
Blog de Augusto Nunes:
Se enriqueceu sem pecar, Antonio Palocci poderia ter esclarecido o caso da multiplicação do patrimônio no mesmo dia em que foi divulgado pela Folha de S. Paulo. Bastaria solicitar aos clientes da Projeto que, para livrar o chefe da Casa Civil de constrangimentos e poupar o país de outra crise política, abrissem mão da cláusula de confidencialidade e permitissem a divulgação de informações básicas. Todos certamente o autorizariam a revelar os nomes das empresas que contrataram seus serviços e dizer quanto cobrou de cada uma. A opção pelo silêncio que já dura 17 dias foi o primeiro indício veemente de culpa.
O segundo foi a contratação do advogado José Roberto Batochio sem ter virado réu oficialmente. A terceira evidência de que Palocci tem culpa no cartório ocorreu nesta quarta-feira, assim que circulou a notícia de que o ministro fora convocado para depor na Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados (veja o vídeo abaixo). Apavorados com a rachadura na blindagem, os chefes da aliança governista prometem fazer coisas de que até Deus duvida para impedir o depoimento. É provável que Palocci escape da ameaça. Mas algum dia terá de explicar-se. E não há explicações plausíveis.
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