Política

Impeachment de Dilma pode ter decisão final em agosto, diz relator

742012215-dilmaPor interino

O processo de impeachment contra a presidenta afastada Dilma Rousseff poderá ter decisão final em agosto. A previsão tem como base o cronograma de trabalho apresentado nesta quarta-feira (25) pelo relator da agora chamada Comissão Processante do Impeachment, Antonio Anastasia (PSDB-MG).

Segundo Anastasia, o prazo de 20 dias dado a Dilma para apresentação de uma nova defesa prévia termina no dia 1º de junho. O tempo começou a contar a partir do dia 12 de maio, quando ela foi notificada da decisão do Senado pela admissibilidade do processo de impeachment.

Também no dia 1º de junho, os senadores poderão apresentar requerimentos para indicação de testemunhas e de provas pelos membros da Comissão.

No dia 2 de junho, o relator pretende apresentar, discutir e votar seu parecer sobre provas e diligências. O calendário prevê ainda entre os dias 6 e 17 de junho, a oitiva de testemunhas, esclarecimentos do perito e juntada de documentos.

Para o dia 20 de junho, está previsto o interrogatório de Dilma Rousseff na comissão, quando ela poderá comparecer ou ser defendida por um advogado. De 21 de junho a 5 de julho, alegações escritas dos denunciantes deverão ser apresentadas. Já os argumentos escritos em defesa de Dilma podem ser apresentados ao colegiado de 6 a 21 de julho.

A leitura do relatório final de Anastasia na comissão sobre a fase de pronúncia está prevista para 25 de julho. No dia seguinte, 26 de julho, o documento será discutido na comissão, e no dia 27, a expectativa é que o parecer – que pode ser favorável ou não à pronúncia do processo – seja votado. A ideia do relator é que a decisão da comissão seja lida em sessão no plenário da Casa em 28 de julho. A partir daí, deve haver, no mínimo, 48 horas de intervalo para julgamento do parecer em plenário. Pelas contas do relator, isso deverá ocorrer em 1 ou 2 de agosto. Mais uma vez, tanto na comissão quanto no plenário, a votação será por maioria simples, metade mais um dos senadores presentes na votação.

A partir desta fase, no plenário do Senado, quem vai presidir o julgamento é o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski. O ministro também será o responsável por dar a palavra final sobre questões de ordem que não forem resolvidas na Comissão Processante.

Com a votação da segunda fase de pronúncia no plenário do Senado, o processo segue para a a última votação, também sob a presidência do presidente do Supremo. Nessa para afastar definitivamente Dilma Rousseff do cargo de presidente da República são exigidos 2/3 dos votos, ou seja, o apoio de 54 dos 81 senadores.

Vistas

Senadores do PT reclamaram da pressa em julgar o processo e o presidente da comissão acatou o pedido de vistas do calendário apresentado pela senadora Gleisi Hoffmann (PT-SC). O calendário deve ser confirmado ou ajustado na próxima reunião da comissão na próxima quinta-feira (2).

Agência Brasil

Opinião dos leitores

  1. Ainda tem muita água para rolar debaixo da ponte.
    A plutocracia sabe disso. Temem que o povo ao ser informado das "novidades" do que vem por ai literalmente se revolte.
    Vamos para frente…

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Política

HISTÓRICO: Maioria aprova em votação na Câmara seguimento em processo do impeachment de Dilma

A Câmara dos Deputados aprovou há pouco a abertura do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT). A barreira de 2/3 dos votos necessários da Casa para a continuação do rito foi atingida.

A votação continua, mas 342 parlamentares, entre os 513 da Casa, já votaram a favor.

A derrota na Câmara não significa o afastamento imediato de Dilma. A decisão dos deputados precisará ainda ser confirmada por maioria simples pelo Senado, o que deve acontecer até o início de maio.

Na primeira etapa do processo, que durou 43 horas, quase 120 deputados discursaram.

Em São Paulo, manifestação a favor do impeachment reuniu 250 mil pessoas na avenida Paulista, de acordo com o Datafolha. Ato contra a saída da presidente Dilma teve 42 mil pessoas no Vale do Anhangabaú.

O QUE ACONTECE AGORA

O processo seguirá para o Senado dias após a votação (possivelmente, entre 18 e 19 de abril) e uma comissão será formada para avaliá-lo. Só o Senado pode processar e julgar um presidente da República.

É preciso avaliar de novo?

