Saúde

Unicamp cria spray que inativa novo coronavírus e pode criar proteção extra em máscaras

Foto: Antonio Scarpinetti

Uma tecnologia que inativa o vírus Sars-CoV-2, da covid-19, pode ser usada na fabricação de máscaras e equipamentos de proteção contra a contaminação da doença. A novidade em forma de spray, que acaba de ser anunciada por cientistas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), já foi patenteada e está disponível para ser produzida em escala industrial.

As informações são da pesquisadora Marisa Masumi Beppu, professora titular da Faculdade de Engenharia Química da universidade. “É uma tecnologia que impede o vírus de se replicar e que pode ser usada na produção dos chamados EPIs (equipamentos de proteção individual)”, explicou a especialista, que lidera o Laboratório de Engenharia e Química de Produtos (Lequip).

Em entrevista ao Estadão, ela contou que a eficácia foi comprovada em laboratório e está disponível para interessados na fabricação de máscaras, que hoje são descartáveis e têm duração limitada. O SprayCov, como foi patenteado, não é um sanitizante, esclareceu a pesquisadora. O produto é um composto de íons de cobre que aderem às superfícies de materiais têxteis.

“As máscaras hoje são barreiras físicas contra as gotículas que podem conter o vírus e a ideia é que, com esta tecnologia, possam oferecer proteção também para eliminar o vírus”, disse Marisa. Ela confirmou que já há empresas interessadas na produção, mas alerta que a oferta de EPIs com a tecnologia depende da capacidade do investimento e adaptação de uma planta de produção industrial.

“Isso pode demorar alguns meses”, alertou a pesquisadora. A venda ao público do produto com a substância protetora vai depender desse fator de produção, mas ela garantiu que a pesquisa comprovou a eficácia da tecnologia, que pode ser aplicada na parte externa das máscaras para inativar o vírus. Em laboratório, o produto se mostrou eficiente em 99,9% dos casos durante pelo menos três dias.

Segundo os cientistas, a equipe da Unicamp já pesquisava “o potencial das interações de íons metálicos com polímeros naturais na área ambiental e biomédica” quando houve a explosão do novo coronavírus no País. A partir daí, a equipe ampliou a pesquisa para avaliar se as substâncias poderiam ser eficazes também o Sars-CoV-2.

O produto agora entra em outra fase, podendo ser feito em escala para aplicação nas EPIs ou em líquido para uso em spray. O produto forma uma capa de proteção contra o vírus. Conforme material sobre o SprayCov, distribuído pelos pesquisadores, os sais de cobre já são usados em larga escala na agricultura, há mais de um século, como fungicida para conter o avanço de pragas e tem baixo custo. A pesquisa mostra que o custo de recobrimento de máscaras com o SprayCov foi calculado em pouco menos de R$ 0,02 por máscara.

Estadão

Opinião dos leitores

  1. Notícia péssima pra Doria e alguns esquerdopatas que querem o comércio fechado, chopa essa babacas, como diz na no Ceará. Kkkk

    1. As pesquisas estão avançadas . O problema é o tamanho do produto . Para mim esse detalhe não tem importância . Pode ser do tamanho da minha arminha .

  2. Mais uma vez a ciência fazendo seu papel, será que alguns governantes vão ignorá-la, mais uma vez?

Comente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *