Judiciário

CNJ abre ação disciplinar contra desembargador que ofendeu guarda

Foto: Reprodução/Record TV

O CNJ (Conselho Nacional de Justiça) abriu reclamação disciplinar contra o desembargador Eduardo Siqueira, do TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo), por chamar de ‘analfabeto’ o guarda municipal de Santos (SP), Cícero Hilário, que lhe aplicou uma multa por andar sem máscara.

A decisão lista cinco condutas do magistrado que teriam ferido a Lei Orgânica da Magistratura e o Código de Ética da Magistratura.

O CNJ aponta que Siqueira também pode ter cometido o crime de desacato contra o agente municipal e violado a Lei de Abuso de Autoridade.

O magistrado poderá apresentar defesa em até quinze dias, se quiser.

Segundo o corregedor nacional de Justiça, ministro Humberto Martins, os eventos registrados em Santos apontam que o desembargador pode ter cometido cinco infrações disciplinares:

• Afirmar que amassaria a multa que lhe foi aplicada;

• Tentar exercer influência do cargo na magistratura para deixar de usar máscaras e equipamentos de proteção contra a covid-19;

• Chamar o guarda municipal de ‘analfabeto’ durante ligação telefônica com o secretário de Segurança Pública de Santos;

• Rasgar a multa que lhe foi imposta; e

• Usar de sua influência com outras autoridades para ‘ameaçar’ os agentes que exerciam sua função constitucional.

Caso a corregedoria encontre indícios de infração de conduta, poderá aplicar penas como a disponibilidade ou aposentadoria compulsória do magistrado, segundo juristas ouvidos pelo Estadão.

A primeira punição e um afastamento, que pode ser revertido, e no qual o desembargador mantém o salário.

O caso também pode ser remetido ao Ministério Público Federal, para que sejam adotadas providências no âmbito penal ou civil.

Levantamento enviado ao CNJ pelo TJ-SP indicou que o desembargador Eduardo Siqueira foi alvo de 42 procedimentos disciplinares na corte bandeirante em mais de 15 anos.

A maioria dos casos foi arquivada, e nenhum resultou em punição grave. O caso mais antigo data de 1987.

O pedido de providências no CNJ foi instaurado após um vídeo do desembargador ser difundido nas redes sociais ao exibir o magistrado sendo autuado por dois guardas municipais por estar transitando na orla de Santos sem máscara – o item de proteção é obrigatório na cidade devido a pandemia do novo coronavírus.

Além de insultar um dos agentes, o magistrado rasgou a multa aplicada e ligou para para o secretário de Segurança Pública do município, Sérgio Del Bel, e evocou um suposto irmão procurador de Justiça para intimidar o guarda.

A repercussão da atitude do magistrado trouxe à tona o histórico do magistrado, chamado de ‘um sujeito desprezível’ pela colega de Corte, a desembargadora Maria Lúcia Pizzoti.

Ela já questionou oficialmente a conduta de Eduardo Siqueira perante o TJSP, em episódio onde ele teria gritado com ela em uma ocasião – o caso foi arquivado.

Em nota, Eduardo Siqueira pediu desculpas por ter se exaltado durante a abordagem da guarda municipal e admitiu que nada justifica os ‘excessos’ que cometeu.

“Me exaltei, desmedidamente, com o guarda municipal Cícero Hilário, razão pela qual venho a público lhe pedir desculpas.”(Eduardo Siqueira).

“Nada disso, porém, justifica os excessos ocorridos, dos quais me arrependo”, completou.

Estadão

Opinião dos leitores

  1. essa justiça do Brasil é mesmo uma piada. Os caras falam o querem do presidente da república, eleito pelo povo, ninguém fala porra nenhuma, ministros, deputados etc, mas bastam mexer com qualquer pessoa que não seja o presidente, a merda tá feita. Justiça ordinária a nossa, ou estou errado? alguém por favor me prove que estou errado. Precisamos d um democracia plena: Promotor, delegado, stf e outros, tem que serem eleitos pelo povo. Esse stf tá pintando e bordando e nada se faz.

  2. O corporativismo no judiciário é grande. Sabe o que vai acontecer com esse Desembargador?? NADA. Provavelmente sairá uma RECOMENDAÇÃO para que ele se comporte com discrição em público

  3. Uma punição para fazê-lo sentir o peso de sua irresponsabilidade seria a aposentadoria compulsória, com decréscimo de salário como forma punitiva, bem como prestação de serviços comunitários, seja em colégio, em locais assistenciais ou até mesmo fazendo o trabalho que o agente da guarda estava fazendo, afinal, de leis ele entende né????