Sim. O trabalho no Senado é diferente do que já foi feito, uma vez que a comissão da Câmara só avalia a admissibilidade, ou seja, se o processo tem condições ou não de seguir. A comissão do Senado deve se reunir entre os dias 21 de abril e 02 de maio. O parecer final é encaminhado ao plenário para uma nova votação. O processo só deve continuar se 41 dos 81 senadores (maioria simples) concordarem com ele.

E se o Senado aceitar o pedido?

A presidente é afastada por um período de 180 dias e o vice-presidente Michel Temer assume o cargo. Dilma recebe um prazo de 20 dias para apresentar nova defesa.

Dilma deve deixar o Palácio da Alvorada?

Não. Como explica Flávio de Leão Bastos Pereira, professor de Direito Constitucional do Mackenzie, a presidente não é obrigada a deixar a residência oficial durante o período que não exerce a presidência. Durante o afastamento, no entanto, ela recebe apenas metade de seu salário (que atualmente é de R$ 30.934,00).

E por quanto tempo o Senado pode julgar a presidente?

Os senadores dispõem de 180 dias para julgar se Dilma é responsável pelos crimes de responsabilidade apontados no processo. Se eles decidirem usar todo o tempo, o processo termina em outubro deste ano.

Como funciona a votação final?

A sessão é presidida pelo ministro do Supremo Tribunal Federal. O impeachment é aprovado se dois terços dos senadores (54 dos 81) votarem a favor. Se Dilma for condenada, perde o mandato e se torna inelegível por oito anos. Se for absolvida, volta automaticamente ao cargo e recebe o valor que deixou de receber enquanto estava afastada.

UOL, e Folha de SP

Opinião dos leitores

  1. Booooraaaa! Pra cima do senado! Faz as malas, Dilma. Vai pra caixa prego e não volte! E se Temer, pisar na bola… pra cima dele!

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Política

Em retaliação a PT, Cunha ameaça deflagrar impeachment de Dilma

Com a decisão dos deputados federais petistas de votar pelo prosseguimento da cassação de seu mandato, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), reuniu seu grupo de aliados para discutir a deflagração do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.

Segundo relatos de presentes, o peemedebista colocou sobre a mesa do gabinete da presidência quatro pedidos de impeachment com pareceres prontos, entre eles o apresentado pelo Solidariedade e o protocolado por Hélio Bicudo, Miguel Reale Júnior e Janaina Paschoal.

O peemedebista disse que considera dar prosseguimento a um dos pedidos até a próxima terça-feira (8), quando o Conselho de Ética da Câmara dos Deputados deve decidir se dará ou não prosseguimento à representação que pede a cassação de seu mandato.

Em conversas reservadas, Cunha queixou-se do fato do Palácio do Planalto ter informado a ele na manhã desta quarta-feira (2) que o acordo de trégua no Conselho de Ética estava mantido.

Segundo a reportagem apurou, após a decisão dos parlamentares petistas, o governo federal voltou a entrar em contato com ele para dizer que a decisão do partido não era definitiva e que, até terça, o Palácio do Planalto tentaria reverter o quadro.

Cunha, no entanto, tem dito a aliados e a correligionários que não acredita na possibilidade de reviravolta.

Com o placar apertado, os aliados do peemedebista deram início nesta quarta-feira a movimento para tentar angariar votos no DEM e no PTB pelo arquivamento do processo de cassação.

Pelas sondagens que fez, Cunha não acredita ser possível reverter os votos do PSDB, que já anunciou no Conselho de Ética que votará pela admissibilidade.

CONTRA CUNHA

Após uma longa negociação de bastidores, a bancada do PT na Câmara dos Deputados cedeu à pressão de sua militância e do presidente da legenda, Rui Falcão, e decidiu no início da tarde desta quarta que irá votar pela continuidade do processo de cassação do presidente da Câmara dos Deputados.

Os votos dos três integrantes do PT no Conselho de Ética (que reúne um colegiado de 21 deputados federais) são considerados cruciais para definir se o processo contra Cunha segue ou será arquivado.

A mudança de posição dos petistas, que até então estavam inclinados a fechar com Cunha, tem potencial explosivo no Congresso.

Folha Press

Opinião dos leitores

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Política

Oposição usará CPIs para acelerar impeachment de Dilma

Após coletar mais de 800 mil assinaturas na internet em apoio ao movimento pró-impeachment, partidos de oposição na Câmara definiram nesta segunda (14) estratégia para acelerar o processo de afastamento da presidente Dilma Rousseff (PT).

