Finanças

TCU confirma que Receita acessou ilegalmente dados de Flávio Bolsonaro

O documento: pela primeira vez, o Fisco admite ter violado as informações de contribuintes classificados como “pessoas expostas politicamente”. Foto: Reprodução/Veja

Em fevereiro de 2019, VEJA revelou que o ministro Gilmar Mendes, o atual decano do Supremo Tribunal Federal, estava sendo investigado pela Receita. Não apenas ele, mas também sua mulher, seus parentes e até a mãe, que já havia falecido havia alguns anos. O procedimento foi considerado ilegal, os fiscais responsáveis pela devassa foram punidos e o caso, encerrado. O magistrado era considerado um crítico dos métodos da Lava-Jato e essa teria sido a razão para que um grupo simpático à operação, em represália, investisse contra ele e a família. Na época, surgiram rumores de que outros figurões da República, outros juízes e advogados também teriam sido vítimas da mesma ação clandestina, o que deu origem a várias frentes de apuração para tentar comprovar as suspeitas. Uma delas, instaurada no início deste ano pelo Tribunal de Contas da União (TCU), puxou o fio do que pode vir a ser uma grande meada.

Nos últimos meses, em sigilo, uma equipe de técnicos do TCU realizou uma inspeção na Receita Federal e no Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) para verificar se os dois órgãos teriam acessado ilegalmente e usado para algum fim informações fiscais e financeiras de autoridades da República. VEJA teve acesso ao relatório elaborado pelos auditores. As suspeitas se confirmaram: a Receita admitiu pela primeira vez que seus servidores bisbilhotaram contribuintes sem autorização judicial nem qualquer motivação legal que justificasse a violação. A história fica mais intrigante quando se descobre que na lista dos alvos estão pelo menos seis “pessoas expostas politicamente”, as chamadas PEPs, sigla usada pela burocracia para definir os contribuintes que ocupam importantes cargos públicos. O enredo ganha ingredientes de escândalo quando se revela que uma das PEPs é filho do presidente da República, o senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ).

Provocados pelo Ministério Público, os auditores do tribunal começaram a vasculhar em março os procedimentos da Receita e do Coaf. Descobriram que, entre 2018 e 2020, o órgão havia instaurado oito processos administrativos disciplinares para apurar possível acesso imotivado de servidores a dados de contribuintes. Destes, seis envolviam a violação de dados de “pessoas expostas politicamente”. A Receita confirmou que, desses seis processos, quatro já haviam sido concluídos, foram devidamente comprovados os acessos ilegais e punidos os servidores envolvidos na bisbilhotagem. O relatório cita o nome de apenas um dos alvos — exatamente o do senador Flávio Bolsonaro. Os auditores informam que não foi possível aprofundar o caso.

ALVO - Flávio Bolsonaro: servidor que acessou dados do senador foi punido – Pedro França/Agência Senado

Investigado por suspeitas de se beneficiar de um esquema que ficava com parte do salário de funcionários quando era deputado estadual no Rio, o senador sempre argumentou em sua defesa que seus sigilos bancário e fiscal haviam sido quebrados de maneira ilegal pelo Ministério Público fluminense. Em março passado, os auditores do TCU se reuniram com equipes da Receita para tratar especialmente do caso Flávio e pediram, entre outras coisas, acesso à identidade dos funcionários que acessaram a base de declarações do senador entre 2016 e 2018, período em que o MP acusa o filho mais velho do presidente de praticar a rachadinha em seu gabinete. Por força de uma liminar do STF, a auditoria não foi autorizada a ter pleno acesso às informações da Receita. Os técnicos, porém, confirmaram que um único servidor, por mais de uma vez, consultou clandestinamente o banco de dados do imposto de renda do parlamentar. O funcionário foi punido com pena de suspensão.

A Receita pode — e deve — analisar a situação fiscal de qualquer contribuinte e, assim como bancos, joalherias ou corretoras de imóveis, que são instados a alertar as autoridades sobre transações suspeitas, tem a obrigação de investigar indícios de movimentações financeiras duvidosas. O Fisco, porém, não pode selecionar alvos nem acessar informações sem um motivo formal. Por quase sessenta dias, os técnicos do TCU investigaram a atuação da Receita e do Coaf, reuniram-se com servidores dos dois órgãos e esquadrinharam como as duas autarquias tratavam os dados de cada um dos 72 102 contribuintes classificados como “politicamente expostos”. Fazem parte dessa lista vereadores, deputados, senadores, funcionários de órgãos estratégicos, como a Presidência da República, além do próprio presidente Jair Bolsonaro.