  4. Aposentadoria compulsória , é uma forma de passar a mão na cabeça desse desembargador. Era pra perder o cargo, ser expulso, mas como não existe isso! Se fosse o guarda que tivesse metido a mão na cara dele, seria expulso. Coisa que eu acharia um absurdo. Por sorte esse guarda teve controle emocional.

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Judiciário

Desembargador pede desculpas por ofensa a guarda e diz que se exaltou; veja nota na íntegra

Foto: Reprodução/Record TV

O desembargador Eduardo Siqueira, que no último sábado (18) ofendeu um guarda que o abordou cobrando o uso de máscara contra a pandemia de covid-19, divulgou nota pedindo desculpas ao agente e afirmando que se exaltou de forma desmedida.

Veja a íntegra da nota:

Nos últimos dias, vídeos de incidentes ocorridos entre mim e guardas municipais de Santos têm motivado intenso debate na mídia e nas redes sociais, com repercussão nacional.

Realmente, no último sábado (18/07) me exaltei, desmedidamente, com o guarda municipal Cícero Hilário, razão pela qual venho a público lhe pedir desculpas.

Minha atitude teve como pano de fundo uma profunda indignação com a série de confusões normativas que têm surgido durante a pandemia – como a edição de decretos municipais que contrariam a legislação federal – e às inúmeras abordagens ilegais e agressivas que recebi antes, que sem dúvida exaltam os ânimos.

Nada disso, porém, justifica os excessos ocorridos, dos quais me arrependo. O guarda municipal Cícero Hilário só estava cumprindo ordens e, na abordagem, atuou de maneira irrepreensível.

Estendo as desculpas a sua família e a todas as pessoas que se sentiram ofendidas.

R7

Opinião dos leitores

  1. Se fosse coerente, teria evitado todo esse desgaste com sua imagem.
    Pelo menos pediu desculpas!

  2. O corporativismo dentro do judiciário "podre" é gigante. Foi aconselhado a se desculpar , por nota, uma vergonha para a classe de "deuses".
    Se fosse o contrário o Guarda Municipal já tinha sido afastado por desacato à autoridade e indisciplina .
    Esse país é um cabaré !

  3. Ué, mas esse desembargador não disse que foi vítima de um vídeo fora de contexto? Agora pede desculpas? Está faltando, no mínimo, coerência.

  4. Errou , pediu desculpas . Espero que o Sr BARNEY tenha aprendido . Uma coisa fica clara no Brasil ??. Quando imaginaríamos um desembargador pedindo desculpas por um ato desse ? Já é uma evolução . Quando o Tonho d lua deu está na presidência pedir desculpas pelos 100 mil mortos daremos mais um passo .

  5. Se tivesse tido apóio, não teria pedido desculpas nunca, mas como houve reprovação da sociedade… Com tamanha arrogância, fez apenas para atenuar o julgamento no CNJ. Lembrei-me do episodio da Padaria Mercato.

  6. Se eu fosse o guarda eu pederia ao meu advogado, não queria dinheiro se a pena alternativa fosse a limpeza e coleta das lixeiras da orla 1 hora por dia e 7 dias por semana.

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Diversos

“Autoridade na rua é o guarda, não o desembargador”, diz ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal

O ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal, disse à coluna que ficou “estarrecido” com a carteirada que o desembargador paulista Eduardo Siqueira tentou aplicar no guarda municipal da cidade de Santos Cícero Hilário Neto. “A autoridade na rua é o guarda, não o desembargador”, disse o ministro. Para ele, o caso exige a punição do magistrado.

“Somos autoridades no tribunal, com a capa nas costas. Na rua, somos cidadãos”, declarou Marco Aurélio, antes de relatar um episódio que ele próprio viveu, há cerca de um ano. Retornava de um show musical. Estava com sua mulher, a desembargadora Sandra De Santis Mendes de Farias Mello, do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios.

“Fomos parados por uma patrulha de trânsito, na entrada da minha quadra. O guarda me reconheceu. Disse: ‘Ministro, o senhor me perdoe, mas poderia me passar os seus documentos?’ Atendi imediatamente. Ele perguntou: ‘O senhor se importa de soprar o bafômetro, ministro?’ Eu disse a ele: Cumpra o seu dever. Não me ocorreu dar nenhuma carteirada. Ali, eu era um cidadão. A autoridade era o guarda de trânsito.”