Além de endossar o pedido de impeachment feito pelo advogado e ex-petista Hélio Bicudo, que deve ser reapresentado na quinta (17), os deputados pretendem desestruturar na próxima semana a tropa de choque do Planalto e causar o que chamam de “dias de caos”.

O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), devolveu nesta segunda (14) todos os 13 pedidos de afastamento que tramitavam na Casa para adequação de “requisitos formais”.

No mesmo dia, o líder do PSDB na Casa, Carlos Sampaio (SP), visitou Bicudo em São Paulo para discutir o aprimoramento do documento e sua readequação às normas do Congresso.

Nesta terça (15), a oposição vai se reunir para decidir se só apoia ou se assina junto com o jurista o pedido de afastamento. Em seguida, a decisão será levada a Cunha.

Já existe um acordo sobre o que deve ser feito assim que for apresentado o pedido de impeachment. A ideia é que, para se isentar do ônus político da decisão, o peemedebista negue o pedido de impeachment, o que gerará um recurso ao plenário. É aí que entrará em prática a estratégia para desestabilizar a base aliada da presidente.

Em uma operação casada, as três CPIs da Câmara controladas por Cunha –Petrobras, BNDES e Fundos de Pensão– devem colocar em votação simultânea requerimentos polêmicos, entre eles a convocação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Com o apoio de Cunha, o movimento visa forçar a tropa de choque governista a concentrar sua atuação nas CPIs, afastando-a do plenário da Casa e tirando seu foco da votação do recurso de impeachment da presidente, cuja aprovação se dá por maioria simples.

Folha Press

Opinião dos leitores

  1. Atenção brasileiros! Temos duas soluções simples e que tornará desnecessária a criação da CPMF, aumento de impostos ou gasolina, e suspensão de concursos públicos: CANCELA o bolsa família (esmola) economizando bilhões de reais…mas pra a população mais pobre não ficar sem ajuda, pra não ficarem revoltados e os jovens nao sofrerem e não ficarem ser ir p escola…temos uma solução. Pega 1/3 dos bilhões gastos c esse programa e transforma todas as escolas de todo o Brasil em escolas militares. Já existem sistemas desses bem sucedidos no Brasil. E todas c tempo integral, com 3 refeições (café, almoço e jantar). E ministrar cursos (inglês, informática, etc) aos alunos e também aos pais (profissionalizantes), e criar bolsas em parceria c a iniciativa privada e dar empregos aos pais! Assim acabaria c violência nas escolas, c o consumo de drogas tb! E todos, tanto pais e alunos ficariam c dinheiro no bolso, alimentados, educados e felizes! Divulguem aos políticos e pra Comunista!!!! SEEELVA!!!!!!!

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Política

Oposição acerta com Cunha estratégia para impeachment de Dilma; confira o que pode dar certo ou errado

EduardoCunha-Foto-AlexFerreira-Camara-dos-Deputados-20ago2015-1024x671(Foto: Alex Ferreira/Câmara dos Deputados)

Ideia é que presidente da Câmara arquive os pedidos

Imediatamente, siglas de oposição recorrerão ao plenário

Basta maioria simples para vencer e fazer processo andar

A oposição já definiu qual a melhor estratégia para levar adiante o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.

Tudo foi discutido de maneira intensa ontem (20.ago.2015), enquanto o Palácio do Planalto, ministros governistas e muitos petistas e simpatizantes comemoravam nas ruas a denúncia contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), por causa da Lava Jato.

Em salas adjacentes à presidência da Câmara, deputados de partidos oposicionistas decidiram ressuscitar uma estratégia pensada (e depois quase esquecida) há cerca de 2 meses. Diante da conjuntura atual, o ideal será voltar a recomendar a Eduardo Cunha que arquive os pedidos de impeachment que estão sob sua análise.

Pode parecer contraintuitivo que a oposição esteja sugerindo o arquivamento e ao mesmo tempo desejando o impeachment. Mas há uma lógica cristalina por trás dessa estratégia. Funciona assim:

1) o poder de Eduardo Cunha: o presidente da Câmara (qualquer um que ocupe o cargo) é quem recebe eventuais pedidos de impeachment contra o presidente da República. Tem poder absoluto sobre o processo enquanto tudo está em suas mãos. A decisão inicial é unipessoal.

Há 3 opções para o comandante da Câmara: a) “receber” (na acepção jurídica do termo) e mandar o processo de impeachment andar; b) rejeitar o pedido e mandá-lo para o arquivo; c) não fazer nada, pois não existe prazo legal que o obrigue a tomar uma decisão dentro de algum prazo definido.

