Trânsito

Ex-presidente da CBF José Maria Marin banido do futebol – para sempre

FOTO:  STEPHEN YANG REUTERS

A Fifa considerou o ex-presidente da CBF José Maria Marin culpado por corrupção e baniu o brasileiro de todas as atividades relacionadas ao futebol.

Para sempre.

Ele ainda terá de pagar uma multa no valor correspondente a 3,8 milhões de reais.

O Antagonista

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Diversos

VAI AGUARDAR SENTENÇA EM PRESÍDIO: Ex-presidente da CBF, Marin é condenado pela Justiça dos EUA

Os jurados do caso Fifa condenaram José Maria Marin, ex-presidente da CBF acusado de participação no maior escândalo de corrupção na história do futebol, por seis dos sete crimes de que era acusado em Nova York.

O tamanho da punição ainda será anunciado pela Justiça americana –não há data-limite para a divulgação. A juíza, Pamela Chen, determinou, no entanto, a prisão imediata do cartola, que aguardará a sentença no presídio.

Depois de seis dias de deliberações e mais de um mês de julgamento num tribunal do Brooklyn, Marin foi condenado pelo júri popular por organização criminosa, fraude financeira e lavagem de dinheiro envolvendo a negociação de direitos da Copa Libertadores e da Copa América.

No caso da Copa do Brasil, em que o cartola também era acusado de receber propina, Marin só foi condenado por fraude financeira, mas acabou sendo inocentado do crime de lavagem de dinheiro.

Esse não é o ponto final do caso. Marin e os demais réus ainda aguardam suas sentenças, sendo bem mais grave a situação do cartola brasileiro, que pode ter uma pena de até 120 anos de prisão caso receba a punição máxima por cada um de seus seis crimes.

Os meses que ele passou detido na Suíça, de maio a novembro de 2015, mesmo ínfimos diante do tempo de cadeia que ele pode pegar nos Estados Unidos, seriam descontados desse total -os dois anos de prisão domiciliar no aconchego de seu apartamento de luxo na Trump Tower, no coração de Manhattan, no entanto, não contam.

Numa estimativa conservadora, a juíza do caso afirmou que Marin pode enfrentar, no mínimo, dez anos de cárcere.

Quando o veredicto foi anunciado, ele nem se mexeu, mantendo os olhos quase fechados enquanto seus advogados começaram a argumentar com a juíza para que ele não fosse mandado de imediato para o presídio, criticando a possibilidade de ele ficar “encarcerado no meio de homens e guardas que nem falam português”.

“Ninguém diria que este homem de 85 anos agora tentaria fugir do país”, disse Charles Stillman, advogado de Marin. “Ele não vai nem até o elevador de seu apartamento sem autorização. O Natal está chegando e a melhor coisa agora seria permitir que ele continuasse em sua casa. Ele estará aqui no dia da sentença e aceitará a punição.”

Mas a juíza foi irredutível, alegando que há risco de fuga no caso de Marin e que esse risco aumenta agora depois de sua condenação. “Não vejo motivos para adiar uma prisão que vai acontecer”, disse Chen. “É algo que os réus precisam entender.”

O julgamento que acaba de chegar ao fim também turbina as buscas por outros réus ainda distantes do alcance da Justiça americana, entre eles Marco Polo Del Nero, recém-afastado do comando da CBF e de seu cargo junto à Fifa.

Em quase um mês de depoimentos num tribunal do Brooklyn, testemunhas no centro do esquema que pagou ao menos US$ 150 milhões em propina ao longo das últimas duas décadas deram detalhes de como uma indústria de pagamentos ilícitos atuou para irrigar contas dos dirigentes do futebol.

Na geografia secreta do esporte, firmas de fachada em paraísos fiscais como o Panamá e as Ilhas Virgens Britânicas foram usadas para fazer transferências para contas na Suíça, em Hong Kong, em Miami e Nova York -o fato de algumas dessas remessas passarem pela rede bancária americana foi o que trouxe a investigação para os EUA.

Também vieram à tona detalhes de uma era de luxo e ostentação às custas da Fifa.

Empresários do marketing esportivo como Alejandro Burzaco, da Torneos y Competencias, J. Hawilla, da Traffic, e Hugo Jinkis e Mariano Jinkis, pai e filho donos da Full Play, mimaram cartolas com viagens de jatinho, banquetes em restaurantes badalados e suítes de hotéis cinco estrelas por todo o planeta.

Os cenários da corrupção, no caso, eram tão vistosos quanto o volume de dinheiro desviado em paralelo a cada negociação de contrato de transmissão de torneios como a Copa América, a Libertadores ou a Copa do Brasil.

Um dia, por exemplo, toda a ação se desenrolava no bar do Copacabana Palace, no Rio, onde Burzaco diz ter se encontrado com Marin, Del Nero e Marcelo Campos Pinto, ex-executivo da Globo responsável por negociar os direitos esportivos para o canal.

Outro dia, era uma festa em Miami, onde Marin teria reclamado da mesa onde se sentou. Ou o Waldorf Hilton, hotel de luxo em Londres, onde ele e Del Nero se queixaram com Burzaco sobre um atraso na propina que tinham a receber pela Copa América.

O jet-set virou pesadelo, no entanto, quando a polícia prendeu sete cartolas sob o imenso lustre do Bar au Lac, hotel de frente para o lago que funcionava como QG dos chefões da Fifa em Zurique.