Na cena em que humilhou o guarda Cícero Hilário, chamando-o de “analfabeto”, o desembargador Eduardo Siqueira declarou que “decreto não é lei.” Por isso, decidiu descumprir o decreto municipal que tornou obrigatório o uso de máscara em Santos. Marco Aurélio discordou: “O decreto municipal precisa ser observado.”

O ministro leu o artigo 23 da Constituição, que estabelece o que “é competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.” Há uma lista com 12 itens. No segundo, lê-se o seguinte: “Cuidar da saúde e assistência pública…”.

Em abril, o plenário do Supremo decidiu que, além do governo federal, estados e municípios têm poder para determinar regras sanitárias de combate ao coronavírus —do isolamento social ao uso de máscara, passando por interrupção de atividades comerciais não essenciais e suspensão do funcionamento de escolas.

“O que consta da Constituição Federal é que cabe aos três níveis da federação —municipal, estadual e federal— a tomada de providências”, disse Marco Aurélio. “E essas providências podem ser formalizadas mediante decreto.”

Marco Aurélio disse que espera por uma punição do desembargador. Avalia que o comportamento inadequado do magistrado não prejudicou apenas os guardas municipais de Santos. “Atinge a todos nós do Judiciário”, afirmou o ministro. Para ele cabe ao Órgão Especial do Tribunal de Justiça de São Paulo punir Eduardo Siqueira.

Previsto no regimento interno do tribunal, o Órgão Especial é composto pelo presidente da Corte, Geraldo Francisco Pinheiro Franco, e mais 24 desembargadores —12 escolhidos entre os mais antigos, e 12 eleitos. Marco Aurélio estranhou que o corregedor nacional de Justiça, ministro Humberto Martins, tenha determinado que o TJ de São Paulo envie para o CNJ o procedimento aberto contra o desembargador da carteirada.

“Essa avocação me causou espécie”, disse Marco Aurélio. “O corregedor pode avocar se houver omissão do Tribunal de Justiça. A menos que se considere que o Órgão Especial não teria isenção para julgar um membro do próprio tribunal.”

O ministro disse ter conversado com “um colega desembargador” que conhece Eduardo Siqueira. “Ele é tido como um sujeito complicado. O Órgão Especial já esteve para afastá-lo. Mas acabou não tomando a iniciativa. Talvez tenha claudicado. O passado desse rapaz não o recomenda. Se é que podemos considerá-lo rapaz… Pela falta de juízo, talvez.”

Josias de Souza – UOL

Opinião dos leitores

  1. Suspeitei desde o princípio que esse Sr Cidadão, que é Desembargador tinha o juízo "embargado"… não tem expressões de normalidade e, demonstrou nesse episódio que não possui um equilíbrio mental de gente normal.

  2. Se fosse um cidadão comum esses GMs teriam imobizado, algema e levado para delegacia.
    Só não concordei em ter chamado os GMs de analfabetos.

    1. Boa tarde GIBIRA, então você é de acordo com o ato do desembargador em desrespeitar o decreto-lei, rasgar e jogar a notificação no chão.

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Diversos

Guarda Municipal apreende em Natal equipamentos e faz notificações por uso ilegal de paredão de som durante ocorrências no fim de semana

Foto: Divulgação

A utilização ilegal de paredão de som vem sendo combatida diariamente pelo Grupamento de Ação Ambiental da Guarda Municipal do Natal (Gaam/GMN), que registrou durante o final de semana cinco autos de constatação e a apreensão de um veículo utilizado como paredão de som e um equipamento de som automotivo. As intervenções ocorreram nos bairros das Quintas, Felipe Camarão e Nova Descoberta.

Os veículos notificados pelos guardas municipais foram uma caminhonete modelo Amarok (Rua dos Paiatis, Quintas), uma Pagero (Ruas Padre Raimundo Brasil, Nova Descoberta), um Fiat Uno (Rua Santa Maria Goreth, Felipe Camarão) e dois Fiat Pálio (Travessa Todos os Santos, Felipe Camarão e Rua Cel. Auris Coelho, Nova Descoberta).

