Política

Mourão diz que Mandetta cometeu “falta grave” em fala

Foto: Alan Santos/Presidência

O vice-presidente Hamilton Mourão criticou nesta terça-feira a entrevista dada pelo ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, ao Fantástico, da TV Globo, no último domingo. Mourão disse que Mandetta “cruzou a linha da bola”, utilizando uma expressão do polo para uma “falta grave”, porque “não precisava ter dito determinadas coisas”. Na entrevista, o ministro defendeu uma unificação do discurso no combate ao novo coronavírus.

— Vou usar a expressão do polo (esporte), o ministro cruzou a linha da bola ali. Ele não precisava ter dito determinadas coisas — disse Mourão, em entrevista ao jornal “O Estado de S. Paulo”, explicando depois: — É uma falta grave no polo. Nenhum cavaleiro pode cruzar na linha da bola. Ele pode acompanhar lado a lado. Ao cruzar a linha da bola, você comete uma falta. Dá um cartão.

Apesar das críticas, Mourão disse esperar que Bolsonaro não deverá demitir Mandetta neste momento e defendeu uma conversa entre os dois:

— Eu acho que existe, no presente momento, muita especulação, muito tititi. Eu julgo que o presidente não deve trocar o ministro nesse momento — disse, acrescentando: — Acho que cabe muito mais uma conversa ali, chamar o Mandetta e dizer: “vamos acertar a passada, você tem sua opinião, eu tenho a minha, mas quando a gente tiver que discutir esse assunto, a gente discute intramuros e não via imprensa”.

A entrevista diminuiu o apoio de Mandetta dentro do governo. Parte da ala militar do Planalto entende que o ministro não poderia ter criticado publicamente o presidente. Esse grupo considerou a entrevista como uma tentativa de “forçar a sua demissão”. Além disso, a ala de ministros considerados técnicos do governo, como Tarcísio de Freitas (Infraestrutura) e Paulo Guedes (Economia), se surpreendeu com a entrevista. Segundo aliados, esse grupo espera que Mandetta continue, mas não haverá exposição em sua defesa.

Na entrevista desta terça-feira, Mourão afirmou que não conversou com os ministros militares sobre a fala de Mandetta, mas disse esperar que eles irão “relevar pequenas coisas” e “buscar a melhor solução para o país”:

— Não vou dizer que seja menor (o apoio a Mandetta), até porque não tive uma conversa com eles para saber da visão efetiva em relação aos fatos que ocorreram — relatou. — É uma situação de calamidade, mesmo, complicada. De modo que nessa hora a gente tem que relevar pequenas coisas e avançar no sentido de buscar a melhor solução para o país. Vejo que os nossos companheiros vão trabalhar nesse sentido.

O Globo

Opinião dos leitores

  1. Alguém aqui já se preocupou com as estatísticas da pandemia, sua curva de distribuição normal (Gauss)?
    E a possibilidade do vírus ter chegado antes do carnaval e agora já ter contaminado metade da população?

  2. Com vírus ou sem vírus a economia é fundamental. Geralmente quem defende a paralização total das duas uma: 1) parece desconhecer a dinâmica de uma economia; 2) tem reservas financeira (renda, salário) e acha que é suficiente, o que não é verdade pois, se a economia colapsar vai faltar produtos básicos e aí o cidadão tem dinheiro mas não há produto. A Quarentena Vertical para os grupos de risco e o retorno ao trabalho dos que demonstrem condições. Uso de máscaras para todos ao sair às ruas e os demais cuidados higienizadores. Por se tratar de pandemia alguém vai morrer. É triste mas é verdade.

    1. Então se o presidente sabe que uma grande tragedia está por vir por no domingo ele afirmou que o vírus ja ta indo embora? E se o slogam era Brasil acima de tudo porque o eleição de 2022 é o foco?

  3. A grande pergunta é: se o Mandetta não quer seguir a linha do presidente Bolsonaro, pq o Bolsonaro ainda não usou sua caneta. Será que, na verdade o Mito não tem caneta e só muita falacia!

    1. O presidente sabe que uma enorme tragédia está pra acontecer, e o mandeta pode usar essa arma numa eleição futura, e será: ele tinha a estratégia certa pra combater a pandemia, mas Bolsonaro não deixou usar. Aí está o dilema da cúpula de governo, um problemão que não tem a fórmula certa, economia respirando com riscos de muitas morte, ou afunda a economia e salva muitas vidas, com risco de convulsão social.

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