Fyodor Pavlov-Andreevich ficou horas imóvel em meio aos blocos de rua Foto: Luís Felipe Romano/Divulgação. (Vídeo aqui)
Na última quarta-feira, enquanto o vídeo com conteúdo obsceno tuitado pelo presidente Jair Bolsonaro ganhava repercussão na mídia brasileira e internacional e o assunto dominava os trending topics da rede, o artista Fyodor Pavlov-Andreevich retirava uma ducha manual do chuveiro da casa de um amigo. O acessório ganharia as ruas do Rio horas depois, dentro de uma série de performances que o russo desenvolveu durante o carnaval, e que será apresentada em uma exposição na Gazelli Art House, em Londres, a partir de 23 de maio.
Há 12 anos dividindo-se entre o Rio, Moscou e cidades onde desenvolve seus trabalhos, como Londres e Nova York, Fyodor aproveitou o carnaval para registrar as performances da série “Dickorders”, na qual aparece seminu sobre uma cadeira, em meio à multidão, com um objeto fálico cobrindo seus genitais. Na terça-feira de carnaval, ele utilizou um duto flexível de ar condicionado, e permaneceu imóvel por cinco horas diante de grupos de foliões que passavam pela Praça da Cruz Vermelha, no Centro. Na Quarta-Feira de Cinzas, com o termo “golden shower” entre os mais comentados do dia na internet, por conta do tuíte de Bolsonaro, o artista decidiu levar para sua performance um acessório que remetesse à polêmica.
Discípulo da performer sérvia Marina Abramovic
Assim, lá foi ele com a ducha de chuveiro presa ao corpo para o meio de blocos como o Planta na Mente e o Me Enterra na Quarta.
— Venho desenvolvendo esta série há cinco anos, é como se me tornasse um monumento de um homem branco, dominado pelo genital. Me aproprio de elementos comuns, como um chuveirinho e uma cadeira, e me transformo nesse corpo coletivo, que pode ser acessado pelo público à sua volta — conta Fyodor, que é discípulo da performer sérvia Marina Abramovic. — Foi um conselho dela que me fez usar a cadeira, ela diz que para se comunicar com o público é preciso se colocar em evidência. A cadeira vira uma espécie de pedestal, onde fico parado por pelo menos cinco horas.
O uso do corpo como objeto ou monumento é uma das marcas das performances de Fyodor. Ele já se “doou”, inteiramente nu e dentro de uma caixa de vidro, a eventos de gala, como o jantar da Bienal de Arte de São Paulo, em 2016, e o baile de Gala do Metropolitan Museum (Met) de Nova York, em 2017. Também permaneceu horas deitado no Solyanka State Gallery, de Moscou, representando Lênin em seu mausoléu, em 2017. E na performance “Os caquis”, de 2015, ficou sentado em um pedestal montado no Parque Lage, enquanto o público era estimulado a arremessar contra ele as frutas que dão nome à obra.
— Quando me coloco como uma estátua, há um contraponto entre a fragilidade do corpo e a dureza do cobre, a efemeridade da performance e a permanência do monumento. Mas esse corpo frágil tem muito mais força do que o metal, ele é capaz de produzir reações mais profundas. Hoje, as estátuas reais viram cenário para selfies, enquanto a performance pode marcar o público e permanecer por mais tempo na mente das pessoas — comenta o artista.
Apesar de passar temporadas no Rio há mais de uma década, Fyodor ainda não havia conseguido passar o carnaval na cidade. Em sua estreia na folia carioca, ele se disse impressionado com a capacidade de a festa absorver as críticas sociais e políticas, e com a rapidez com que temas do noticiário ganham as ruas. Exatamente como aconteceu com o “golden shower“ de sua performance.
Fyodor Pavlov-Andreevich no bloco Planta na Mente, na Lapa, na parte inicial da performance Foto: Luís Felipe Romano/Divulgação
— Quando era criança, meus pais me proibiam de participar das celebrações do 1º de Maio ou do 7 de Novembro, o dia da Revolução Russa. Eles achavam os desfiles falsos, com todos os problemas que vivíamos, mas eu fugia de casa para participar mesmo assim. Aquilo era uma espécie de carnaval para mim, mas aqui finalmente me senti integrado, era o meu sonho perdido de infância — compara Fyodor. — E por mais que se tenha medo da censura hoje no Brasil, tenho certeza que seria impossível fazer uma crítica social desta na Rússia de Putin. Aqui as reações foram diversas, mas a maioria foi de apoio. Lá a repressão seria pior.
O Globo
País de merda, onde o cara que pratica um atentado violento ao pudor, e aos bons em plena praça pública, com presenças de menores, é idolatrado, enquanto a autoridade maior do país, mostra no twitter a cena repugnante pra sociedade reagir, e parte da sociedade junto com a mídia escracha com o defensor dos bons costumes. Um afronta a civilidade, uma volta a pré civilidade.
Os PTralhas vai ao delírio com essas BOSTAS ….família eles são valoriza antes da eleição para o pivô achar que são pessoas sérias …. cadê a MANUELA DÁVILA ou HADDA na fila para comungar ???? Esse PTralhas só enganam os idiotas
Do jeito que as coisas estão, as crianças têm que ficar quietinhas em casa… Desnecessário ficar vendo duchinha presa em pênis em público apenas coberta por um papel alumínio…
Pra quem gosta de sai do armário . Pense num prato feito . O cúmulo do ridículo , mais tem o seu ….da a quem quer .
E a esquerda brasileira delira quando assiste a essas coisas.