Pesquisador é orientado pelo professor Marcelo Rique e por Patrícia Borba, coordenadora do MPGPI – Foto: Wallacy Medeiros
Como uma pesquisa científica realizada em uma universidade pode afetar a vida e o cotidiano das pessoas? No contexto atual, no qual se escutam tantos comentários críticos – por vezes até agressivos – que desvalorizam o ambiente acadêmico e a defesa de ideias preconceituosas, como a de que a universidade não é produtiva e não tem utilidade real para a sociedade, é importante tomar conhecimento sobre o desenvolvimento e o impacto das pesquisas realizadas na academia para não correr o risco de reproduzir opiniões de senso comum que podem não condizer com a realidade.
O servidor e mestrando Marcelo Cavalcanti é um dos muitos pesquisadores atuantes na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Ele trabalha na Pró-Reitoria de Graduação (Prograd) da UFRN e está concluindo o Mestrado Profissional em Gestão de Processos Institucionais (MPGPI), um programa de pós-graduação da UFRN que tem como objetivo melhorar a qualificação e a capacitação dos servidores. Sobre o programa, a pró-reitora de Graduação, professora Maria das Vitórias Almeida, afirma que “os servidores que fazem o MPGPI voltam com melhor autoestima e motivação e uma percepção muito maior de como eles podem contribuir, pois, sendo um mestrado profissional, é aplicável.”
A partir de sua experiência na Prograd, Marcelo percebeu que poderia trabalhar em um projeto que melhorasse e ampliasse os serviços informacionais da universidade. “Estou aqui desde 2004, passei por várias áreas, e desde quando era aluno identificava a universidade como um ambiente extremamente complexo, cheio de oportunidades. A parte territorial também é grande e muitas vezes encontrar um setor é algo desafiador para o aluno. Como servidor, atendendo ao público todos os dias, identifiquei essa necessidade de uma maneira mais clara ainda”, explica Marcelo sobre como começou a pensar no seu projeto no MPGPI: o aplicativo Cognos.
O Cognos, nome escolhido por fazer referência à palavra do latim cognitionis, que significa conhecimento, é atualmente o protótipo de um aplicativo que tem o objetivo de facilitar a vida do aluno da UFRN. Segundo Marcelo, estão entre as principais funções ajudar a se localizar geograficamente no campus; apresentar os serviços existentes, como Restaurante Universitário, bibliotecas, auxílios e cursos de língua estrangeira; mostrar documentos importantes para o estudante, como regulamento, calendário, direitos e deveres do aluno; e facilitar o contato com os setores da instituição.
A pesquisa está na fase final, o que não significa que o aplicativo está finalizado, pois uma característica deste projeto é a integração de diferentes pesquisas para que o produto final seja de qualidade, como explica a professora Patrícia Borba, coordenadora do MPGPI e co-orientadora de Marcelo. “O Cognos começou com o Marcelo e hoje agrega outros alunos do mestrado com projetos correlatos. Tem o Felipe Rodrigues, que atua na Superintendência de Informática (Sinfo) e colabora na área da Tecnologia da Informação e no mapeamento dos serviços, e o Rafael Souza, que é secretário de coordenação e traz essa contribuição da ótica da secretaria de curso”.
Orientado pelo professor Marcelo Rique e também com a ajuda do professor João Guilherme Santa Rosa, Marcelo adotou uma perspectiva integradora e de um desenvolvimento colaborativo do seu projeto. Na etapa final, estava em andamento a escuta dos estudantes de graduação, cujas opiniões e feedbacks se tornam essenciais num processo como este de co-criação. Os perfis dos alunos ouvidos neste processo são estratégicos. “Se baseiam em dois critérios. Um é o temporal; o estudante que ingressa na universidade e o que está concluindo o curso têm diferentes necessidades informacionais. Há também os que são voltados para pesquisa ou para o empreendedorismo”, explica Marcelo.
De acordo com Marcelo, estudantes vão poder contribuir com atualização das informações do aplicativo – Foto: Wallacy Medeiros
Atualmente são distribuídas cartilhas e manuais do calouro no campus, que reúnem informações importantes e ajudam os alunos a se localizarem no campus, no entanto a vantagem de um aplicativo em relação ao papel é que as informações podem sempre ser atualizadas quando necessário sem que haja perda do material já produzido. Além disso, os próprios estudantes sempre vão poder contribuir com a atualização das informações disponíveis no aplicativo.
Para a professora Maria das Vitórias, o projeto de Marcelo é de extrema importância para a Prograd. “Vai disponibilizar um produto que facilita a vida do aluno dentro da UFRN, desde localizar uma sala de aula, entender um horário, a utilização do Sigaa, como saber de que maneira funciona um auxílio e quais são os serviços oferecidos pela universidade. Queremos também conectar com outras pesquisas de mestrados para alimentar essa plataforma; nós vemos um potencial muito grande nesse projeto. Essa pesquisa traz uma oportunidade de vivenciar a universidade, principalmente nos primeiros semestres, de uma forma mais rápida e em uma linguagem mais acessível”, afirma.
Com informações da UFRN
E o desgoverno querendo cortas a verba das universidades.
Só tem alguma serventia para o público da UFRN. É isso mesmo produção?
Sao os tais fins sociais da aplicacao de recurso publico.. mestrado deve ter custo justificavel. Entao se aplica apenas pra uso deles proprios.