Tentativa de intimidação contra a ex-contadora do doleiro Alberto Youssef foi um dos elementos que levaram executivos à cadeia. Ameaças tinham o objetivo de fazer com que Meire Poza fosse “controlada pela organização criminosa”, registra o pedido de prisão.
A sétima etapa da Operação Lava Jato, que levou à prisão alguns dos maiores empreiteiros do país, confirma a existência de um lado ainda mais obscuro da quadrilha que atuava na Petrobras. Além de subornar políticos e corromper funcionários públicos para desviar bilhões da estatal, o cartel de empreiteiras, denunciado pelo ex-diretor Paulo Roberto Costa e pelo doleiro Alberto Youssef, estava ameaçando testemunhas do caso em uma tentativa flagrante de atrapalhar as investigações da polícia. Foi esse, aliás, um dos motivos que levaram o juiz Sérgio Moro a decretar a prisão dos empresários na sexta-feira passada. Em setembro, VEJA revelou que a contadora Meire Poza, uma das principais colaboradoras da investigação policial, havia sofrido ameaças diretas de emissários das empreiteiras. A ação, típica das organizações mafiosas, está registrada no despacho assinado por Moro.
Num encontro ocorrido em julho deste ano na praça de alimentação de um shopping em São Paulo, um homem identificado como Edson tentou convencer Meire Poza a aceitar os serviços de um escritório de advocacia contratado pelas empreiteiras envolvidas no escândalo de desvio de dinheiro de obras da Petrobras. A gravação da conversa não deixa dúvidas sobre as más intenções do grupo, claramente incomodado com o avanço das investigações da polícia, e muito preocupado com a colaboração de Meire. A intenção era intimidá-la. Edson, um suposto advogado, se dizia representante das empreiteiras Camargo Corrêa, OAS, UTC e Constran, justamente os alvos principais das prisões realizadas pela PF na sexta-feira passada. A conversa começa descontraída, amigável, e vai evoluindo para a ameaça. Prestativo, ele se põe à disposição para ajudar, dar apoio jurídico, mas a oferta é recusada. Em um tom de voz linear, o emissário passa a revelar os verdadeiros propósitos do encontro: “Sabemos que tem uma filha, que são somente vocês duas”, diz. No mesmo tom linear, lembra que Meire pertence a um “grupo fechado” e que, como pessoa de confiança de Alberto Youssef, não pode sair desse grupo ou recusar a ajuda de seus clientes. E vai ao ponto central do problema: “Dona Meire, o importante é não falar demais! De repente, uma palavra mal colocada pode ser perigoso, pode ser prejudicial”. Meire tenta se esquivar das ameaças, diz que está começando a não gostar do rumo da conversa, mas o advogado é ainda mais direto: “A senhora pode, sem querer, ir contra grandes empresas, políticos, construtoras. As maiores do país, a senhora entendeu?”.
O despacho das prisões, assinado pelo juiz Sérgio Moro, revela a íntegra da gravação e mostra que a intenção de ameaçar a contadora era clara. “O interlocutor prossegue ainda tentando convencer Meire a aceitar a ‘ajuda’ do grupo, mencionando que a mesma faria parte de um grupo fechado de pessoas que se ajudam, indicando claramente as técnicas de persuasão para que a mesma pudesse ser ‘controlada’ pela organização criminosa”, registra o despacho. Percebendo um sinal de nervosismo na contadora, ele avança, pergunta se Meire acha que ainda tem alguma coisa a acrescentar para a polícia e que tipo de acordo ela pretende fazer. Ela diz que não sabe como procederá. E o advogado vai direto ao ponto mais uma vez: “A gente não pode deixar que a senhora não aceite essa ajuda”. Diante da pressão, Meire finalmente reage. Afirma que se sente ameaçada, que não quer ajuda das empreiteiras e encerra a conversa com um recado: “O senhor provavelmente vai estar lá com os seus clientes, com a Camargo (Corrêa), com a UTC, com a Constran, com a OAS… Manda todo mundo ir tomar…”.