Hoje, se Eduardo Cunha aceitar algum pedido de impeachment contra Dilma poderia ser acusado (e vai ser) de estar retaliando contra o Palácio do Planalto, a quem acusa de estar por trás da acusação da Lava Jato.

Se não fizer nada, Cunha será então acusado de capitular ao poder do governo e de tentar fazer um acordão para se livrar da Lava Jato. Esse seria o melhor dos mundos para o Planalto, que ontem (20.ago.2015) vendeu a versão de uma iminente desidratação do peemedebista e consequente enfraquecimento da tese do impeachment . Os “spin doctors” palacianos fizeram um eficaz trabalho de disseminação desse raciocínio para a mídia em geral (títulos de reportagens hoje em veículos impressos: “Impeachment perde força após a denúncia, avaliam ministros”, “Cunha tentará ‘incendiar’ a Câmara, mas perderá credibilidade para tal” e “Planalto vê impeachment mais fraco após denúncia”).

Mas se optar pela terceira opção e arquivar os pedidos de impeachment, Cunha estará dando um “nó tático”, como se diz no futebol, em todos os que imaginaram saídas convencionais. Não poderá ser acusado de perseguir Dilma Rousseff (afinal, arquivou os pedidos).

2) a rejeição é o caminho mais rápido: no mesmo dia em que a rejeição de Cunha aos pedidos de impeachment se tornar pública (a oposição deseja que isso se dê já na semana que vem), algum deputado anti-Dilma apresentará um recurso contra o arquivamento. Esse recurso precisa ser apresentado ao plenário da Câmara. Basta maioria simples para obter vitória.

A maioria simples se dá quando metade dos 513 deputados já registraram presença. Ou seja, bastam 257 no plenário. Nessa hipótese, 129 votos já seriam suficientes para colocar o processo do pedido de impeachment em andamento.

O governo tem perdido quase todas as disputas na Câmara. Uma votação como essa é muito mais fácil para a oposição do que para o Planalto.

Nessa estratégia, Eduardo Cunha fica preservado num momento em que está se defendendo da denúncia de envolvimento na Lava Jato (eis a íntegra da acusação).

A única forma de Eduardo Cunha colaborar de maneira eficaz com o governo seria não fazendo nada. Teria de não se pronunciar a respeito dos pedidos de impeachment: não manda para a frente nem arquiva. Ele tem poder para agir assim. O Regimento Interno da Câmara não fixa prazo para que o presidente da Casa tome uma decisão quando recebe pedidos de impedimento contra o presidente da República.

Nos últimos anos, os pedidos que chegam são sempre ignorados por muito tempo. Depois, são arquivados –por serem ineptos e não terem fundamentos legais. Isso dificulta a vitória de algum recurso contrário ao arquivamento e apresentado ao plenário. Só que agora Cunha tomou uma providência: pediu que a assessoria da Câmara verificasse todos os problemas formais e perguntou aos autores se desejariam fazer alguma correção. Muitos fizeram isso.

Na avaliação dos técnicos da Câmara, 2 ou 3 pedidos de impeachment atendem a todos os requisitos técnicos.

Se Cunha concordar em rapidamente mandar arquivar todos os pedidos, a oposição escolherá um deles para ser debatido no plenário.

O QUE DIZ O REGIMENTO

O artigo 218 do Regimento Interno da Câmara tem 2 parágrafos mais relevantes para sustentar essa estratégia da oposição.

O parágrafo 3º diz que “do despacho do presidente que indeferir o recebimento da denúncia caberá recurso ao plenário”.

Ou seja, quando Cunha rejeitar os pedidos de impeachment e mandar arquivá-los, a oposição poderá recorrer ao conjunto total dos deputados da Casa.

Como o parágrafo 3º não especifica como será a votação (fala só em “recurso ao plenário”), a regra nesses casos é adotar a maioria simples –o caminho mais fácil para a oposição.

Depois da votação em plenário, se a maioria dos deputados reverter o arquivamento promovido por Cunha (cenário mais provável na conjuntura atual), o processo de impeachment começa a tramitar de maneira irreversível –e muito rápida.

É que o parágrafo 4º do artigo 218 do regimento dos deputados afirma que “do recebimento da denúncia será notificado o denunciado para manifestar-se, querendo, no prazo de dez sessões”.

Ou seja, uma vez o plenário –por maioria simples– dizendo que o pedido de impeachment contra Dilma deve ser analisado, nada mais poderá ser feito. A presidente teria de apresentar sua defesa a uma comissão especial, que daria seu parecer em até 5 sessões. É um processo sumário e muito rápido.

