Foto: Giovanna Romano/VEJA
O presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, afirmou nesta quinta-feira (2) que o banco pretende lançar em março deste ano uma linha de crédito imobiliário prefixada para compra da casa própria. Isso significa que a modalidade não terá correção pela Taxa Referencial (TR) ou pela inflação (IPCA).
A declaração foi feita após reunião com o presidente Jair Bolsonaro no Palácio do Planalto.
“Hoje, temos o crédito imobiliário ligado à TR, ligado ao IPCA, a inflação, e pelo que o BC falou são 16 bancos [que operam a linha de crédito corrigida pela inflação]. Quando a Caixa lançou há alguns meses, o mercado criticava muito, mas hoje 16 bancos já oferecem linhas pelo IPCA. Em março, faremos uma terceira linha, sem correção nenhuma. Sem TR e sem inflação. Vai poder contratar crédito imobiliário de 30, 35 anos e saber quanto você vai pagar”, afirmou Guimarães.
De acordo com o presidente da Caixa, a nova modalidade deve facilitar a renegociação com clientes que possuem créditos imobiliários mais antigos da própria Caixa, com juros mais altos, para a nova linha com taxas menores.
“Já fizemos várias [renegociações] e acreditamos que, a partir de março, quando lançaremos crédito imobiliário sem nenhum tipo de correção, isso vai multiplicar”, disse.
Novos cortes de juros
O presidente da Caixa também afirmou que, se o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central reduzir novamente os juros básicos da economia, em fevereiro, atualmente em 4,5% ao ano, para 4,25% ao ano, conforme a previsão da maior parte dos analistas do mercado financeiro, também haverá cortes de juros nas linhas oferecidas pelo banco público.
“Qualquer redução no BC [taxa Selic] implica em redução [de juros] tanto no cheque especial, quanto no rotativo do cartão, no CDC, e no crédito imobiliário. Quanto menor a taxa Selic, menor o custo de ‘funding’ [financiamento] do banco e, por consequência, a Caixa vai repassar parte disso para os clientes, para a sociedade”, afirmou Guimarães.
Lucro recorde em 2019 e devolução de recurso ao Tesouro
Pedro Guimarães também afirmou que o lucro da Caixa Econômica Federal baterá recorde em 2019 e acrescentou que a instituição continuará a devolver recursos ao Tesouro Nacional.
No ano passado, a meta era devolver R$ 20 bilhões ao governo, mas somente R$ 11,35 bilhões retornaram de fato aos cofres públicos. Essa dívida foi constituída em Instrumentos Híbridos de Capital e Dívida (IHCD).
A intenção da Caixa Econômica Federal, informou ele, é efetuar a devolução do restante o “mais rápido” possível. Porém, Guimarães explicou que isso depende de regras da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Saques do FGTS
Pedro Guimarães também informou que o volume de saques imediatos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) atingiu o patamar de 60%. “Como temos até 31 de março de 2020, estimamos que vamos chegar próximos de 70%”, disse ele.
Inicialmente o limite de saque era R$ 500, mas passou para R$ 998 para quem tem até esse valor na conta vinculada ao fundo de garantia.
De acordo com o presidente do banco, mais de um milhão de pessoas já fizeram a opção pelo chamado “saque aniversário” do FGTS – que começará a ser pago a partir de abril de 2020.
G1
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