Economia

FHC critica Dilma e diz que crise econômica é 'nossa também'

Após participar de um seminário na USP nesta segunda-feira (24), o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) criticou a presidente Dilma Rousseff (PT) por minimizar a crise econômica.

“A presidente [Dilma Rousseff (PT)] e o ministro [da Fazenda, Guido] Mantega, então, nem se fale, dizem que está tudo bem, que a crise é internacional. Não é internacional. A crise é nossa também.”

“O mais preocupante pra mim, como brasileiro, não como partido, é que podemos estar perdendo uma oportunidade, porque o setor energético está mal no momento em que o mundo dá um salto nessa matéria. O setor manufatureiro está sem competitividade. O setor de produção de commodities está ameaçado pela retração dos mercados. O momento é muito difícil para o Brasil”, completou.

Quanto ao convite ainda não formalizado para Joaquim Levy, do Bradesco, ser o novo ministro da Fazenda, FHC contestou a afirmação de que ele seria de direita.

“Em certos momentos, tem que se tomar certas medidas para evitar que o país perca o rumo”, disse.

Perguntado por um jornalista se o processo de escolha de ministros para o segundo mandato de Dilma fora “atabalhoado”, o ex-presidente disse que o termo “parece que corresponde”. “Foi inesperado, pelo menos”.

“A campanha [de Dilma] obscureceu, escondeu do Brasil a necessidade de um ajuste. Ao contrário, dizia que, se a oposição ganhasse, o Bolsa Família estaria em risco. Não estaria em risco até porque, no gasto geral do país, o programa gasta pouco. O que é visível é que é preciso dar um ordenamento à questão fiscal.”

Folha Press

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Política

FHC critica Dilma e reivindica paternidade de ações sociais

fernando-henrique-cardoso-no-terra-2011Foto: Fernando Borges / Terra

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) se diz “entristecido” com a presidente e candidata à reeleição, Dilma Rousseff (PT), por não reconhecer os avanços feitos durante seu governo (1995 – 2002). Em entrevista à Folha de S. Paulo, o tucano também reivindica a paternidade dos programas sociais e diz que não se incomoda com as críticas de seu sucessor no Planalto, Luiz Inácio Lula da Silva, mas que não esperava a mesma postura de Dilma.

“Ela não pode acreditar no que está dizendo. É verdade que nós fizemos a estabilização, que iniciamos os programas sociais. Dizer que não, para ganhar a eleição, me entristece”, disse FHC.

Para ele, o desempenho de Aécio Neves (PSDB) nesta eleição – que é superior ao dos tucanos José Serra, derrotado em 2002 e 2010, e Geraldo Alckmin, que concorreu em 2006 – se deve à “lealdade” que o candidato tucano tem demonstrado com o governo FHC.

“O que foi feito por mim, pertence à história. Agora, ele mostrou uma coisa que o povo valoriza: lealdade. Não fugiu da briga. E isso mostra caráter”.

Segundo Fernando Henrique, Serra e Alckmin também tinham lado, mas o momento não era favorável. “Lula passou dez anos tentando destruir o que fiz. Neste momento, como a situação piorou, as pessoas abriram os ouvidos”, afirmou.

O ex-presidente também disse que a campanha petista faz afirmações falsas sobre seu governo e tenta “demonizar tudo o que fizemos”. “Nunca fui favorável à privatização indiscriminada, nunca quis privatizar o Banco do Brasil ou a Petrobras”.

Questionado se tem água em sua casa, em função da crise que atinge o Sistema Cantareira, o morador do bairro de Higienópolis, em São Paulo, disse que sim. “Sou econômico em tudo, até na água”.

Terra

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