Depois que a comissão apresenta seu parecer, o assunto entra na “ordem do dia” da Câmara em 48 horas. Eis o artigo que trata de impeachment no Regimento Interno da Câmara.

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No plenário, quando o impeachment vai de fato ser apreciado, o cenário é mais difícil para a oposição. São necessários 342 votos: dois terços dos votos dos 513 deputados para que a presidente da República seja impedida –afastada do cargo até que o Senado julgue o processo em definitivo.

A decisão no plenário da Câmara, segundo o regimento da Casa, é “por votação nominal, pelo processo de chamada de deputados”. Trata-se do sistema no qual o congressista é chamado pelo nome, caminha até o microfone, faz um minidiscurso e declina o seu voto. Tudo transmitido ao vivo pelas TVs. É o momento da glória para os políticos interessados em autopromoção, fazer populismo e pensar muito mais em si próprios do que no país.

O QUE PODE DAR ERRADO PARA A OPOSIÇÃO

Eduardo Cunha pode se recusar a entrar nessa estratégia. Ele tem sido ambíguo nas suas conversas com deputados de oposição. Tudo está nas mãos do presidente da Câmara.

COMO O GOVERNO PODE REAGIR

Se Cunha aceitar arquivar os pedidos, permitindo o questionamento em plenário, será necessária uma manobra muito grande para impedir a instalação da comissão especial que analisará o tema.

O governo hoje mal consegue indicar seus deputados para integrar o comando de CPIs relevantes como a do BNDES e dos fundos de pensão. Não há, no momento, energia no Planalto capaz de manobrar para impedir a instalação de uma comissão especial.

A esperança do governo é o Supremo Tribunal Federal. Haveria uma disposição do STF para barrar a progressão de um processo de impeachment, por considerar que não existe o fato concreto que configure o “crime de responsabilidade” de Dilma Rousseff. Seria uma saída para o Planalto, mas com desgaste político gigantesco: 2 Poderes da República (Legislativo e Judiciário) teriam de duelar em público.

Tudo considerado, é claro que ainda continua intangível essa hipótese de prosperar um processo de impeachment. Só que continua a existir disposição entre os oposicionistas. A popularidade presidencial segue no chão. A recessão econômica entra na sua fase mais dramática neste 2º semestre de 2015. E Eduardo Cunha é dado a estratégias heterodoxas (pode aceitar a “bruxaria” do arquivamento dos pedidos de impeachment).

Se o plano da oposição seguir em frente, mesmo que o impeachment não venha, haverá enorme desgaste do Planalto. A administração federal petista terá de suar até debelar por completo o problema. Gastará energia vital que poderia ser usada para tentar recuperar a economia, fazer o país andar e melhorar a conjuntura geral. Mas tudo isso teria de ser adiado porque a prioridade número 1 será salvar Dilma Rousseff e mantê-la na cadeira.

UOL, via Blog Fernando Rodrigues

http://fernandorodrigues.blogosfera.uol.com.br/2015/08/21/oposicao-acerta-com-cunha-estrategia-para-impeachment-de-dilma/?cmpid=fb-uol

Opinião dos leitores

  1. Com certeza essa é oposição mais fraca e sem ação desde que houve a invenção da roda, pois se são aqueles que se vestem de vermelho, pintam as caras e mobilizam sindicatos, agremiações até de jogo de gamão, já teríamos outro governante e quem sabe daria um rumo mais digno ao nosso país.

  2. Nesse bate e rebate entre Dilma e Cunha, vai ter muita água para rolar e estragos a serem feitos.
    Eduardo Cunha agora tem pressa e aprovar a "agenda negativa" do governo, briga de gente grande.
    Falaram em acabar a corrupção só do PT? Não! O detalhe é que o PT passou 20 anos prometendo acabar com a corrupção e o que fez? Elevou a corrupção a um patamar tão alto que numa conta rápida, somando tudo que já foi apurado por corrupção na história do Brasil, não chega a 50% do que o PT desviou em 12 anos. Dando uma ideia?
    O QUE FOI DESVIADO DARIA PARA CONSTRUIR 10 ESCOLAS EM CADA CIDADE BRASILEIRA.

  3. Continua o choro dos Aécistas. Querem acabar com a corrupção só do PT. Esqueçam o Impeachment e gastem energia na luta pelo fim da corrupção geral não só da classe política, como em todas as esferas da sociedade. Lutem por criação de leis mais rígidas para os corruptos e corruptores. E se preparem para ganhar as eleições no voto, pois na marra o povão não vai deixar. Vendo José Rabo de Palha falar ontem foi engraçado: "Uma simples denúncia não quer dizer que Eduardo Cunha é culpado…". Se fosse alguém do PT já estaria condenado né Zé!!!

