Após participar de um seminário na USP nesta segunda-feira (24), o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) criticou a presidente Dilma Rousseff (PT) por minimizar a crise econômica.
“A presidente [Dilma Rousseff (PT)] e o ministro [da Fazenda, Guido] Mantega, então, nem se fale, dizem que está tudo bem, que a crise é internacional. Não é internacional. A crise é nossa também.”
“O mais preocupante pra mim, como brasileiro, não como partido, é que podemos estar perdendo uma oportunidade, porque o setor energético está mal no momento em que o mundo dá um salto nessa matéria. O setor manufatureiro está sem competitividade. O setor de produção de commodities está ameaçado pela retração dos mercados. O momento é muito difícil para o Brasil”, completou.
Quanto ao convite ainda não formalizado para Joaquim Levy, do Bradesco, ser o novo ministro da Fazenda, FHC contestou a afirmação de que ele seria de direita.
“Em certos momentos, tem que se tomar certas medidas para evitar que o país perca o rumo”, disse.
Perguntado por um jornalista se o processo de escolha de ministros para o segundo mandato de Dilma fora “atabalhoado”, o ex-presidente disse que o termo “parece que corresponde”. “Foi inesperado, pelo menos”.
“A campanha [de Dilma] obscureceu, escondeu do Brasil a necessidade de um ajuste. Ao contrário, dizia que, se a oposição ganhasse, o Bolsa Família estaria em risco. Não estaria em risco até porque, no gasto geral do país, o programa gasta pouco. O que é visível é que é preciso dar um ordenamento à questão fiscal.”
Folha Press
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