Finanças

TCE/RJ rejeita, por unanimidade, contas de 2019 do governo Witzel

Foto: © Marcelo Camargo/Agência Brasil

O Tribunal de Contas do Estado (TCE) rejeitou, por unanimidade, as contas do governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, referentes a 2019. O relatório, apreciado nessa segunda-feira (1º), seguirá para a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), para ser votado pelos deputados.

O conselheiro Rodrigo Nascimento, relator do processo, foi seguido pelos demais conselheiros: Christiano Lacerda, Marcelo Verdini e Andréia Siqueira Martin. A presidente do TCE, Mariana Montebello, que só vota em caso de empate, proclamou o resultado.

“O Tribunal de Contas do Estado, por unanimidade, delibera pela emissão de parecer prévio contrário à aprovação das contas do chefe do Poder Executivo do estado, excelentíssimo governador Wilson Witzel, referentes ao exercício de 2019. Foram apontadas sete irregularidades para embasamento do parecer prévio contrário. Foram apontadas 39 impropriedades. Foram exaradas 65 determinações e foi dirigida uma recomendação”, resumiu Montebello.

Relatório

Segundo o relatório, durante 2019, o governo do estado não cumpriu o investimento mínimo nas áreas de saúde e educação. O governo aplicou 11,46% das receitas de transferência de impostos em ações e serviços públicos de saúde, valor menor do que os 12% exigidos pela Lei Complementar nº 141/12 e pelo artigo 198 da Constituição Federal.

Na educação, o governo aplicou 24,43% em gastos com manutenção e desenvolvimento do ensino, descumprindo o limite mínimo de 25% determinado no artigo 212 da Constituição Federal. O governo também não cumpriu o disposto na Lei Federal 12.858/13, que regulamenta a destinação para as áreas de educação e saúde de parcela da participação no resultado ou da compensação financeira pela exploração de petróleo e gás natural.

O relatório ainda ressalta a destinação de apenas 1,41% dos recursos do Fundo Estadual de Combate à Pobreza ao Fundo Estadual de Habitação de Interesse Social. Este montante foi inferior ao percentual mínimo de 5%, fixado na Lei Estadual nº 4.056/02.

Além dessas, outras três irregularidades foram apontadas: a não inclusão na base do Fundeb das receitas resultantes do adicional do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), o repasse à Fundação de Amparo à Pesquisa (Faperj) de apenas 1,05% da receita tributária do exercício, descumprindo o mínimo de 2%, e a utilização dos recursos do Fundo Estadual de Investimento e Ações de Segurança Pública e Desenvolvimento Social para pagamentos de despesas com pessoal.

Governo do Rio de Janeiro

O TCE enviará à Alerj o relatório, que será analisado pela Comissão de Orçamento. A comissão discutirá o relatório e dará parecer sobre as contas, que depois serão votadas em plenário como um decreto legislativo. O governo do estado, procurado pela Agência Brasil para se pronunciar sobre o resultado, se manifestou em nota.

“Apesar da reprovação das contas, o Governo do Estado do Rio de Janeiro conseguiu derrubar quatro das 11 irregularidades apontadas pelo TCE, durante a sessão especial que julgou as contas de 2019. A derrubada é uma vitória para o governo, e deixa claro o aperfeiçoamento das contas, a partir de uma defesa técnica e bem estruturada. O problema das contas do estado é estrutural, e vem de alguns anos. No ano passado, por exemplo, foram apontadas 14 irregularidades, e nenhuma pôde ser derrubada.”

Agência Brasil

 

Opinião dos leitores

  1. O impeachment deste mal caráter está próximo, já gastou centenas de milhões em hospitais de campanha porém dos seis prometido só tem um funcionando e não funciona 100% do programado.

  2. O Brasil parece não ter jeito. O cara é ex-juiz federal, mas é forte candidato, segundo as notícias, à condenação criminal.

  3. Assembleia legislativa e TCE do RJ sao formados por homens e mulheres da mais alta probidade. Saberão julgar por motivos tecnicos o mais probo governador do Brasil.

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Judiciário

Em vídeo, Bolsonaro chama Doria de ‘bosta’ e governo Witzel de ‘estrume’

O vídeo da já famosa reunião de 22 de abril, no Palácio do Planalto reserva ataques diretos de Jair Bolsonaro a dois dos seus principais inimigos políticos.

O governador de São Paulo, João Doria, é chamado de “bosta” pelo presidente. Já as “pessoas do governo do Rio”, comando por Wilson Witzel, são chamadas por Bolsonaro de “estrume”.

Os ataques do presidente aos adversários se dão no contexto de paranoia e de perseguição política que rondam o Planalto há meses. O presidente diz na gravação que iria fazer mudanças no governo porque não poderia “apanhar sozinho” de seus adversários.

Como o Radar mostrou mais cedo, após o termino da exibição do vídeo da reunião do dia 22 de abril no Palácio Planalto, a defesa de Sergio Moro, que acompanhou a sessão, disse que o material “confirma integralmente” a versão do ex-ministro.

Dois interlocutores envolvidos na exibição do vídeo nesta terça confirmaram ao Radar que o presidente cita a família e amigos como motivo para as trocas na Polícia Federal. O presidente justifica no vídeo que precisava de informações de inteligência da PF para evitar que investigações em curso na PF prejudicassem “a minha família e meus amigos” e reclama — usando palavrões — da falta de informações.

Segundo Moro, na reunião o presidente Jair Bolsonaro teria cobrado a substituição do diretor-geral da PF e do superintendente no Rio. “O material confirma integralmente as declarações do ex-ministro Sérgio Moro na entrevista coletiva de 24 de abril e no depoimento prestado à PF em 2 de maio”, afirmaram os advogados do ex-ministro.

Os advogados mantiveram o pedido para que a íntegra do vídeo seja divulgada e reforçaram que durante o encontro não foram tratados temas sensíveis à segurança nacional.

Radar – Veja

Opinião dos leitores

  1. "…Dois interlocutores envolvidos na exibição do vídeo nesta terça confirmaram ao Radar que o presidente CITA A FAMÍLIA E AMIGOS como MOTIVO para as TROCAS na Polícia Federal…" .
    Será que ainda precisa desenhar para que os fundamentalistas entendam ??

  2. Pra trabalhar com esse homem tem que aguentar muita baixaria, muita palavra de baixo calão, enfim…tem que precisar muito de dinheiro para suportar conviver com ele. Uma lástima tem um chefe assim. Faz pena!

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