  4. Tudo que o povo brasileiro quer é exatamente isso: IMPEACHMENT em dilma e fora PT. A Camargo Correia disse hoje que vai devolver aos cofres públicos 700 MILHÕES. Será que esse dinheirinho foi para o meu bolso ou para o seu? É chegada a hora do povo voltar as ruas e exigir a prisão de Lula e do resto dos quadrilheiros que ainda estão soltos. Qual é o partido mais corrupto da história do Brasil?

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Polêmica

Michel Temer considera “impensável” impeachment de Dilma

635653795657267937Foto: Fernando Alvarado – EFE

O vice-presidente Michel Temer afirmou nesta quinta-feira, em Madri, que considera “impensável” um impeachment da presidente Dilma Rousseff, depois dos recentes protestos contra o governo.

Temer está na capital espanhola como um dos principais convidados do Fórum de Líderes, evento organizado pela Agência Efe e pela empresa de consultoria KPMG, do qual também participou o ministro de Relações Exteriores da Espanha, José Manuel García-Margallo.

O vice-presidente disse que não há “condições jurídicas” para essa cassação, já que, segundo sua opinião, não há nenhuma das situações previstas pela Constituição neste sentido.

Temer afirmou que “compreende os movimentos políticos” que acontecem no Brasil, em referência aos protestos contra o governo.

“É natural que a oposição se mobilize”, afirmou Temer, embora ressaltando que um impeachment de Dilma geraria “uma instabilidade institucional que é prejudicial para o Brasil”.

Em relação ao escândalo de corrupção na Petrobras, o vice-presidente disse que “é um assunto preocupante para o Brasil” e que a companhia petrolífera está atuando “com uma transparência absoluta” e pode recuperar sua imagem no Brasil e no mundo.

Terra via EFE

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Diversos

"Vem pra rua" passar a ver o impeachment de Dilma como possível

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Opinião dos leitores

  1. Na verdade não precisa de impechment, sou contra, isso só agravaria a crise ferrenha que estamos passando. Pra resolver, bastava a nossa Presidenta dentuça, praticar um ato de grandeza e RENUNCIAR, era bom para todos, era bom para o Brasil. Tirando os alienados, ninguém esta satisfeito com ela, basta ver as ultimas pesquisas.

  2. Nos últimos quatro meses, o Congresso Nacional contou com o aumento de diversos benefícios para os parlamentares. Os salários subiram 26,6% e chegaram a R$ 33.763,00. Na Câmara dos Deputados também foram elevados gastos com verba de gabinete, auxílio-moradia e cota de atividade parlamentar. O impacto dos ajustes já está no orçamento: o Congresso custará R$ 1,4 milhão a mais por dia em 2015.
    E nós ainda não percebemos essa torneira vazando sem parar?

  3. I M B E C I L !!!!!! pede o impedimento dos prefeitos, governadores, vereadores, deputados estaduais e federais e senadores… estes sim, pode investigar punir e prender acredito que nao sobra 10%
    Dilma coraçao valente… vá em frente presidente… nosso Brasil jamais tera um governo tao bom quanto o seu e o do lula.

  4. Como o pastor evangélico, que fez Marina Silva correr a mudar seu programa de governo depois de algumas tuitadas, Rogério Chequer, líder do movimento Vem Pra Rua, "vai descendo do muro 'impiximoso'" ao dar explicações em particular depois que o astrólogo Olavo de Carvalho o ameaçou chamar de "Chequer SemFunds" e de "Talão de Chequers".

  5. O unico golpe foi dado pela esquerda fajuta bolivariana e seus aliados similares… Nossos impostos nao sao para manter regalias do PT. Chega de mentiras.

  6. PSDB e 'vemprarua' abraçam o terrorismo econômico!
    Ao usar os acordos de leniência que vêm sendo negociados entre as empresas envolvidas na Lava Jato e a União como pretexto para pedir o impeachment da presidente Dilma Roussef, o movimento 'vemprarua', braço tucano de mobilização nas redes sociais, assume a linha defendida pelo ex-governador Alberto Goldman: quanto pior, melhor; o objetivo é quebrar as empreiteiras, provocar desemprego em massa e, assim, com a deterioração econômica, criar as condições para um golpe; estratégia foi explicitada nesta segunda-feira por Rogério Chequer, empresário que até recentemente vivia nos Estados Unidos e tem ligações com a Stratfor, empresa americana de inteligência chamada de "CIA privada"; sobre os acordos de leniência, é evidente que qualquer governo minimamente responsável, em qualquer país sério, tentaria preservar empresas que empregam centenas de milhares de pessoas.

