O reinado chegou ao fim. Como esperado, Juninho Pernambucano convocou uma entrevista coletiva para anunciar sua aposentaria do futebol. Inicialmente, a expectativa era de que o “Reizinho” pendurasse as chuteiras somente após o Campeonato Carioca deste ano, mas, por conta do condicionamento físico, o jogador decidiu adiantar a decisão.
— Tenho muito mais a agradecer do que falar. Agradecer a todos com quem convivi em 20 anos. Resolvi parar porque depois da última contusão, tinha decidido parar, acabei convencido pelo Rodrigo (Caetano) e pelo presidente a jogar o Carioca, até pela possibilidade real de mais uma conquista. Mas os treinamentos foram difíceis, eu não ia conseguir ser o atleta competitivo que sempre fui. Às vezes parecia que ia dar, mas resolvi tomar a decisão. Não estava também, honestamente falando, disposto a me submeter ao sacrifício de vir todo dia treinar, para entrar em forma — avaliou o craque.
Juninho também falou sobre como era ser o “vovô” do elenco vascaíno e lembrou de outros grandes jogadores para ilustrar que, em algum momento, a aposentadoria chega para todos.
— Para fazer pela metade, achei melhor não fazer. Claro que não é fácil. Mas está sendo um pouco mais fácil do que eu imaginava. Se Romário parou, se Roberto parou, Zico, tantos craques… Não teria como não chegar esse dia para mim. Convivi os últimos dias sendo o vovô do elenco, e quando saía do clube para buscar minha filha na escola, eu era o pai mais novo. É a vida… — disse.
Ídolo da torcida vascaína e mito na França, onde defendeu o Lyon de 2001 a 2009, Juninho Pernambucano se emocionou ao falar do Sport, clube que o revelou para o futebol profissional.
— Gostaria de fazer um agradecimento especial ao Sport (neste momento Juninho, emocionado, interrompe a entrevista e chora). Foi lá onde tudo começou (para de novo, interrompido pelo choro). Joguei pouco tempo no profissional lá no Sport. Vim para o Vasco, eles nunca entenderam minha preferência pelo Vasco. Eu entendo, e agradeço ao Sport. Foi aqui no Vasco onde terminei minha formação como jogador, onde aprendi tudo — disse o jogador, avaliando sua passagem pelo futebol francês. — Meu melhor momento individual como jogador foi no Lyon. Foi lá onde eu joguei sempre em altíssimo nível.
O Globo
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