Diversos

Juíza afirma que remédio para impotência aumentou casos de divórcio entre idosos

Andréa Pacha é juíza e trabalhou mais de duas décadas na vara de família — Foto: TV Globo

O Brasil, que sempre cultivou a autoimagem de país jovem, envelheceu. Atualmente, 14% dos brasileiros têm mais de 60 anos. Daqui a três décadas, esse número irá dobrar. Esses dados nos obrigam a rever o conceito de velhice.

O Conversa com Bial desta segunda-feira, 19/11, recebeu o médico gerontólogo Alexandre Kalache e a juíza e escritora Andréa Pachá para comentar a silenciosa revolução da longevidade. Autora do livro “Velhos São Os Outros”, Andréa afirmou que o lançamento de remédios para disfunção erétil causou um enorme impacto nas relações de pessoas com mais de 40 anos de casados:

“Muitos homens pediram a separação para poder casar novamente com outras mulheres, ter filhos de novos relacionamentos”, explicou.

Ex-diretor de um programa global de envelhecimento da ONU e uma das maiores autoridades em envelhecimento do mundo, Kalache classificou como “tirania” as consequências desse tipo de medicamento na vida de mulheres idosas:

“Elas não acompanham em termo de libido o que os homens [que usam remédios para impotência sexual] querem exigir”.

“Isso tudo revoluciona e pode ter um impacto muito difícil para uma mulher der 60 anos administrar. Quando o que ela mais quer é ter uma estabilidade, mas se vê diante de um divórcio que ela não pediu”.

O médico ressaltou que a geração que “descobriu” a adolescência é a mesma que está criando outra transição. Desta vez da fase adulta para a velhice. O que ele chama de “gerontolescência”:

“Não há nada mais repentino que a velhice. Tem que se preparar para ela”, afirmou.

“A gente nunca se percebe velho. A velhice é uma condição da nossa humanidade”, completou Andréa.

Amor na terceira idade

Aos 78 anos, Liça Bomfim cansou de viver sozinha e decidiu procurar um parceiro em um site de relacionamento para pessoas de sua faixa etária. Na sétima tentativa, encontrou Luiz Rocha, de 79 anos. Juntos há dois anos, o casal lembrou que marcaram um jantar para se conhecer pessoalmente. O encontro terminou com um convite para o motel:

“Felizmente, ela não foi. Achei que era obrigação convidar”, contou Luiz, aos risos.

Quer saber mais sobre o tema? Clique aqui e confira todos os vídeos do programa desta segunda-feira, 19/11!

Gshow

 

Opinião dos leitores

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Saúde

60% dos cariocas usa remédio para ereção, aponta estudo

Está no O Globo. Risco de impotência aumenta em homens com mais de 94 centímetros de circunferência abdominal, principalmente depois dos 40 anos.

O homem brasileiro está barrigudo, sedentário, acima do peso e, além de tudo, desatento. A maioria não sabe que a famosa barriga de chope pode trazer uma consequência para lá de infeliz: a falta de ereção. Uma pesquisa comportamental feita com cinco mil homens pela Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) faz um raio-X da saúde masculina e mostra que 51% estão acima ou muito acima do peso, 64% nunca realizaram um exame para medir os níveis de testosterona, 38% não costumam ir ao médico com frequência, 23% relacionam a obesidade ao envelhecimento. E 37% admitem o uso de remédio para ereção — no Rio este percentual chega a 60%.

O risco de impotência aumenta em homens com mais de 94 centímetros de circunferência abdominal, principalmente depois dos 40 anos. Essa gordura chamada visceral gera estrogênio, cortisol e leptina, substâncias que diminuem a produção de testosterona, um dos principais combustíveis sexuais masculinos. Segundo o endocrinologista João Eduardo Salles, professor da Santa Casa de São Paulo, 40% dos obesos têm baixos níveis de testosterona no corpo.

— Uma das principais partes do organismo afetadas pela obesidade é a hipófise, o que acarreta uma menor produção de hormônios que estimulam os testículos a produzirem a testosterona — detalha Salles.

O hormônio em baixa dosagem causa alteração de humor, problemas de ereção e sonolência, aumenta a gordura abdominal e diminui a libido, explica o urologista Archimedes Nardozza Junior, diretor do Núcleo de Pesquisa da SBU e professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

— Os homens só batem na porta do médico quando ocorrem problemas na próstata e de questão sexual, muitas vezes levados pelas mulheres. A maioria desconhece a ação da testosterona, que começa a diminuir a partir dos 40 anos, de forma lenta e gradativa, mas com grande impacto no organismo — afirma Nardozza Júnior.

Mais testosterona, menos barriga

Resultados de um estudo do endocrinologista alemão Farid Saad, da área científica do laboratório Bayer na Alemanha, mostram que os homens podem emagrecer e diminuir a circunferência abdominal com a reposição hormonal.