Entre os alvos do “juízo final”, como a ação foi batizada, está o advogado Carlos Alberto da Costa e Silva, que foi preso temporariamente e ainda teve seu escritório vasculhado pelos agentes. Meire Poza disse aos policiais que conheceu o porta-voz das ameaças no escritório de advogado Costa Silva, segundo ela o responsável por coordenar uma equipe de advogados contratados pelas empreiteiras. Procurado por VEJA em setembro, Costa Silva admitiu ter conversado com Meire, mas negou qualquer relação com as empreiteiras. Em nota encaminhada a VEJA, a UTC, que também controla a Constran, confirmou que o escritório de Costa Silva atuava no seu quadro jurídico. Costa Silva foi preso na Operação Anaconda, em 2003, acusado de participar de um esquema de venda de sentenças judiciais em São Paulo. E o tal Edson? “Não conheço, nunca ouvi falar.” A memória, ao que parece, não é o ponto forte do advogado.
Veja
PSDB agora tem novo nome na Justiça: "mais alguns?"
Ao reportar o depoimento de Ildefonso Filho, presidente da empreiteira Queiroz Galvão, à Justiça Federal, o jornal Estado de S. Paulo informa que a construtora fez doações ao PT, PMDB, PP e "mais alguns"; embora exista certo interesse em confinar o escândalo aos partidos da base aliada, Ildefonso Filho foi quem negociou o pagamento de US$ 10 milhões ao ex-presidente nacional do PSDB, Sergio Guerra, para que uma CPI sobre a Petrobras fosse colocada em fogo brando; então, fica combinado: PSDB, a partir de agora, se chama "mais alguns"; detalhe: o empreiteiro não foi questionado sobre o pagamento a Sergio Guerra.
E se o chamado "maior escândalo da Petrobras" (superando o famoso "AFUNDAMENTO DA P36-Maior Plataforma de Petróleo do Mundo a época), começou bem antes… Bem antes… Com a nomeação de Paulo Roberto Costa por FHC? Será que a sede de sangue e de investigação vai ser a mesma? Ou veremos uma nova Satiagraha e Castelo de Areia? Carlinhos Cachoeira e Daniel Dantas que nos respondam, pois Eduardo Azeredo está numa boa, e não há Helicoca pousado em Aeroporto do Claudio que impeçam a Suíça de de desmontar o Cartel dos Trens e Metrôs de São Paulo, originado dos céus onde os santos Tucanos, salvadores da pátria que nos pariu estão chegando para libertar nos da Corrupção, do Mar de Lama depois da Viagem do Jatinho Fantasma vindo de não sei de onde para destinos ignorados.
Queremos que se investigue tudo e todos, não apenas os de sempre, aqueles que são povo e/ou os representa. Chega de tanta impunidade e seletividade hipócrita!
Quem poderá nos explicar porque uns processos andam depressa, outros andam insuportavelmente lentos, e outras ainda, simplesmente não andam?
Vamos combinar, toda essa corrupção que tomou conta de nossas empresas públicas deve ser culpa de alguém no passado. O PT que está a 12 anos no poder não tem nada a ver com isso. Apenas nomeou os envolvidos diretos, pessoas da confianças do PT e deram a eles as chaves das condutas, nada mais. Não tem culpa de nada, absolutamente nada.
A culpa é de alguém no passado, que deixou o poder a mais de 10 anos.
O pior é que as regiões norte e nordeste deram a reeleição a essa turma, parabéns, e viva a corrupção.
Tão estarrecedor quanto o escândalo da petrobrás é ver a turma do PT, PMDB e PP JURAR INOCÊNCIA.
Indiciaram os alimentadores do cardume, cadê os tubarões?
Nem o milhares de vezes citado tesoureiro do PT foi indiciado, porquê?
Os bastidores na política está em ebulição, a tensão é enorme, em um clima nunca visto antes na história desse país tropical tomado por corruptos.
Quanto mais se investiga pior fica.
Mais lembrando um passado recente, o PT não foi o partido que PROMETEU ACABAR com a CORRUPÇÃO? Passou décadas prometendo e o que temos?
No país NUNCA TEVE TANTA CORRUPÇÃO.
São 53 milhões de brasileiro que deram aval a essa podridão, são coniventes.
E viva o aumento da inflação, da energia, dos combustíveis, dos alimentos, vem muito mais desgraças por aí…