Jornalismo

Soldado americano reconhece que guardou dedos de mortos afegãos

O sargento americano Calvin Gibbs, acusado de liderar um grupo de soldados que matou civis afegãos, reconheceu nesta segunda-feira que guardou parte dos corpos, mas negou sua culpa no assassinato.

O advogado de Gibbs, Phil Stackhouse, afirmou que o sargento guardou dedos das mãos de três dos mortos, mas não foi responsável pela morte dos civis na província afegã de Kandahar, onde estava localizado o batalhão.

“O que está se vendo neste caso é a traição final de um soldado de infantaria,” disse Stackhouse ao jornal “The News Tribune”.

Na audiência desta segunda-feira, o soldado Jeremy Morlock, que se declarou culpado do assassinato de três pessoas em Kandahar, assegurou que Gibbs cortou vários dedos das vítimas, além de jogar com os corpos como eles fossem “troféus de caça”.

As versões sobre o crime variam desde Gibbs sendo arrastado por um batalhão de soldados entorpecidos por maconha, até um sargento que explorava a fraqueza de seus companheiros para levar a cabo planos perversos.

Por sua parte, o advogado de acusação, Dan Mazzone, disse que não ocorreram assassinatos de civis no batalhão até a chegada de Gibbs, que substituiu um soldado ferido.

Mazzone afirmou que outros militares relataram que o sargento ensinou como cometer assassinatos ilegais, especialmente em zonas controladas pelo Taleban.

O julgamento, que começou na semana passada em Washington, deve durar até sexta-feira. Se for considerado culpado, Gibbs pode ser condenado à prisão perpétua.

EFE

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