Fotos: Arquivo pessoal
Quando Erick de Moraes escreveu um post no Facebook não imaginou que teria tanta repercussão. A história de superação do jovem que saiu do Parque Imperial, em Barueri-SP, e conseguiu se formar em medicina viralizou.
Filho de serralheiro e de diarista, o sonho de ser médico parecia distante. Um aluno mediano no curso técnico, precisou se esforçar muito para conseguir uma vaga em uma universidade.
O primeiro passo foi recuperar as lacunas da formação básica. “Fiz cursinho popular e comecei do básico mesmo, eles me ajudaram muito, mas não tinha condições financeiras de pagar a passagem e me manter ali”, conta. O jeito foi montar um plano de estudos e se dedicar em casa mesmo.
Deu resultado. As notas no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) foram boas e a situação financeira da família permitiu uma bolsa integral no ProUni (Programa Universidade para Todos). Erick até se esforçou em cursar administração de empresas no Mackenzie, mas a vontade de ser médico falou mais alto.]
Abandonou o curso para desespero da família. “Tive uma discussão séria com o meu pai, que não entendeu que eu realmente queria estudar, ele achava que eu ficaria encostado”, conta. Depois da briga, foi morar no interior na casa de um tio.
O esforço não foi em vão e o jovem conquistou uma vaga no curso de medicina na Universidade Anhembi Morumbi. A alegria da conquista logo se misturou com a luta para continuar no curso de período integral.
“Eu recebia a bolsa que tinha direito pelo ProUni, mas não tinha como trabalhar, o que era um problema pra mim, tinha de me virar com marmita e com os livros”, lembra. Também precisou interromper a faculdade para trabalhar e juntar dinheiro.
“Comprei um carro, que usava para chegar nos locais mais distantes da residência, mas o dinheiro que juntei não foi suficiente para me manter até o final da faculdade”. Para fazer continuar, valia dormir no carro e tomar banho na academia.
“Sofri por ser pobre em um curso de elite, ouvi de um colega que eu jamais sairia da pobreza, não foi fácil, mas estou aqui, com o diploma na mão”, orgulha-se.
Para ajudar estudantes como ele, Erick criou o canal Médico da Quebrada com dicas para jovens que como ele sonham alto e vão à luta para concretizar seus objetivos.
R7
Cor de pele jamais deveria ser critério para entrar na universidade. O mérito tem que ser o do conhecimento. Abaixo o sistema de cotas.
Mas o bom é ter cota, ocupar o lugar de quem estudou muito, hoje estamos vendo alunos entrando em curso superior com notas 6 proveniente do ensino público, enquanto outros com 8,5 sem cotas ficam de fora.
O resultado é que 68% dos cotistas desistem dos cursos por não ter capacidade de acompanhar ou ficam esperando a aprovação sem esforço para receber o diploma sem mérito. Aqueles que se formam sem esforço tem tudo para ser um profissional muito abaixo da média aceitável.
Enquanto outros como Erick dão o sangue, correm atrás, faz todo tipo de sacrifício e chegam ao objetivo. Mérito próprio, vitória incontestável. Com o caminho trilhado pessoas como Erick terão muito mais chances de se tornar um profissional renomado e reconhecido.
Parabéns pelo exemplo Erick, você será um médico que o paciente vai poder confiar.
O bom é a pessoa que teve todas as condições favoráveis na vida competir desigualmente com o aluno da periferia, pobre e marginalizado para depois vir com o discurso frágil contra as cotas. Ao invés de criticar as cotas batalhe por uma educação pública de qualidade e que eduque o cidadão como fazem os IF.
Conheço vários profissionais que no século passado não tinha condições nem de pagar a casa do estudante, grande parte vindo do regiões do interior do RN, hj são médicos de renome, engenheiros, juízes… enfim profissionais de destaques em todas as áreas profissional, com certeza a limitação financeira é um obstáculo enorme, mas com esforço se chega ao ápice.