Desde que ocorreu o episódio envolvendo o ministro Gilmar Mendes, o Tribunal de Contas tenta obter acesso ao banco de dados da Receita. Na primeira incursão, em 2019, a autarquia chegou a informar que, entre 2014 e 2019, 2 253 agentes públicos ou pessoas relacionadas a eles haviam sido alvo de processos fiscais. Logo depois, diante da insistência dos auditores em aprofundar as investigações, a Receita recorreu à Justiça e obteve uma liminar para não informar o nome dos contribuintes. Foi apenas agora, a partir de uma representação junto ao TCU do procurador do Ministério Público Lucas Furtado que o tribunal conseguiu avançar, descobriu as investigações clandestinas contra Flávio e outras autoridades e ainda apurou que existe uma falha no sistema que pode estar servindo de janela para que os dados fiscais de magistrados, como no caso de Gilmar Mendes, sejam acessados sem chamar atenção e sem deixar muitos rastros.

ESTADO PARALELO - O ministro Gilmar Mendes: ele, sua esposa, seus parentes e até a mãe, já falecida, foram enredados em uma investigação ilegal da Receita Federal – Mateus Bonomi/AGIF/AFP

Tanto na Receita quanto no Coaf existem dispositivos de segurança que disparam alertas e requisitam autorizações especiais em caso de acesso a dados de pessoas expostas politicamente. O obje­ti­vo é evitar que esses procedimentos sejam usados para fins políticos, de perseguição ou de intimidação. De acordo com o TCU, ministros, juízes, desembargadores, promotores e procuradores não estão incluídos na lista de PEPs. Por isso ocorrem casos como o de uma juíza de Brasília que passou pelo constrangimento de sofrer uma devassa fiscal após receber uma herança. A Corregedoria da Receita, o Tribunal de Contas e o Ministério Público suspeitam que Gilmar Mendes e Flávio Bolsonaro sejam apenas dois personagens de uma extensa lista de figurões da República investigados clandestinamente. O senador não quis se manifestar sobre o relatório. Para o procurador Lucas Furtado, qualquer acesso indevido a dados fiscais, sejam os alvos autoridades ou não, deve ser punido de forma exemplar. “O sigilo no Brasil não pode ser transformado em esconderijo contra investigações, mas, se não houver autorização legal, ninguém pode ter sua vida devassada e exposta, o que vale tanto para o cidadão comum quanto para o filho do presidente.”

Veja

Opinião dos leitores

  1. A quadrilha chamada PT aparelho o estado em todoscos sentidos, para se perpetuarem no poder, típicos de ditaduras. Simplesmente vermes canalhas!

  2. Os comentários desses arautos do nada com coisa nenhuma, José Tomaz e Manoel F está além da insanidade é pura demência com desvio moral, apologia a desordem e crime de calúnia e difamação. Apontam nos outros tudo que seus corruptos de estimação praticam

    1. A mais pura verdade Armadio, dois idiotas de primeira grandeza, vai ver que no passado tinham seus nomes no bolsa família, estavam inscritos para receber uma gleba de terra do MST ou viviam das boquinhas do estado.

  3. Acharam mais quantos apartamentos? Salas comerciais? Lojas de chocolate 🍫?
    As rachadas já chegaram no senado?
    Quantas mansões de 6,1 milhões ele comprou?

  4. Deixem esse Senador “honesto e trabalhador” em paz, afinal ele e sua família nunca fizeram rachadinha nem multiplicaram o patrimônio dezenas de vezes né?! Coitadinhos…

    1. Os dois aqui mané e Ze, são iguais a culhões.
      Andam juntos, quando um rincha o outro solta pêido.
      Rsrs…

    2. Albino esses são os idiotas úteis, qualquer dez conto ou um pedaço de carne, eles vão passar o tempo destilando baboseiras, Isso é da natureza dos idiotas amestrados pelo encantador de asnos.

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Polícia

Com mandados no RN e mais quatro estados, PF investiga organização responsável por negociar ouro ilegalmente

Foto: Imagem de Arquivo/Agência Brasil

Mais de 150 policiais federais cumprem desde as primeiras horas desta manhã 85 mandados judiciais contra investigados na Operação Hespérides, deflagrada nesta sexta-feira (6) pela Polícia Federal (PF), para combater uma organização criminosa que seria responsável pelo comércio ilegal de pelo menos 1,2 tonelada de ouro. De acordo com a PF, o montante representa mais de R$ 230 milhões, em cotação atual.

Os mandados estão sendo executados em endereços ligados ao grupo criminoso nos estados do Amazonas, Rio Grande do Norte, de Rondônia, Roraima e São Paulo. As ordens judiciais foram expedidas pela 4ª Vara Federal de Roraima. A Justiça determinou também o bloqueio de até R$ 102 milhões dos investigados. São 17 mandados de prisão preventiva, cinco de prisão temporária, 48 buscas e apreensões e 15 sequestros e bloqueios de bens.

