Gravatas usadas por médicos ou estudantes de Medicina podem contribuir com a contaminação de bactérias resistentes aos antibióticos. A constatação é resultado de uma nova pesquisa brasileira publicada na revista Arquivos Médicos, da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo.
O estudo é de autoria dos pesquisadores Fernando de Andrade Quintanilha Ribeiro, Alessandra Navarini e Marina Pelicice Marcato. Eles usaram swabs (cotonetes estéreis) para coletar amostras de microrganismos da superfície de gravatas e camisas de médicos de um hospital-escola de grande porte localizado em São Paulo. Eles realizaram o mesmo procedimento com estudantes de Direito de uma universidade que também fica na capital paulista.
Os cientistas analisaram a possibilidade de contaminação das peças em ambos os grupos, além de verificarem o perfil de sensibilidade de bactérias que não pertencem à microbiota normal – ou seja, que não são comuns em um organismo humano saudável.
Os resultados indicam que as gravatas usadas por médicos e alunos de Medicina eram mais contaminadas do que aquelas que pertenciam aos estudantes de Direito. Além disso, as bactérias encontradas eram patogênicas.
O pesquisadores alertam que os profissionais de saúde, mesmo que lavem as mãos corretamente, podem se recontaminar pelo contato com as gravatas. Isso é considerado perigoso, pois as bactérias poderiam colonizar novas áreas dos hospitais e ainda contaminar pacientes debilitados.
A pesquisa mostra que não houve diferença significativa na contaminação das camisas dos dois grupos. Isso é explicado, segundo o estudo, porque as camisas são normalmente higienizadas, enquanto as gravatas, não.
O mesmo ocorre com jalecos e aventais: as peças podem transportar bactérias, mas o costume de lavá-las com maior frequência reduz esse risco.
Galileu
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