No Parque Lage, vigilante tenta convencer grupo de turistas a não entrar na mata; ICMBio diz que há esforço conjunto por maior policiamento, mas PM afirma não ser responsável pela área, que é federal Foto: Márcia Foletto / Agência O GLOBO
Sete turistas argentinas chegaram animadas ao Parque Lage. Com mochilas, tênis adequados e garrafas d’água, elas haviam se preparado para fazer uma trilha até o Cristo Redentor, seguindo uma dica de amigos portenhos que vieram ao Rio no ano passado. Mas, no local, foram aconselhadas a desistir do programa. Um vigilante patrimonial do Parque Nacional da Tijuca, Edson dos Santos, abordou o grupo e explicou o motivo: falta de segurança.
— Vocês precisam saber que houve um assalto aqui na ( última ) quinta-feira. Três elementos, dois com facas e um com uma pistola, assaltaram 40 turistas . O BPTur ( Batalhão de Policiamento de Áreas Turísticas ) levou todo mundo para a delegacia, porque, geralmente, eles ( os criminosos ) roubam tudo. Vocês não estão proibidas de subir, a trilha não está fechada, mas devem assinar um termo dando ciência de que correm o risco de serem assaltadas — disse o vigilante.
O documento ao qual Edson se referiu é, na verdade, um formulário que alerta o visitante sobre os riscos de acidentes e a necessidade de preservação da natureza. As argentinas o assinaram, mas decidiram não ir muito longe. Porém a mato-grossense Mariana Farias de Oliveira e seu namorado, o francês Eric Clauss, ouviram o relato do vigilante e deram meia-volta.
O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), responsável pelo Parque Nacional da Tijuca, reconheceu, em nota, que vigilantes estão alertando cariocas e turistas sobre a possibilidade de roubos. O órgão também destacou que, entre 19 de dezembro de 2016 e 9 de novembro de 2017, houve 23 assaltos na trilha que liga o Parque Lage ao Cristo. Além disso, frisou que compartilha com órgãos de segurança informações sobre roubos no Parque Nacional da Tijuca, para ajudá-los em estratégias de atuação.
O Globo
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