O ex-governador de Mato Grosso Silval Barbosa (PMDB) recebeu no último mês de sua gestão R$ 152 mil em salários e gratificações. O valor, pago dois dias antes do fim do mandato, é 417% maior que o teto do serviço público no mês de dezembro, que era R$ 29,4 mil, e 800% maior que o vencimento do governador – R$ 16,9 mil.
O pagamento a mais causou polêmica no estado, já que ao encerrar o mandato o peemedebista deixou apenas R$ 84 mil em caixa, além de um déficit de R$ 1,7 bilhão, conforme levantamento feito pela equipe de transição do atual governador Pedro Taques (PDT).
De acordo com o governo estadual, Barbosa recebeu em dezembro, além do salário e do décimo terceiro, cerca de R$ 135 mil referentes a seis férias acumuladas desde 2008, quando ele ainda era vice-governador.
Barbosa foi beneficiado por um decreto publicado em março do ano passado que abria exceção a uma norma proibindo o pagamento de indenização de férias, de licença-prêmio e cartas de crédito a servidores. Este decreto autorizava o pagamento desde que por ordem expressa da Secretaria de Governo, na época ocupada por Silvio Cezar Correa, amigo de Silval há mais de duas décadas.
No Portal Transparência do governo, consta que Barbosa recebeu R$ 152.259,93. Com os descontos de Imposto de Renda e a contribuição previdenciária, ele embolsou exatos R$ 148.083,58.
Além de Barbosa, o ex-secretário da Casa Civil Pedro Nadaf também recebeu um salário acima do teto em dezembro. Ao todo ele embolsou R$ 62 mil. Nadaf também justificou que o pagamento inclui duas férias não recebidas.
A reportagem tentou contato com o ex-governador, mas não conseguiu.
O Globo
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