  7. CORRUPÇÃO EM ALTA;
    ECONOMIA EM BAIXA;
    ARROGÂNCIA EM ALTA;
    SAÚDE EM BAIXA;
    PREPOTÊNCIA EM ALTA;
    INDÚSTRIA EM BAIXA;
    VONTADE PARTIDÁRIA EM ALTA;
    GOVERNABILIDADE EM BAIXA;
    GASOLINA BRASILEIRA EM ALTA;
    PETRÓLEO BRASILEIRO EXPORTADO EM BAIXA;
    EMPRÉSTIMO EXTERNO EM ALTA;
    SETOR ELÉTRICO NACIONAL EM BAIXA;
    DISCURSO GOVERNAMENTAL DA SITUAÇÃO EM UTOPIA;
    REALIDADE BRASILEIRO EM BAIXA…

  8. impeachment de Dilma? tenho certeza que não, esse cara tá querendo aparecer, não é só a opinião do movimento “Vem pra rua” que conta existe uma grande parcela que também não quer impeachment, oque ia melhorar com um impeachment? PMDB no poder? ou PSDB? MELHOR NÃO. Tá ruim do jeito que tá? RESPONDO QUE SIM, más, pior seria esses pessoal que quer tomar o poder no tapetão, junto com um monte de empresario igual a esse ai do movimento "vem pra rua", resumindo caro empresário Rogério Chequer "VÁ SE AQUETAR", como diria minha vó.

  9. Idiotas, inocentes úteis, babacas.
    Não é caso de impeachment, bando de jumentos. E, se fosse, Dilma é um desastre, mas Michel Temer é o apocalipse rodeando de bestas do juízo final.

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Política

Bolsonaro anuncia no Facebook ter protocolado pedido de impeachment de Dilma

O deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) publicou nessa quinta-feira (12) em sua conta no Facebook uma foto em que aparece com o dedão para cima, em sinal de positivo para seus seguidores, informando ter protocolado na tarde de hoje um pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT).

“Os fatos que levaram a cassação do ex-presidente Fernando Collor são bem menos graves e inconsistentes que os imputados à Sra. Dilma Rousseff”, comentou na postagem. Publicado há cerca de uma hora, o post tinha mais de 22 mil curtidas e quase 5 mil compartilhamentos.

O pedido, datado de hoje, tem que ser aceito pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), para ser apreciado no Congresso Nacional. No documento, Bolsonaro pede que Dilma perca o cargo de presidente por denúncia de crime de responsabilidade. Apesar de seu partido ser da base governista, Bolsonaro atua como sendo da oposição e se envolve em episódios públicos de embate com petistas, como a deputada Maria do Rosário (PT-RS). Ele também, que é militar da reserva, é autor de diversas falas polêmicas de defesa à ditadura.

190377_4Logo no primeiro item de considerações do pedido de impeachment que protocolou, Bolsonaro já faz uma deferência à ditadura militar. “A história recente da democracia brasileira, garantida durante a necessária intervenção dos governos militares e mantida pelo livre exercício político dos representantes eleitos do povo, registra a destituição de um mandatário do Poder Executivo por crime de responsabilidade.”

Na sequência ele apresenta itens de argumentação de que o caso Collor tinha menor gravidade que a situação de Dilma, acusando-a de “evidente estelionato eleitoral e recorrentes atos de improbidade administrativa”. O pedido diz ainda que a presidente está vinculada ao partido que está há 12 anos no poder com a “compra da fidelidade de aliados” no Legislativo e com “programas sociais que escravizam e corrompem o eleitor”.

Bolsonaro acusa a presidente Dilma de incompetência e leniência ao permitir a “malversação de recursos públicos” no escândalo de corrupção da Petrobras.

Jornal do Comércio com Estadão

Opinião dos leitores

  1. Os fascistas agora têm a quem rastejar na palhaçada do dia 15. Levar esse demente a sério é demais para um ser q se diz "pensante".

