Economia

VENEZUALIZOU: Um peso argentino só compra uma balinha e está valendo pouco mais de 3 centavos de real

Uma pessoa passa em frente a uma casa de câmbio em Buenos Aires.JUAN IGNACIO RONCORONI / EFE

O grupo alimentar Arcor, o maior da Argentina, envolve suas balas Mini com uma frase: “Ideais para o troco”. Já é muito frequente que, em vez de moedas quase sem valor nem circulação, o consumidor receba o troco em notas e balas. Um peso, a divisa do país, vale pela cotação das ruas pouco mais de 3 centavos de real. Quase nada. Com uma inflação que subiu para 3,3% em maio e acumula 21,5% desde janeiro, o peso continua se desvalorizando.

O Ministério da Economia e o Banco Central fazem todos os esforços possíveis para “achatar” o dólar, ou seja, conter sua alta frente ao peso. O plano consiste em evitar novas desvalorizações bruscas da moeda argentina pelo menos até novembro, quando estão previstas as eleições gerais. A partir daí se abre um cenário desconhecido: será preciso finalmente negociar seriamente a dívida com o Fundo Monetário Internacional, aplicar algum tipo de ajuste orçamentário e, muito provavelmente, permitir que o peso deslize para a sua enésima desvalorização, refletindo a inflação acumulada.

Enquanto isso, o governo do presidente Alberto Fernández e da vice-presidenta Cristina Fernández de Kirchner (cada vez mais a segunda, cada vez menos o primeiro) quer evitar desastres que prejudiquem suas perspectivas eleitorais.

A inflação é uma constante na economia argentina há décadas. A alta contínua dos preços corrói a moeda e o poder aquisitivo dos cidadãos, mas também evita que o Estado caia na bancarrota, ao liquefazer as dívidas emitidas em pesos. A falta de crédito internacional, apesar da discutida reestruturação da dívida pactuada com os credores privados, obriga o Banco Central a imprimir pesos de forma incessante para financiar internamente o déficit orçamentário no contexto da pandemia. E o empenho em manter a cotação da moeda norte-americana sob controle contribuiu para elevar a 341 bilhões de dólares (1,72 bilhões de reais) a dívida das administrações públicas. Esses dois fatores fomentam a inflação.

A alta dos preços é uma realidade impossível de ocultar. O Governo, entretanto, se nega a reconhecê-la criando cédulas de valor mais elevado. A unidade de pagamento mais alta continua sendo a nota de mil pesos, que pelo câmbio paralelo equivale a 32 reais. Isso dá uma ideia da quantidade de papel que o consumidor argentino precisa usar para fazer pagamentos em espécie.

A inflação de maio seria alarmante em quase qualquer país do mundo. Para a Argentina, depois de uma série de altas fortíssimas (4,8% em março, 4,1% em abril), esses 3,3% do mês passado foram quase uma boa notícia, matizada pelo fato de a inflação inercial permanecer estável em torno de 3,5%. Desde o começo do ano, os preços subiram 21,5%. Nos últimos doze meses, 48,8%. A previsão estabelecida no orçamento para 2021, de 29%, já não faz sentido.

O Governo agora deposita suas esperanças anti-inflacionárias nos mecanismos de controle de preços, apoiados em acordos com as grandes empresas (especialmente as alimentícias) e nas inspeções em pontos de venda para detectar reajustes “injustificados”. Os controles cambiais (o chamado “cepo”) são um instrumento adicional. A receita monetária clássica, a de aumentar os juros, está completamente descartada, pelo menos até as eleições, porque teria um efeito recessivo em uma economia já em situação crítica.

Por enquanto, um peso vale uma balinha Mini. No ritmo atual, dentro de um ano valerá meia bala.

El País

Opinião dos leitores

  1. Herança maldita dos peronistas.
    Lamentável vê no que se transformou a economia da Argentina!

  2. Fdp de esquerda que defendem esses merdas deveriam ser mandados pra lá. Hipocritas, imbecis úteis. Jumentos batizados.

  3. É isso que nos aguardaria numa hipotética volta da esquerda ao poder. Creio no povo brasileiro para que não caiamos nesse caos.

  4. BOM MESMO AGORA É paulo guedes CRIAR A NOTA DE 500 E 1000 REAIS. QUE A DE 200 NÃO ENCHE MAIS NEM UM TANGUE DE COMBUSTIVEL.

  5. PRESTEM ATENÇÃO a quem, por aqui, se soliariza com esses tipos de governo. Não será por falta de AVISO.

  6. Bg, faça uma publicação do projeto de lei que afroxa mais as leis anti corrupção que está sendo votada no congresso, com seus idealizadores e os que estão votando favoráveis., Esclarecendo seus seus mecanismos que impedem dos corruptos serem presos nos seus atos criminosos contra o povo brasileiro. Isso está sendo feito com o silêncio ensurdecedor da mídia e das lideranças políticos

    1. Estive em Buenos Aires no mês de novembro de 2015 e lá não recebiam o real, só peso e dólar. Quando tentava pagar com real, todos fechavam a cara e diziam nô, nô, nô…

  7. O povo argentino pagando um preço alto por ter insistido no enorme erro de eleger a esquerda socialista que tenta dominar a América do Sul.
    Estão provando o amargo sabor de trazer de volta o retrocesso político e econômico que se vende como solução, mas a única coisa que tem a oferecer é mentira, promessa irrealizável e miséria, deixando todos iguais na falta de emprego, falta de produtividade, falta de condição de vida, tudo em nome da democracia. Esse é o discurso enganador usado pela esquerda que levou a falência da Venezuela e está dizimando a economia na Argentina. Os fatos então postos. Que venham as desculpas para enrolar os bestas. A mídia tem mostrado a decadência na Argentina?

