Diversos

Lama de Barão de Cocais (MG) pode atingir 10 mil pessoas em 3 cidades, aponta estudo

Além de Barão de Cocais, Santa Bárbara e São Gonçalo do Rio Abaixo estão na rota. Foto: Márcio Neves/R7

O estudo de impacto do rompimento da barragem Sul Superior, da mineradora Vale, em Barão de Cocais, a 93 km de Belo Horizonte, aponta para a morte de moradores e “inundação generalizada de áreas rurais e urbanas” em três municípios, além de possíveis interrupções de estradas e problemas com abastecimento de água e de luz.

O estudo, que no meio técnico do setor é conhecido como “dam break”, relata ainda possibilidade de “danos estruturais em pontes e travessias importantes nos municípios atingidos”. Além de Barão de Cocais, os municípios a serem afetados pela lama são Santa Bárbara e São Gonçalo do Rio Abaixo.

Nas três cidades, a população que precisará ser retirada de casa para não ser levada pela lama ultrapassa 10 mil pessoas, sendo 6.052 em Barão de Cocais, 2.444 em São Gonçalo do Rio Abaixo e 1.700 em Santa Bárbara. O total de moradores nos três municípios é de aproximadamente 73,8 mil pessoas, sendo 32 mil em Barão de Cocais, 31 mil em Santa Bárbara e 10,8 mil em São Gonçalo do Rio Abaixo. As três cidades já passaram por simulados de evacuação.

Em Barão de Cocais, o meio-fio de algumas ruas foi pintado de laranja para indicar que será invadido pelo rejeito da Vale. Há pinturas em nove bairros, incluindo o centro e a avenida principal da cidade. O foco são áreas mais baixas, adjacentes ou às margens do Rio São João, que corta o município. A possível rota da lama fez até o fórum e uma escola municipal da cidade mudarem de lugar. A prefeitura estima que 3 mil edificações seriam atingidas.

Segundo o estudo de “dam break”, a lama também vai devastar áreas de preservação permanente “nas faixas marginais ao leito dos cursos de água”. O relatório prevê “assoreamento de cursos de água a jusante, com deposição de rejeitos no leito e planícies de inundação e possível alteração da calha principal”.

O “dam break” diz que haverá “inundação generalizada de áreas rurais e urbanas com graves potenciais de danos estruturais e perda de vidas humanas, especialmente no distrito de Socorro e nos municípios de Barão de Cocais, Santa Bárbara e São Gonçalo do Rio Abaixo”, além de “problemas relacionados ao abastecimento de água nas comunidades ribeirinhas e irrigação nas regiões abastecidas”, com “possíveis interrupções nos acessos locais de terra, rodovias, linha de transmissão e fornecimento de energia”.

Nos distritos de Socorro, Tabuleiro e Piteira, os três próximos à barragem, cerca de 450 pessoas já foram retiradas de suas casas. O estudo diz também que ocorrerá “alteração ou remoção da camada vegetal e do hábitat, remoção do solo de cobertura, deposição de rejeitos e demais prejuízos a fauna e flora características da região”.

Histórico

A barragem Sul Superior teve nível de segurança elevado a 3, que indica risco iminente de ruptura, em 22 de março, depois que uma auditoria se negou a emitir laudo de segurança para a estrutura. No dia 13, a empresa informou às autoridades que o talude da mina da represa poderia desmoronar, ocasionando abalo sísmico que poderia fazer com que a Sul Superior se rompesse.

O estudo foi feito pela empresa Potamos, a pedido da Vale, e entregue nesta terça-feira, 21, ao Ministério Público de Minas Gerais (MP-MG), por determinação judicial, depois que a Promotoria julgou insuficiente relatório anterior de impacto fornecido pela mineradora. O MP-MG informou que o estudo foi juntado ao processo e “dará ciência do conteúdo aos órgãos de Estado para que avaliem se os planos emergenciais apresentados pela Vale em juízo estão adequados ao pior cenário possível em caso de rompimento da barragem”.

Caso não apresentasse o estudo, a Vale seria multada em R$ 300 milhões. Procurada pela reportagem, a empresa não se manifestou. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Estadão

 

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Diversos

Animais presos em lama são sacrificados com tiros e injeções letais em Brumadinho (MG) “em casos que não há opção”

Socorristas e bombeiros buscam vítimas da ruptura de barragem da Vale em Brumadinho (Crédito: Alan Rodrigues)

As buscas por sobreviventes da tragédia em Brumadinho (MG) continuam há dias, desde o rompimento de uma barragem de rejeitos da mineradora Vale. Animais também acabam sofrendo com a grande quantidade de lama e agonizam no local.

No domingo (27), duas vacas viraram destaque. Uma delas foi sacrificada com uma injeção letal por estar exausta e a outra não foi resgatada, mas recebe cuidados no local, de acordo com o UOL. O caso desses dois animais gerou discussão entre ativistas, policiais militares e funcionários da mineradora, pois os policiais não queriam autorizar o salvamento dos animais por medidas de segurança.

Na segunda-feira (28), um helicóptero da Polícia Rodoviária Federal (PRF) fazia voos rasantes com um agente armado com um fuzil e ele disparava para sacrificar animais, especialmente bois atolados com a maior parte do corpo atolado na lama.

A decisão de executar os animais foi confirmada à reportagem do jornal O Estado de S. Paulo pelo chefe da Defesa Civil de Minas, coronel Evandro Geraldo Borges. “O que vamos fazer? Deixar o animal sofrendo? Estamos sim, com equipe em campo executando esse trabalho, mas essa decisão só é tomada nos casos em que não há outra opção.”

Isto É, com Estadão

Opinião dos leitores

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Diversos

FOTOS – "Rally": Carro da Tribuna do Norte coberto de lama após visita ao Aeroporto de São Gonçalo do Amarante

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Opinião dos leitores

  1. Isso é o "progresso"!!! Acho um verdadeiro absurdo essa história de fazer um novo aeroporto sem que existam as mínimas condições de acesso… Pra que acabar com aeroporto de Parnamirim?? Seria muito mais viável fazer uma ampliação de vergonha nele e se gastaria bem menos… mas não, aí o gasto é triplicado. Mas é assim, o dinheiro não sai do bolso deles(governadora e sua corja) que deve ter embolsado uma boa quantia nessa história… vai saber…

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Jornalismo

[FOTOS] Chuvas trazem velhos problemas de Nova Parnamirim à tona

As fotos são do amigo Heitor Gregório e mostram o drama que alguns dos moradores de Nova Parnamirim, na região metropolitana de Natal, vivem com o período chuvoso.

Várias ruas sem qualquer tipo de pavimento estão intransitáveis. São enormes poças de água que escondem verdadeiras crateras em vias de barro formando aglomerados de lama.

Ruim para pedestres, motoristas e para os próprios moradores que são obrigados a conviver com o transtorno na porta de casa. Ruim pra todo mundo.

Foto: Heitor Gregório
Foto: Heitor Gregório

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