  2. Na Fel-lha:
    Alvo da Operação Lava Jato, Cunha se reúne com Gilmar Mendes, do STF
    Peemedebista é um dos 34 congressistas que serão investigados por suspeita de participação no esquema de corrupção da Petrobras
    Integrante da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) que será responsável pela maioria dos processos da Operação Lava Jato, o ministro Gilmar Mendes se reuniu nesta quarta-feira (11) com o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
    O peemedebista é um dos 34 congressistas que serão investigados por suspeita de participação no esquema de corrupção da Petrobras. O encontro, que não estava previsto na agenda, durou menos de 30 minutos.
    (…)

  3. Qualquer manifestação de Bolsonaro já sai ridicularizada logo de cara. Tiro no pé de quem quer o impeachment. Esse cidadão só é levado a sério pelo pessoal saudoso dos anos de chumbos, época em que eles jamais poderiam se manifestar, incluindo palavrões contra a chefe-de-estado, como fazem hoje.

  4. Faz tempo que voto em Branco, mas nesse eu votaria. Ao contrario dos candidatos da esquerda caviar, os empanados, que vivem as custas dos trabalhadores. Melhor ser coxinha trabalhador com a consciência limpa, do que ser alienado empanado vagabundo de consciência suja.

  5. Ainda restam alguns poucos HOMENS nessas terras, que HORAM as calças que vestem e não se vendem a qualquer trocado. Deixou a conveniência política de lado e foi pedir o que 65% do Brasil quer ver. Chega de ROUBALHEIRA, baste de CORRUPÇÃO.
    O CIRCO BRASIL está montado, hoje aqueles que levaram a PETROBRAS A RUÍNA vão as ruas dar apoio a quase falida empresa. Isso deveria ser criminalizado como DEVASSIDÃO EM ALTO GRAU DE EXPOSIÇÃO.
    São os responsáveis pela derrubada da petrobras DEBOCHANDO do povo brasileiro.

  6. Parabéns, Bolsonaro. Aguardamos a sua convocação pública para que os militares voltem ao poder.

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Polêmica

'Não vejo razão neste momento para impeachment de Dilma', diz Alckmin

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), avaliou nesta terça-feira (3) que o governo federal enfrenta uma crise tanto política como ética, mas considerou que não haver razões neste momento para pedir o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT).

O tucano defendeu que é necessário aguardar as investigações feitas pela Operação Lava Jato, que investiga um esquema de corrupção na Petrobras. Para ele, até agora não houve provas de crime de responsabilidade da petista no escândalo.

O governador ponderou, contudo, que se o regime político do país fosse parlamentarista, e não presidencialista, o atual governo tinha caído, “porque perdeu a confiança”.

“Em relação ao impeachment, não vejo neste momento razão para isso. Nós acabamos de sair de um processo eleitoral”, disse. “Se o regime fosse parlamentarista, o governo já tinha caído, porque perdeu a confiança. No presidencialismo, um impeachment é extremamente traumático”, acrescentou.

Em entrevista à rádio Jovem Pan, o tucano observou que é difícil prever os desdobramentos do escândalo na Petrobras, mas considerou que o seu partido, o PSDB, não teme a lista de políticos com foro privilegiado que devem ser alvo de inquérito, que será entregue ao STF (Supremo Tribunal Federal) pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot.

“Nós temos uma crise grave econômica, extremamente difícil. Somada a ela, uma crise política, difícil de prever o desdobramento. E uma crise também de natureza ética, porque é inimaginável uma pessoa de quarto escalão, no primeiro aperto, dizer que devolve US$ 100 milhões. É uma situação difícil”, afirmou, em referência ao ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco, que concordou em devolver a quantia desviada.

O governador lembrou que, quando foi deputado federal, votou pelo impeachment do ex-presidente Fernando Collor (1990-1992), mas observou que, diferente de Dilma Rousseff, o atual senador pelo PTB tinha, à época, pouco apoio no Congresso Nacional.

“O Brasil tem um momento excepcional agora, que é acabar com a cultura da impunidade para o colarinho branco”, defendeu.

O tucano avaliou que as manifestações de rua são “extremamente saudáveis”, mas defendeu que o PSDB não participe de protestos que pedem o impeachment da presidente. Um ato contra o governo federal está marcado para o dia 15 de março, em várias capitais do país.

“O PSDB não vai participar de manifestação, porque ela é da sociedade, é espontânea”, disse.

LULA

O tucano avaliou como “extremamente infeliz” declaração feita na semana passada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em ato em defesa da Petrobras, o petista citou um “exército” comandado por João Pedro Stédile, do MST (Movimento dos Sem-Terra), para defender a atual presidente.

“Tudo que o Brasil não precisa é brasileiro contra brasileiro. É pregar a discórdia. [Lula] Foi extremamente infeliz”, disse o tucano.

Folha Press

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