    1. Muito bem abordado Valter,mas a ideologia política e o ódio que os esquerdopatas tem pelo Bolsonaro não os deixam enxergar esta tragédia.

  8. Por trás desta inflação estão, a fuga de capitais na transferência de riquezas para países mais estáveis, a fuga de grandes empresas, o fim dos investimentos nacional e estrangeiros, a diminuição do poder de compra, gerando mais miseráveis e o caos no país.
    Este é o país que os esquerdopatas comunistas adoradores do quanto pior melhor mais gostam, o luladrão com certeza vai trazer o caos que vocês tanto desejam.

  9. Esse é o futuro que nos aguarda se a esquerda voltar ao comando do nosso país !!! Lula vive dizendo que a solução é imprimir mais dinheiro!!! PTnuncamais

    1. É mesmo, Chicó? E por que não fizeram isso quando estavam no poder? Que eu me lembre, nunca a situação econômica e política esteve tão bem naquela época. Quem está querendo Venezualizar o Brasil é o doido que está na cadeira presidencial. Abre o olho, Chicó. Narrativa de grupinho do whatsapp é tão consistente quanto caldo de cuscuz.

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Turismo

Turismo: Natal tem a pior Semana Santa dos últimos 3 anos

A rede hoteleira de Natal registrou a pior Semana Santa dos últimos três anos, de acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis no Rio Grande do Norte (ABIH/RN). A taxa de ocupação hoteleira, definida com base em pesquisa realizada junto aos empresários, variou entre 70 e 77% – muito atrás da registrada no mesmo período do ano passado, quando quase 100% dos leitos (camas nos hotéis) ficaram ocupados. A hotelaria agora se prepara para a pior baixa estação dos últimos anos, segundo Habib Chalita, presidente da associação.

Rodrigo SenaHotel em Ponta Negra: queda na ocupação é creditada à falta de divulgação e de aposta no turismo de eventos

O setor, um dos 52 que integram a cadeia produtiva do Turismo, não foi o único que sofreu com baixa na movimentação no período. Empresas que prestam serviço de receptivo – translado e city tour – registraram retração de até 30%, em relação ao mesmo período do ano passado. Em capitais como Recife/Pernambuco, empresas que prestam o mesmo serviço registraram incremento médio de 15%, em função de grandes eventos, como a Paixão de Cristo, encenada em Nova Jerusalém, a 187 quilômetros da capital Recife.

No cajueiro de Pirangi, o número de visitantes durante a Semana Santa só não caiu porque a Associação de Moradores de Pirangi do Norte, responsável pelo maior cajueiro do mundo, investiu  em divulgação, afirmou Francisco Cardoso, presidente da associação. “Esperávamos queda, mas as visitas subiram 1%”. Número, que segundo ele, precisa ser comemorado. De acordo com Francisco Cardoso, a taxa só tem se mantido estável porque muitos potiguares tem visitado o cajueiro nos últimos meses, devido a maior divulgação dentro do estado. O mesmo não ocorre com hotéis e empresas que prestam serviço de receptivo como a do empresário George Costa, cujos clientes ou moram no centro-sul ou fora do país.

A crise, segundo George Costa, que também é diretor executivo do Natal Convention & Visitors Bureau (Natal CVB) – entidade mista que capta eventos de todos os portes – não é a única responsável pelo desempenho abaixo da média. Ele critica a falta de divulgação e a inércia do poder público. “A nossa queda foi bastante acentuada diante de outros destinos que registraram uma boa ocupação”, afirma.

Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego, mostram a desaceleração em marcha no Rio Grande do Norte. Segundo o ministério, a geração de empregos formais no setor de hospedagem e alimentação no RN recuou 62,7% no primeiro bimestre de 2012, em relação ao mesmo período do ano passado. Em Pernambuco, a retração foi quase quatro vezes menor (-17,8%).

A diferença, segundo George, está na realização de  grandes eventos – isca para atrair visitantes durante o período de baixa estação e manter a ocupação hoteleira. O Natal CVB captou vários para o segundo semestre de 2012, “mas o número ainda está bem aquém de nossa capacidade”, afirma o diretor executivo da entidade. “Falta o poder público apostar no turismo de eventos”, completa.

Para Habib Chalita, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis no RN (ABIH/RN), o futuro do turismo potiguar preocupa. E há razões para isso. Qualquer perda, por menor que seja, no setor é significativa. Até o final de 2011, o Turismo era o setor com maior participação na  economia formal do estado. De acordo com estudo realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e divulgado em 2011, a participação do turismo na economia formal do estado chegava a 4,4%, a maior do Brasil. O índice mostrava que o estado era o que mais dependia desta atividade econômica no país.

Fonte: Tribuna do Norte

Opinião dos leitores

  1. como que levaria sua familia pra uma cidade que não tem acesso a prais, nem calçadão em ponta negra, nem segurança, nem informação e com tudo caro!

  2. A cidade muito suja e mal cuidada( praias urbanas), litoral norte acesso as praias com estradas ainda de barro,litoral sul muitos buracos e a noite o que fazer? Quase nenhuma opção… Que cidade turística é essa????

  3. estive em joao pessoa nossa vizinha, e esta de parabéns, cidade hospitaleira, custo menor e com muitas opções de lazer… o governo do estado tem que abrir os olhos, o rn ja foi uma cidade de turismo esta ficando muito a desejar….

  4. MUITO CARA A CIDADE E OS SEUS SERVIÇOS. ESTÁ NA HORA DO SETOR ENXERGAR ISSO E SE CONSCIENTIZAR  QUE TEM DE BAIXAR PREÇOS EM TODA A CADEIA DO TURISMO.

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