Desde aquele traumático 27 de maio de 2015, a vida desses cartolas sul-americanos e seus comparsas no marketing esportivo virou do avesso. E o esforço passou a ser esconder as provas de seus crimes.

No lugar de fotografias e vídeos alegres, entre eles uma gravação em que alguns dos condenados aparecem dançando bêbados de vinho, planilhas com codinomes embaraçosos e ordens de pagamento passaram a resumir uma rotina de transferências ilegais -milhões de dólares passando de conta em conta.

Enquanto extratos bancários revelam gastos vultosos de Marin em lojas de grife, alcunhas como “brasilero” e “MP”, alusão a Del Nero, nas planilhas de Eladio Rodriguez, responsável pela propina da Torneos, corroboram a rota do dinheiro descoberta pelos procuradores dos EUA.

Telefonemas nervosos de J. Hawilla em plena negociação de sua delação premiada na Justiça americana, como a gravação em que Marin é flagrado dizendo ter “acertado” o recebimento de propina, marcam o último episódio de uma novela de farras.

Folha de São Paulo

 

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  1. Isso é justiça que funciona , que a população acredita e não essa que o ministro Gilmar Mendes pratica para seus compadres. que nojo!

  2. O buraco nos EUA é mais embaixo e funciona viu. Está literalmente ferrado. Se fosse aqui BOCA MOLE soltava ligeirinho.

  3. Deveriam aguardar na prisão é esses PMs grevistas!!! Quero ver qdo o governador pagar se eles não voltam, aí vcs vão ver que essa baboseira de carro sem condição de rodar é mentira.

    1. Não sou PM, não sou a favor da greve e nem a a favor desse radicalismo todo dessa categoria em querer paralisar o serviço em um momento tão delicado. Agora se coloque no lado deles, trabalhe pelo menos 1 dia e deixa de comentar esse tipo de "baboseira". Tem muitos profissionais trabalhando com condições PRECÁRIAS, salários ATRASADOS, sem esperança de quando recebem salário de novembro e 13º. Vc acha que estão pra brincadeira? Ah, vá…

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Esporte

Ex-presidente da CBF José Maria Marin é extraditado aos EUA e vai tentar prisão domiciliar

2015_861772351-20151028113401031rts.jpg_20151028O ex-presidente da CBF José Maria Marin foi extraditado da Suíça para os Estados Unidos, onde chegou na tarde desta terça-feira. Autoridades suíças informaram que Marin embarcou num voo para Nova York acompanhado por dois agentes da polícia americana.

Marin, de 83 anos, foi preso em Zurique em 27 de maio com outros seis dirigentes da Fifa num hotel de luxo na capital suíça onde participariam do congresso da entidade que elegeu Joseph Blatter para mais um mandato na presidência. O dirigente brasileiro é acusado de receber propinas de milhões de dólares em contratos de marketing relacionados à venda de direitos de TV da Copa América e da Copa do Brasil em suas edições de 2013 até 2022 .

A extradição de Marin ocorre depois de cinco meses preso em Zurique. Agora que foi levado aos EUA, o dirigente deverá passar por uma audiência na Justiça americana, provavelmente nesta quarta-feira. A ação contra ele corre na Corte Federal do Brooklyn, onde o brasileiro deverá prestar seu primeiro depoimento em solo americano. A expectativa de Marin, que tem apartamento em Nova York, em área luxuosa de Manhattan, é conseguir ficar em prisão domiciliar. Para isso, ele terá que se dispor a colaborar com a investigação e pagar multa milionária.

Se de fato ficar em casa, Marin estará proibido de deixar os EUA sem autorização. E terá que usar tornozeleira eletrônica, com as despesas da vigilância sendo pagas por ele, e não pelo Estado. Acordo semelhante foi feito por Jeffrey Webb, outro dirigente da Fifa preso em Zurique e extraditado aos EUA. Webb, ex-presidente da Concacaf e ex-vice da Fifa, teve de pagar fiança de US$ 10 milhões (verca de R$ 40 milhões).

Para receber benefícios na Justiça americana, Marin precisará colaborar com informações, numa espécie de delação premiada. Mas existe a possibilidade de se declarar inocente. Nesse caso as coisas poderiam se complicar. Ele então poderá ficar na prisão nos EUA enquanto se arrastar o processo contra o dirigente. A idade avançada (83 anos) pode ajudá-lo a ter uma condição melhor também.

Marin era o único dos sete dirigentes da Fifa presos em Zurique em maio que ainda não tinha tido decisão sobre o pedido de extradição feito pela Justiça dos EUA. Webb já aceitara ser transferido. E os demais entraram com recurso e ainda aguardam em prisão suíça o julgamento de seus pedidos de revisão da extradição.

Os dirigentes presos foram acusados de participar de um grande esquema de corrupção dentro da Fifa nos últimos 24 anos, envolvendo corrupção, fraude, extorsão, lavagem de dinheiro e propinas no valor de US$ 150 milhões (cerca de R$ 450 milhões) ligados a Copas do Mundo e acordos de marketing e de transmissão de jogos pela televisão. A escolha das sedes dos mundiais da Rússia (2018) e do Qatar (2022) também é alvo de investigação.

Marin presidiu a CBF de 2012 a abril deste ano e foi o presidente do comitê organizador local da Copa do Mundo de 2014.

O Globo

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  1. Aí vem a pergunta de onde o Sr Marin retirou US$15.000.000,00 de dólares…o que equivale no câmbio atual algo em torno de R$ 60.000.000,00 sessenta milhões de reais…..

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