Segundo a PF, as investigações começaram em setembro de 2017, após apreensão de aproximadamente 130 gramas de ouro no Aeroporto de Boa Vista, destinados a uma empresa em São Paulo. Uma nota fiscal de compra de “sucata de ouro” acompanhava o metal, sendo verificado pela PF que se trataria de um documento falso.

“Os indícios constantes inquérito policial apontam que o grupo criminoso seria composto por venezuelanos e brasileiros que, residindo em Roraima, comprariam ilegalmente ouro extraído de garimpos da Venezuela e de garimpos clandestinos do estado”, diz a PF.

De acordo com a PF, as Hespérides, que dão nome à operação, são deusas da mitologia grega responsáveis por cuidar do pomar onde a deusa Hera cultivava macieiras que davam frutos de ouro. Elas, porém passaram a comer os frutos que deveriam guardar, fazendo com que Hera colocasse um dragão eterno, que nunca dormia, para guardar o pomar. mitologia grega.

Agência Brasil

 

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Diversos

CREF informa que em 10 meses, 187 pessoas foram flagradas no RN trabalhando ilegalmente como educadores físicos

Foto: Cref/Divulgação

O Conselho Regional de Educação Física no Rio Grande do Norte divulgou que fiscais flagraram 187 pessoas exercendo ilegalmente a profissão de Educador Físico no estado entre os meses de janeiro e outubro de 2019.

Segundo o CREF, a maior parte dos flagrados é formada por estudantes que ainda não terminaram a graduação em educação física e sem registro no Conselho. Não bastasse, além de trabalhar na função de personal trainer, muitas dessas pessoas também ofereciam serviços de consultoria pela internet.

O CREF informa que essa atividade ilegal pode causar problemas à saúde dos clientes e é considerada contravenção penal, podendo resultar em prisão. Pessoas identificadas atuando ilegalmente como Profissional de Educação Física são denunciadas ao Ministério Público e podem ser punidas pela justiça. O exercício ilegal da profissão é considerado contravenção penal prevista no artigo 47 da lei das contravenções penais, decreto de lei número 3688/41, com pena de prisão de 15 dias a três meses ou multa.

O CREF, por fim, destaca que uma forma fácil de identificar um Profissional de Educação Física devidamente habilitado é pedindo que ele apresente a Cédula de Identidade Profissional, um documento emitido pelos Conselhos Regionais de Educação Física.

Opinião dos leitores

  1. A profissão Educação Física está crescendo exponencialmente devido a busca na melhoria da qualidade de vida por parte da população. No entanto, isso tem atraído todo tipo de aventureiro, principalmente essas demandas formadas mais recentemente 100% Ead. Está uma verdadeira bagunça generalizada. A sorte que existe o CREF pra averiguar e fiscalizar as irregularidades da profissão como, por exemplo, inúmeros Personais sem formação. Parabéns ao CREF pela sua serventia em prol da Profissão de Educação Física e da sociedade.

  2. Bolsonaro tem q acabar com esses conselhos. Muitos são verdadeiros caça-níqueis. O cara faz um curso meia boca de seis meses, depois mandam o coitado assinar um papel, 4 anos depois chega a conta do conselho e o desavisado trabalhando em outra coisa completamente diferente. Bolsonaro está de olho em vcs. Preparem o lombo q vem porrada.

    1. Que comentário sem pé nem cabeça esse de LUCA. Que danado tem haver Bolsonaro com concelhos ou cursos de seis meses? Kkkkkkk Esse camarada tá igual a rádio fora de estação….

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Jornalismo

VÍDEO: BG comenta reintegração de posse de terreno em São Gonçalo que retirou famílias que moravam ilegalmente

Confira o comentário do BG sobre reintegração de posse de terreno em São Gonçalo do Amarante, na Grande Natal, que retirou famílias que moravam ilegalmente. Trecho direto do programa Meio-Dia RN nesta quinta-feira(08).

Opinião dos leitores

  1. Vixe a "desembargadora" Fátima tá com tudo. Mandato Judicial agora tem que passar por ela antes de ser cumprido. Algum já disse a desembargadora"que mandato judicial não se discute e sim se cumpre. Com a palavra a justiça Federal e Estadual.

  2. Virgem, pense numa Paraíba forte, agora, com esse decreto novo. A Governadora usurpa os poderes do judiciário, e a polícia só vai obedecer depois que ela (máquina mortífera bokus) se manifestar. Tá com a gota, não paga a quem deve, vive dançando nas festas, sacaneando os servidores, fornecedores e agora se arvora a autoridade máxima.

  3. Pronto, agora vai. Quer dizer se houver uma ordem judicial, por exemplo para que um de seus secretários tenham que cumprir uma determinação, neste caso, tem que passar pelo crivo da governadora. Vixe…….????

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