Foto: Manoel Barbosa/Secom
Desde o início da sua operação, no final de fevereiro, o Hospital de Campanha da Zona Sul, uma das unidades exclusivas montadas pela Prefeitura de Natal para tratar os infectados pelo novo coronavírus, já recebeu 46 pacientes. Desse universo, nenhum óbito foi registrado até o momento, computando 35 altas médicas e 11 transferências de doentes que necessitam continuar o tratamento em hospitais de alta complexidade. De acordo com os dados, 76% das pessoas que passam pelo local são curadas.
A direção do Hospital celebra a taxa de altas, destacando o minucioso trabalho e empenho de toda a equipe de médicos, enfermeiros, técnicos, fisioterapeutas, psicólogos, farmacêuticos, assistentes sociais, pessoal da área administrativa que atuam na unidade. De acordo com o diretor-geral do HZS, Edney Agra, disse que o diferencial está na abordagem em tempo hábil realizada em cada paciente, trabalhando para evitar o agravamento do quadro infeccioso e uma eventual intubação.
“Essa é uma unidade pensada para atender pacientes no estágio intermediário da doença, oriundos das nossas Unidades de Pronto-atendimento, Unidades Básicas e Centros Covid. Ao chegarem aqui são acolhidas por nossa equipe multidisciplinar, iniciamos logo nossos protocolos de atendimento, acompanhando os pacientes de maneira eficaz e graças a esse esforço estamos obtendo grandes resultados. Isso é muito gratificante para todos nós”, explicou Edney.
Alegria e alívio
Quem viveu a alegria de receber alta foi o autônomo Djeferson Bezerra, 32. Morador de Extremoz, ele chegou à unidade classificado como um paciente bem grave pela UPA Potengi, com pulmões em 75% de comprometimento e com muita dificuldade para respirar. Ele conta que temeu muito pela sua vida, mas logo que recebeu os primeiros cuidados no hospital recuperou as esperanças e, após sete dias, venceu a Covid-19.
“Fiquei muito aflito e pensei que não iria sair dessa. Agradeço demais o tratamento recebido aqui no Hospital. Abaixo de Deus, toda a equipe foi fundamental para o sucesso do meu tratamento. Hoje saio daqui feliz, doido para reencontrar minha família e eternamente grato aos profissionais da saúde”, finalizou, emocionado.
Ambiente de otimismo
O diretor técnico do Hospital, Raiff Villarim, relata que a atmosfera de otimismo criada no hospital também contribui muito para essa alta taxa de pacientes curados. Ele ressalta que o fator psicológico é fundamental para o sucesso no tratamento. “Muitos desses pacientes, antes de virem para cá, estavam em poltronas mal acomodadas e sem os devidos cuidados. Ao chegarem aqui, se instalam em leitos confortáveis, com todo o suporte, recebem um retorno positivo dos outros pacientes e mudam o pensamento, ajudando sobremaneira ao trabalho da nossa equipe”, detalhou.
A aposentada Maria da Glória, 71, precisou ficar um pouco mais de tempo no hospital, pois, com muitas comorbidades, necessitou de mais cuidados. Idosa, ex-fumante e com enfisema pulmonar, a Covid-19 a atacou de forma agressiva. Por todo esse quadro e por ser uma paciente bem espirituosa, ela logo ganhou a simpatia da equipe de profissionais do hospital e não conteve a emoção ao receber alta. “Ganhei muitas filhas e filhos durante o tratamento. Não me faltou nada aqui. Hoje estou muito satisfeita e pronta para retornar para o convívio da minha família. O que fizeram por mim nesse hospital não tem preço que pague”, contou ela.
O diretor da unidade Edney Agra conta ainda que o trabalho no Hospital de Campanha da Zona Sul vai ser otimizado, após a instalação da usina de oxigênio na última sexta-feira (16). Além disso, o departamento de engenharia da secretaria municipal de Saúde está finalizando ainda esta semana a instalação do sistema de fluxo de ar comprimido no local. Atualmente, a unidade opera com 41 leitos, sendo inicialmente 33 leitos de enfermaria clínica, quatro semi-intensivos, dois de estabilização e dois de admissão, mas o prédio tem capacidade para abrigar até 50 leitos.
“Esse modelo de hospital precisa ser replicado em todo Brasil e tem se mostrado um grande acerto da Prefeitura de Natal. A doença precisa ser combatida desde o início, oferecendo aos pacientes uma abordagem em tempo hábil que evite o agravamento da doença. É o que estamos fazendo aqui com muito sucesso”, apontou.
Rede
Leitos exclusivos para tratamento da Covid-19 montados pela Prefeitura de Natal conta atualmente com:
Hospital Municipal de Natal: 23 leitos de UTI e 31 leitos de enfermaria; Hospital de Campanha: 38 leitos de UTI e 100 leitos clínicos;
Hospital dos Pescadores: 30 leitos clínicos;
Hospital Natal Sul: 33 leitos clínicos e 4 semi-intensivos.
Quem sabe, muitos óbitos no Brasil não decorrem da falta de atendimento adequado???
Às vezes é coisa simples como esse aí
Não é UTI.
Se a pessoa chega no início e recebe algum tratamento tipo oxigênio talvez já melhore ou previna a piora. .