Thoran Rodrigues, CEO e fundador da BigDataCorp e Felipe Facchini, Head de Vendas do PayPal Brasil. Fotos: Divulgação
Após um ano e meio de pandemia, a expansão do e-commerce no Brasil teve números expressivos em 2021, totalizando quase 1,59 milhão de lojas online, 22,05% a mais do que em 2020, quando o comércio digital saltou 40%. A variação indica que, na média, no último ano, 789 novas lojas online foram criadas por dia no Brasil. O ritmo de crescimento do e-commerce no País desde 2015 chega a uma taxa anualizada de 23,69%.
A expansão é um indicador do grande esforço que os lojistas têm feito para alcançar os consumidores, especialmente quando se fala de pequenos e médios empreendedores, como revela a 7ª edição da pesquisa “Perfil do E-Commerce Brasileiro”, parceria do PayPal Brasil e da BigDataCorp. Mesmo com um volume relevante de lojas, ainda há espaço para o crescimento do segmento no País, uma vez que apenas 6,19% do varejo brasileiro faz vendas online.
Reflexo direto dos efeitos da pandemia sobre a economia e da necessidade de digitalização das empresas, o comércio eletrônico por negócios com volume financeiro menor segue em alta. Em 2020, os e-commerce com faturamento de até R$ 250 mil ao ano correspondiam a 48,06%. Hoje, representam 52,73% do total.
Pode-se dizer ainda que a presença online do consumidor fez algumas lojas deixarem de ser consideradas pequenas quando olhamos o número de acessos. O volume de lojas consideradas de médio porte, que recebe entre 10 mil e 500 mil visitantes por mês, teve um crescimento importante de participação, de 2,5% em 2020 para 9,92% do total em 2021.
Além da expansão acelerada, o e-commerce no Brasil segue amadurecendo: 60,37% já adotam meios eletrônicos de pagamento (carteiras virtuais), o que representa um aumento de 4,6 pontos percentuais em relação aos achados de 2020. Vale dizer que, em sete anos de pesquisa, houve uma inversão da proporção dos métodos de pagamento: em 2015, 60% não aceitavam carteiras virtuais.
Além disso, a pesquisa mostrou que mais de 80% do e-commerce usa algum tipo de plataforma para vender, em detrimento de sites desenvolvidos sob encomenda.
Outro dado relevante é a desconcentração geográfica no comércio eletrônico no último ano. O estado de São Paulo, que historicamente representava cerca 60% das lojas online, hoje abriga 51,8%, o que nos mostra que parte do crescimento do comércio veio de outros estados do Brasil. Destaque para Minas Gerais, que passou de 6,20% do volume total de lojas em 2020 para 7,24% em 2021; e para o Paraná, que foi de 5,84% para 7,01% no mesmo período.
A série “Perfil do E-Commerce Brasileiro” é uma parceria entre BigDataCorp. e PayPal Brasil e, desde 2015, monitora os movimentos e tendências do setor. Confira, a seguir, os principais destaques do estudo deste ano.
Descobertas e novos recortes:
No universo dos 20 principais marketplaces do Brasil, 372 mil empresas únicas estão vendendo em algum dos sites. Desses, 44,80% têm presença no marketplace e em site próprio.
Aplicativos de everyday spending (aplicativos de gastos diários, como supermercados, restaurantes, farmácias, mobilidade urbana, entre outros) contam com 611.800 empresas únicas nas plataformas. Desse volume, 70% são restaurantes/alimentação; 12,68%, mercado/supermercado; 4,67%, farmácias; e 12,41%, outros tipos de comércio.
De todos os estabelecimentos do Brasil mapeados, 12% dos restaurantes, 8% dos mercados/supermercados e 11% das farmácias estão em algum aplicativo de delivery.
83,43% dos pequenos sites de e-commerce no Brasil recebem até 10 mil visitas mensais; no extremo oposto, 6,62% são grandes sites, com mais de meio milhão de visitas mensais. Os 9,92% restantes estão na faixa intermediária: recebem entre 10 mil e meio milhão de visitas por mês e representam o maior crescimento de share em 2021.
79,44% oferecem até dez produtos em seus sites; 9,94% oferecem de 11 a 100 produtos; enquanto 10,72% apresentam mais de uma centena de produtos.
