Saúde

OMS volta atrás e diz que não tem recomendação contra ibuprofeno no tratamento do coronavírus

Foto: Reprodução/TV Globo

A Organização Mundial de Saúde (OMS) voltou atrás e retirou a restrição de uso de medicamentos à base de ibuprofeno no tratamento contra a Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus. A restrição havia sido anunciada na última terça-feira (17).

“A OMS está ciente das preocupações sobre o uso de anti-inflamatórios não esteroidais (isto é, ibuprofeno) para o tratamento da febre em pessoas com Covid-19. Após uma rápida revisão da literatura [pesquisas científicas], a OMS não está ciente dos dados clínicos ou de base populacional publicados sobre esse tópico”, afirmou a organização, em nota.

“Não temos conhecimento de relatos de efeitos negativos do ibuprofeno, além dos efeitos colaterais conhecidos usuais que limitam seu uso em determinadas populações”, informou a OMS.

Segundo a OMS, a conclusão foi tomada após ouvir médicos que tratam pacientes com Covid-19 e após consultas a pesquisas científicas desenvolvidas até o momento sobre a doença.

A organização reforça que, com base nas informações disponíveis, não há restrições ao uso de Ibuprofeno no tratamento contra a Covid-19.

Por que havia restrição contra o ibuprofeno?

Na última terça-feira (17), a OMS informou que o mais recomendado em tratamentos contra a Covid-19 era o uso de medicamentos à base de paracetamol.

A indicação ocorreu após o ministro da Saúde francês alertar, no sábado (14), contra o uso do ibuprofeno, que é encontrado em anti-inflamatórios.

Na semana passada, uma pesquisa científica sugeriu que pacientes com diabetes e hipertensão tratados com ibuprofeno tinham mais riscos de desenvolver quadros severos da doença. Para o infectologista Celso Granato, professor da Unifesp e diretor clínico do grupo Fleury, em São Paulo, a evidência mostrada na pesquisa não era forte o suficiente. “Existem vários outros anti-inflamatórios, antitérmicos – por exemplo, paracetamol – que têm o mesmo efeito e não têm evidência de que têm esse problema”, lembrou Granato.

Globo

Opinião dos leitores

  1. Isso eh pra pessoa morrer logo e não ser diagnosticado com covid-19 ninguém eh otário não ….paracetamol e dipirona somente.

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Saúde

Saiba quais remédios têm ibuprofeno, não recomendado contra o coronavírus

Foto: (Bloomberg/Getty Images)

Um estudo publicado no periódico científico The Lancet que alertou sobre uso de ibuprofeno no tratamento de pacientes contaminados com o novo coronavírus (Covid-19) fez a Organização Mundial da Saúde (OMS) não recomendar o uso do medicamento. Abaixo está uma lista de quais remédios levam o ativo em sua composição.

Anti-inflamatório utilizado para baixar a febre dos pacientes, o ibuprofeno causa a ativação do receptor EAC2. Esse processo pode potencializar a ação do vírus para infectar outras células do corpo humano.

Além da OMS, especialistas procurados pela EXAME também se posicionaram contra o uso. Em entrevista recente, Luís Fernando Aranha, infectologista da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein, afirmou que o “o temor é que o ibuprofeno possa piorar o quadro de um paciente já infectado com o novo coronavírus”.

Vale lembrar que antes de suspender o uso de alguma medicação é preciso buscar orientação médica.

Confira abaixo a lista de remédios que contêm ibuprofeno:

  • Advil
  • Algiflex
  • Algi-Reumatril
  • Alivium
  • Buprovil
  • Buscofem
  • Dalsy
  • Doraliv
  • Doraplax
  • Febsen
  • Ibuflex
  • Ibufran
  • Ibuliv
  • Ibupril
  • Ibuprofan
  • Ibuprofeno
  • Ibupromed
  • Ibuprotrat
  • Ibuvix
  • Iquego-Ibuprofeno
  • Lombalgina
  • Motrim
  • Novalfem
  • Otiun
  • Parartrin
  • Spidufen
  • Uniprofeno

 

Exame

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Geral

Ibuprofeno e coronavírus: veja por que especialistas não recomendam substância para combater Covid-19

Um alerta feito pelo ministro da Saúde da França no sábado (14), contra o uso de ibuprofeno para a Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, levou a questionamentos sobre se essa substância, presente em anti-inflamatórios, poderia agravar o quadro da doença.

O pedido do ministro francês – de que as pessoas com Covid-19 evitassem o ibuprofeno e tomassem, em vez disso, paracetamol – veio depois de uma pesquisa publicada na revista científica “The Lancet” no dia 11. O estudo sugeria que pacientes com diabetes e hipertensão que eram tratados com ibuprofeno tinham mais riscos de desenvolver quadros severos de Covid-19.

Para especialistas ouvidos pelo G1, os resultados da pesquisa são preliminares, mas, por precaução, não recomendam o uso do ibuprofeno para pessoas infectadas com o novo coronavírus.

“Não é uma evidência forte, mas quer dizer que tem que tomar cuidado”, explica o infectologista Celso Granato, professor da Unifesp e diretor clínico do grupo Fleury, em São Paulo.

“A orientação que nós temos é: procure não usar ibuprofeno. Existem vários outros anti-inflamatórios, antitérmicos – por exemplo, paracetamol – que têm o mesmo efeito e não têm evidência de que têm esse problema”, lembra Granato.

O infectologista José David Urbaéz, da Sociedade Brasileira de Infectologia no Distrito Federal, concorda que, neste momento, o melhor é evitar o ibuprofeno. Para ele, o fato de, no Brasil, não ser habitual tratar doenças virais com anti-inflamatórios é um fator que favorece o país.

“Temos cultura de paracetamol e dipirona. É um fator que nos deixa tranquilos”, afirma.

Granato concorda: “como esse dado surgiu na Europa, e a Europa tem um uso de ibuprofeno muito grande, foi muito evidente lá. Outros lugares usam menos. Aqui no Brasil, não é muito usado”.

Outros medicamentos

Os especialistas também não recomendam o uso de corticoides – que, explicam, podem ter efeitos semelhantes aos do ibuprofeno.

“O princípio é mais ou menos o mesmo. Com o corticoide já ficou muito mais demonstrado que ele piora a evolução do quadro pulmonar”, explica Urbaéz. “E ele promove que você fique com o vírus por muito mais tempo [no corpo] – se era para ficar duas semanas, com o corticoide fica 6”, afirma.

A aspirina também não é uma boa ideia para tratar a Covid-19 – porque o medicamento inibe algumas das reações de defesa que o corpo tem ao novo coronavírus.

“Uma das reações que começam a funcionar [no corpo] é a da cascata das coagulações”, explica Urbaéz. “Na coagulação, também participam as células sanguíneas chamadas de plaquetas. A aspirina é um agente antiplaquetário – ela faz com que a plaqueta não funcione tão bem quanto funcionaria sempre. A plaqueta fica inibida”, diz.

O infectologista lembra que, em outras doenças infecciosas, como a dengue, a aspirina também é contraindicada, assim como em outras infecções respiratórias. “A aspirina já demonstrou efeitos perigosos – [é preciso ter] essa prudência e não recomendar como antitérmico e como analgésico. É contraindicado”, lembra.

Bem Estar, via Globo

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