A pesquisa, apresentada durante um encontro da Sociedade de Endocrinologia, nos Estados Unidos, acompanhou por cinco anos 115 homens com baixos índices de testosterona. Com a reposição hormonal, dieta e exercícios, eles perderam, em média, 16kg e a circunferência abdominal reduziu de 107 para 98 centímetros. Outro grupo com 255 homens e idade média de 60 anos colocou os níveis de testosterona em ordem e teve uma melhora no problema da disfunção erétil. Além da perda de peso, em cinco anos eles reduziram 8,8cm na medida de circunferência abdominal.

— É muito difícil comparar todos os estudos, já que são diferentes em muitos aspectos. Mas sabemos que os homens não relacionam o aumento de peso, o tamanho da barriga, a dificuldade em ter ereção e a baixa testosterona. Eles pensam nessas condições como fenômenos independentes. Grandes estudos epidemiológicos têm analisado estas condições juntas — diz o endocrinologista alemão, em entrevista ao GLOBO.

Dados mundiais apontam que cerca de 20% da população masculina têm algum sinal de síndrome metabólica: obesidade, diabetes, pressão alta e colesterol ruim elevado, fatores que também prejudicam a ereção. Isto somado ao tabagismo aumenta ainda mais o risco para doenças coronarianas.

— Cada fator aumenta um pouco o risco. O cigarro eleva em uma vez e meia as chances de doenças coronarianas. O colesterol e a glicemia alterados mais que dobram os riscos — diz Nardozza Júnior.

No Rio, a pesquisa da SBU constatou que 69% dos homens acima de 40 anos não fazem dieta e 52% também não praticam atividade física. Resultado: 47% estão acima ou muito acima do peso ideal. Os principais sinais de envelhecimento apontados pelos entrevistados são pressão alta e cansaço (32% ); perda de libido e de força muscular (26%); perda da força muscular e calvície (16%); obesidade e diabetes (17%). Quanto à vida sexual, 48% dos homens se dizem 100% satisfeitos.

Bom humor e menos cansaço

Uma revisão de tudo o que foi publicado até hoje na literatura médica sobre os efeitos da testosterona na composição corporal, divulgada no periódico “Current Diabetes Reviews”, mostra que os níveis de testosterona em dia contribuem também para a melhora do humor e a redução da fadiga. Mas a reposição hormonal só deve ser feita com indicação e acompanhamento médicos, como exames de controle a cada três meses.

Entre os efeitos colaterais, a reposição pode levar a um aumento de glóbulos vermelhos, além disso, quem ronca por apneia do sono pode ter uma piora no quadro. Daí a importância das consultas e exames de sangue regulares para um eventual ajuste da dose.

— Só recomendamos a reposição quando o indivíduo tem nível inferior a 300ng/dL – nanogramas por decilitro. Hoje, já existe uma dose única, injetável, para três meses. Não é recomendada a reposição para homens que ainda pretendem ter filhos porque inibe a fertilidade. Há jovens que usam o hormônio como anabolizante, o que é um erro — orienta o endocrinologista Farid Saad.

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Comportamento

Sedentários têm 90% mais chances de ter impotência sexual, aponta estudo

Agência Brasil

Os homens sedentários estão mais propensos a sofrer de impotência sexual, aponta uma pesquisa divulgada nesta sexta-feira, 22, pela Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo. O levantamento feito com pacientes do Centro de Referência da Saúde do Homem indicaram que, em 90% dos casos de incidência da doença, os homens apresentavam uma vida sedentária.

Para ter uma ereção, o homem usa o toque, a visão, a memória e os pensamentos. De outro lado, o sedentarismo gera hipertensão arterial sistêmica, colesterol e triglicerídeos altos. Esses são fatores de riscos para doenças cardiovasculares, que por sua vez formam as principais causas orgânicas da disfunção erétil, tornando os vasos sanguíneos mais rígidos e dificultando a vasodilatação no pênis.

Além disso, o acúmulo de peso e gordura na região abdominal reduzem a produção de testosterona, o hormônio masculino importante para o desempenho sexual. O uso de cigarro também foi apontado pela pesquisa como uma das causas do problema: 40% dos pacientes com a disfunção eram fumantes.

Segundo o urologista Joaquim Claro, médico chefe do Centro de Referência da Saúde do Homem, o cigarro entope os vasos e a consequência disso é que a circulação de sangue no pênis se torna bem menor. “Os pacientes tabagistas com mais de 55 anos dificilmente vão deixar de apresentar algum grau de impotência sexual. A atuação do tabaco nas artérias é similar ao dos fatores orgânicos como a diabetes”, explica.

No Brasil, 25 milhões de homens acima dos 18 anos já apresentaram disfunção ao menos uma vez na vida e, na faixa dos 40 anos, mais de 40% não conseguem ter relações sexuais por falta de ereção. O tratamento da disfunção sexual masculina é feito com terapia de apoio, medicamentos ou implantação de prótese peniana.

 

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