São Paulo segue sendo o estado que concentra a maioria dos e-commerce no Brasil: 51,8% deles. Contudo, houve queda de 7 pontos percentuais nesse número em relação a 2020 (de 58,95% para 51,80%). Em segundo lugar está Minas Gerais, com 7,24%, seguido pelo Paraná, com 7,1%.
Mais de 65% das ofertas de produtos nos e-commerce brasileiros custam menos de R$ 100; 15,91% delas situam-se entre R$ 100,01 e R$ 500; em seguida vem a faixa dos produtos acima de R$ 1 mil, com participação de 12,15%. Vale notar que a faixa de preços com a menor participação, 6,36%, é a das ofertas entre R$ 500,01 e R$ 1 mil.
As mídias sociais já são adotadas por cerca de 69% das lojas online.
O YouTube cresceu em importância na estratégia de divulgação do e-commerce brasileiro: 45,82% das lojas online utilizam a mídia social, que aumentou sua participação em cinco pontos percentuais em relação a 2020. A plataforma fica atrás apenas do Facebook, usado por 53,96% dos comércios eletrônicos do País. Na sequência vêm Twitter, com 31,10% de participação; Instagram, com 27,84%; e Pinterest, com 5,43%.
Entre as soluções adotadas pelas lojas online, a mais popular é a das plataformas fechadas (68,1%), que têm conquistado participação gradual e constante desde o início da série histórica. Em seguida, as lojas sem plataforma são o formato preferido por quase 18,27% dos e-commerce. Plataformas abertas respondem por apenas 12,92% do total de e-commerce.
A adesão ao SSL (Secure Sockets Layer), uma camada de segurança que criptografa os dados transacionados entre consumidor e loja online, voltou a crescer e hoje se encontra em 92,39% dos e-commerce, um recorde desde o início da pesquisa. Em 2020, o número era de 88,43%.
83,51% dos e-commerce no País já são responsivos, ou seja, estão preparados para serem acessados em qualquer tela, inclusive a do celular. Este é mais um recorde desta edição da pesquisa. Em 2016, apenas 16% dos sites eram responsivos, número que chegou a 82% em 2020.
Citações
“A presença do pequeno empreendedor no comércio online segue forte em 2021. Indicação disso é que mais da metade dos e-commerce não tem sequer um único funcionário, mais de 55% do total. Ou seja, estamos falando de empreendedores que desempenham todos os papéis em suas empresas. Nesse contexto, o amplo uso de plataformas prontas para montagem de e-commerce, que supera 80% dos casos, contribui para ampliar e democratizar o acesso a tecnologias e ajuda os microempresários a viabilizarem sua presença online”. Thoran Rodrigues, CEO e fundador da BigDataCorp.
“O que percebemos nesta edição da pesquisa Perfil do E-commerce Brasileiro é que, no segundo ano de pandemia, houve uma emancipação dos pequenos negócios para médios, dado muito significativo considerando o ritmo de aceleração do comércio eletrônico. À medida que o consumidor se familiarizou com as compras online, houve um crescimento substancial do e-commerce, e um volume expressivo de novas lojas surgiram. Em um recorte inédito, conseguimos enxergar ainda muito espaço para crescer dentro de aplicativos de compras de rotina, que chamamos de everyday spending. Isso porque, de todos os estabelecimentos que se encaixam na categoria, apenas 2,10% usam plataformas de vendas por delivery para ampliar seus negócios. O meio digital apresenta muitas oportunidades para empresas que queiram ampliar sua gama de clientes e criar oportunidades de negócios, e continua sendo a alternativa viável para muitos empreendedores neste cenário desafiador”. Felipe Facchini, Head de Vendas do PayPal Brasil
(*) Os valores citados são preços médios dos sites, ou seja, a média do preço de todos os produtos vendidos em uma dada loja virtual.
Metodologia
A série “Perfil do E-Commerce Brasileiro” usa o processo de captura de dados da internet da BigDataCorp., que prevê o processamento de mais de 10 petabytes semanalmente, extraídos de visitas a mais de 32 milhões de sites brasileiros, dos quais são obtidos informações estruturadas e seus links. Os dados apresentados foram colhidos entre julho de 2020 e julho de 2021.
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