justiça a apreensão do jovem e aguardava decisão da Vara da Infância e Juventude.

Segundo a polícia, o material relacionado à participação do adolescente já tinha sido recolhido pelos investigadores.

O dono do estacionamento onde os assassinos guardaram o carro alugado para esconder as armas teria informado para a polícia sobre a participação de uma terceira pessoa, segundo o delegado.

“Ainda não confirmamos a informação, estamos submetendo a fotografia do adolescente ao responsável pelo estacionamento para confirmar. Temos outros dados que fazem crer que esse indivíduo participou pelo menos da fase de planejamento.”

Os assassinos Guilherme T. Monteiro, de 17 anos, e Luiz Henrique de Castro, de 25, mataram sete pessoas na Escola Estadual Raul Brasil, na quarta-feira (13). Um deles baleou e matou o próprio tio, em uma loja de automóveis.

A investigação aponta que, depois do ataque na escola, um dos assassinos matou o comparsa e, em seguida, se suicidou. A polícia diz que os dois tinham um “pacto”, segundo o qual cometeriam o crime e depois se suicidariam.

Motivação

De acordo com Fontes, a investigação aponta que os autores do massacre esperavam reconhecimento : “Esse foi o principal objetivo, não tinha outro”, diz delegado Ruy Ferraz Fontes.

“Não se sentiam reconhecidos, queriam demonstrar que podiam agir como [o massacre em] Columbine, nos Estados Unidos, com crueldade e com um caráter trágico, para que fossem mais reconhecidos do que eles eram”, afirmou.

Tal informação foi relatada à polícia por testemunhas próximas de um dos assassinos . “Pessoas que estavam próximas dele e obtiveram essa informação diretamente dele”.

Para o delegado, a questão do bullying é pouco representativa, pois foi citada em apenas uma parte da investigação. A polícia trabalha com a questão do reconhecimento e vingança na motivação da morte do tio.

“Na realidade, ele estava se sentido não reconhecido pelo tio, apesar de o tio ter contratado ele para trabalhar na empresa, mas ter que demitir posteriormente, porque ele estava praticando pequenos furtos”, explicou o delegado Fontes.

Segundo a polícia, a investigação indica que eles não pretendiam fazer ataques em outras escolas. “Todo material colhido não demonstra que eles fariam ou tentariam fazer outros ataques em outras escolas”, afirmou.

Com informações do G1

 

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Educação

Entre mortos e feridos, veja quem são as vítimas do massacre em escola de Suzano

Familiares e amigos em busca de informações na frente da Escola Estadual Raul Brasil — Foto: Maiara Barbosa/ G1

Assassinos encapuzados mataram oito pessoas na Escola Estadual Raul Brasil, em Suzano, nesta quarta-feira (13). Os dois, que eram ex-alunos do colégio, se mataram. Os cinco estudantes assassinados tinham entre 15 e 17 anos de idade, de acordo com o secretário de Segurança Pública de São Paulo. Também foram mortos duas funcionárias do colégio e o proprietário de uma loja próximo ao local.

Veja, abaixo, a lista das vítimas:

Alunos

Pablo Henrique Rodrigues

Clayton Antônio Ribeiro

Samuel Melquíades Silva de Oliveira

Douglas Murilo Celestino

Caio Oliveira

Funcionárias:

Marilena Ferreira Vieira Umezo

Eliana Regina de Oliveira Xavier

Dono da loja de carros:

Jorge Antônio Moraes: comerciante, morto antes da entrada dos assassinos na escola; ele é tio de Guilherme, um dos assassinos

Feridos:

Adna Bezerra

Anderson Carrilho de Brito

Beatriz Gonçalves

Guilherme Ramos

Jennifer Silva Cavalcanti

Leonardo Vinicius Santana

Leticia Melo Nunes

Murilo Gomes Louro Benite

Samuel Silva Felix

Assassinos:

Guilherme Tauci Monteiro (17 anos)

Luiz Henrique de Castro (25 anos)

Resumo

Ataque a escola em Suzano, na Região Metropolitana de São Paulo, deixou cinco alunos e duas funcionárias mortas; os dois assassinos se mataram.