Um Fiat Uno foi apreendido pela guarnição e levado ao pátio de veículos apreendidos do Detran/RN. Nesse caso, os guardas chegaram ao local e ao verem a viatura da GMN a tampa do paredão de som foi baixada e os responsáveis abandonaram o veículo no local. Os guardas verificaram a ficha do automóvel e identificaram que o mesmo estava com mais de R$ 3 mil em multas de trânsito atrasadas, além de cinco anos de licenciamento e IPVA em débito. Policiais do Comando de Policiamento de Trânsito (CPRE) foram acionados e o veículo apreendido.

Já um equipamento de som automotivo foi apreendido dentro de um Fiat Pálio nas primeiras horas da manhã desse domingo. O Paredão estava ligado na feira livre de Nova Descoberta e o responsável foi notificado pelos guardas municipais. “As viaturas do Gaam estão 24h nas ruas fazendo esse trabalho de combate a pertubação do sossego e utilização ilegal de paredões de som”, ressaltou o coordenador do Gaam/GMN, Isaac Cruz.

A titular da Secretaria Municipal de Segurança Pública e Defesa Social (Semdes), Mônica Santos, lembrou que no caso dos paredões de som, além de Lei Federal que prevê crime ambiental, o artigo 3º da Lei municipal nº 6.246, sancionada em 20 de maio de 2011 em Natal, versa sobre a proibição do funcionamento dos paredões de som nas vias, praças, praias e demais logradouros públicos do município de Natal e define “paredão de som” como “todo e qualquer equipamento de som automotivo rebocado, instalado ou acoplado nos porta-malas ou sobre a carroceria dos veículos”. “

O cidadão pode denunciar o uso irregular de paredões de som ligando para o telefone 190 do Centro Integrado de Operações em Segurança Pública (Ciosp) que as viaturas do Grupamento de Ação Ambiental da GMN serão acionadas para averiguar a denúncia. A denúncia pode ser feita também pelo 181 (Disk Denúncia- Polícia Civil) ou 3616-9829 (Ouvidoria da Semurb).

Opinião dos leitores

  1. Só por uma questão de lógica e relação com determinados comportamentos e atitudes, perguntem a essa turma, que só tem direitos e vive criticando deus e o mundo, em quem votaram nas últimas eleições pra Presidente.

  2. O cara não tem dinheiro pra pagar IPVA e multas, mas tem para paredão de som.
    O ideal seria fechar as lojas que colocam esses equipamentos nos carros.
    Aliás, mania de gente cafona e sem instrução, colocar som alto no meio da rua…

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Cidades

OPORTUNIDADE: Prefeitura de Parnamirim assina contrato para concurso com 50 vagas para Guarda Municipal

Foto: Ascom/Parnarmirim

O prefeito Rosano Taveira assinou, na tarde desta segunda-feira (17), no Centro Administrativo, contrato com a Funcern, instituição que executará o Concurso da Guarda Municipal, cujo edital está previsto para ser lançado já na próxima semana e ofertará 50 vagas.

De acordo com o prefeito Rosano Taveira, este é mais um passo importante para a realização do concurso. O titular do Poder Executivo Municipal  destacou também o seu compromisso com a questão da segurança pública.

“Este é um grande anseio da população e a garantia da Funcern é de que no dia 17 de dezembro, aniversário da cidade, estaremos entregando a Guarda Municipal à população, trazendo um novo reforço  para a segurança no município”, disse.

O secretário de Segurança, Defesa Social e Mobilidade Urbana (Sesdem), Marcondes Pinheiro, adianta que as provas estão previstas para serem realizadas no final do mês de julho. Segundo ele, os 50 novos guardas vão trabalhar em conjunto com as demais forças de segurança do estado.

Wilde Leiros, coordenador Geral do Núcleo Permanente de Processos Seletivos da Funcern, explica que a instituição também será a responsável pela formação dos agentes, através da contratação de empresa de segurança especializada.

O presidente da Câmara Municipal de Parnamirim, Irani Guedes, destacou o empenho do prefeito para formar a Guarda Municipal. “Taveira está fazendo história na cidade de Parnamirim, cumprindo um de seus principais compromissos de campanha”, disse.

Opinião dos leitores

  1. Acho que Irani Guedes está certo o prefeito Taveira está fazendo história em Parnamirim, mais é uma pena porque é uma péssima história ,e não sou só eu q acho isso se quiser tirar a prova pode se candidatar e verá

  2. A guarda será um avanço realmente…mas se deixar o descaso tomar conta, assim como no trânsito, só existirá no nome! Pior gestão…que já se passou por essa prefeitura.

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