Os autores do crime são Guilherme Taucci Monteiro, de 17 anos, e Henrique de Castro, de 25 anos, ex-alunos do colégio.

Antes de entrar na escola, os assassinos estiveram em uma loja de automóveis próximo ao colégio. O proprietário do estabelecimento, Jorge Antonio de Moraes, tio de
Guilherme Taucci Monteiro, levou três tiros e morreu.

Há nove feridos, mas o estado de saúde não foi informado.

Ainda não se sabe o motivo do ataque e o vínculo dos autores com a escola.

Uma testemunha disse que viu um deles com arma de fogo e outro, com uma faca.

A PM encontrou no local um revólver 38, uma besta (um artefato com arco e flecha), objetos que parecem ser coquetéis molotov e uma mala com fios.

Os assassinos chegaram ao colégio alvo do ataque em um carro alugado.

Segundo o Censo Escolar de 2017, a instituição tem 358 alunos da segunda etapa do fundamental (6º ao 9º ano) e 693 estudantes do ensino médio. No local, também funciona um centro de idiomas.

Foto: Juliane Monteiro e Rodrigo Cunha/G1

G1

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Educação

Aluna se finge de morta para não ser atingida durante tiroteio em escola de Suzano, em SP

Policiais na escola Raul Brasil, em Suzano, após um ataque a tiros Foto: AMANDA PEROBELLI / REUTERS

Uma adolescente se fingiu de morta para evitar que fosse baleada durante a ação de dois atiradores na Escola Estadual Raul Brasil, no Jardim Imperador, em Suzano, nesta quarta-feira, contou uma auxiliar administrativa de 30 anos, que acolheu um grupo de estudantes no escritório onde trabalha. Segundo ela, os adolescentes estavam muito assustados, principalmente essa menina, que estava com o uniforme sujo de sangue.

— Ela disse que se fingiu de morta para não ser atingida também. Dois colegas dela foram feridos. Ela não conseguiu falar direito o que aconteceu, estava em estado de choque. Depois o pai dela veio buscá-la e a levou para o hospital — afirmou.

De acordo com a moradora de Suzano, que preferiu não se identificar, vários estabelecimentos nas proximidades da escola estão oferecendo assistência aos alunos e avisando os pais deles.

Os dois atiradores, que estavam encapuzados, atiraram a esmo várias vezes e se suicidaram. O ataque deixou ao menos dez mortos e 16 feridos. A PM foi chamada por volta das 9h30 para atender a ocorrência. Ainda não se sabe a motivação do crime.

A escola tem cerca de 1 mil alunos matriculados e 105 funcionários, segundo dados do Censo Escolar de 2017. A escola oferece turmas do 6º ano do ensino fundamental à 3ª série do Ensino Médio.

Testemunhas relatam pânico

A comerciante Jozielma Soares dos Santos, de 48 anos, que trabalha numa oficina a cerca de 200 metros da Escola Estadual Professor Raul Brasil, relatou o pânico vivido por alunos.

Jozielma contou que abrigou uma aluna que estava na escola na hora do massacre.

— Daqui da oficina deu para ouvir muitos tiros. De repente, começou a sair muita gente correndo da escola. As crianças saíam correndo, chorando muito, gritando. Uma menina entrou aqui na oficina desesperada, pediu meu celular emprestado para ligar para a mãe, mas a ligação não completava. Foi uma cena horrível — contou.

Segundo o relato da aluna abrigada por Jozielma, os atiradores começaram o massacre logo após o sinal tocar, anunciando o início das aulas.

— Ela disse que eles diziam que iam matar todo o mundo, que iam jogar uma bomba. Alguns alunos se trancaram no refeitório, e outros fugiram pelo portão. O clima aqui está muito tenso, tem muitos pais chegando à escola par aprocurar os filhos — contou a comerciante.

Extra – O Globo

 

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