Política

União Europeia pede à Venezuela ‘libertação imediata’ de deputado braço-direito de Guaidó, preso em Caracas; EUA advertem que sem soltura, ‘haverá consequências’

Presidente da Assembleia Nacional, Juan Guaidó posa ao lado de aliado Edgar Zambrano, em Caracas Foto: Manaure Quintero 05-01-2019 / REUTERS

A União Europeia (UE) pediu nesta quinta-feira a “libertação imediata” do braço-direito do líder opositor Juan Guaidó . A oposição denunciou que Edgar Zambrano foi preso por agentes do serviços de inteligência do presidente Nicolás Maduro na noite de quarta-feira em Caracas. Os Estados Unidos condenaram a “detenção arbitrária” e advertiram o governo de que haveria “consequências” se o parlamentar não fosse libertado.

Zambrano é um dos dez deputados contra os quais o Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) ordenou um julgamento por envolvimento na revolta de um grupo de militares, em 30 de abril, sob a liderança de Guaidó, autoproclamado presidente interino da Venezuela.

“A prisão do vice-presidente da Assembleia Nacional, Edgar Zambrano, a polícia secreta da Venezuela, é outro flagrante violação da Constituição do país”, denunciou o porta-voz das Relações Externas da UE, Maja Kocijancic, em comunicado. “É um ato que obedece a motivos políticos para silenciar a Assembleia Nacional.”

A UE pediu “respeito” aos direitos civis e à imunidade parlamentar de todos os membros da Assembleia Nacional, incluindo seu presidente, Guaidó. O bloco europeu advertiu Maduro que reagirá, “por meio de diferentes instrumentos políticos, contra a continuidade da erosão das instituições democráticas, do estado de direito e dos direitos humanos” na Venezuela.

Em mensagem publicada na conta do Twitter da embaixada americana em Caracas, fechada desde a escalada de tensão entre os dois países, Washington exigiu a libertação de Zambrano e descreveu a prisão como “ilegal e indesculpável”.

“Maduro e seus cúmplices são responsáveis diretos pela segurança de Zambrano. Se não for liberado de imediato, haverá consequências”, disseram os EUA.

A pedido do TSJ, a Constituinte suspendeu na terça-feira a imunidade parlamentar de Zambrano. O próprio parlamentar tuitou que patrulhas do Serviço Bolivariano de Inteligência (Sebin) cercaram seu carro diante da sede da Ação Democrática, partido de Zambrano.

“Quando nos negamos a sair do nosso veículo, utilizaram um reboque para nos levar de modo forçado ao Helicoide”, revelou Zambrano nas redes sociais, em referência à sede do Sebin.

O secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro, pediu a libertação de Zambrano e respeito aos demais parlamentares da Assembleia Nacional.

“Chega de perseguição política da ditadura da Venezuela!”, ressaltou Almagro.

Além de Zambrano, o TSJ acusa de traição à pátria os parlamentares Freddy Superlano, Sergio Vergara e Juan Andrés Mejía, Luis Florido, Henry Ramos Allup, Richard Blanco, Marianela Magallanes, Simón Calzadilla e Amerigo De Grazia.

Em nota, os países que integram o Grupo de Lima rechaçaram a decisão da Assembleia Nacional Constituinte, a qual classificaram como “ilegítima”, de retirar a imunidade parlamentar dos deputados por eles trabalharem “na recuperação da institucionalidade democrática da Venezuela”. Rechaçou também a prisão de Zambrano, a qual atribui a ordens do general Gustavo González López, alvo de sanções internacionais.

Os deputados opositores apoiaram o levante de 30 de abril, deflagrado diante da base aérea de La Carlota, em Caracas. Confrontos naquele dia e no dia seguinte entre manifestantes e policiais deixaram seis mortos e mais de 200 detidos, segundo o procurador-geral do país, Tarek William Saab.

A deputada Mariela Magallanes se refugiou na residência do embaixador da Itália em Caracas, enquanto seus colegas se afastaram de atividades públicas. O deputado Richard Blanco se abrigou no domicílio do embaixador argentino na capital venezuelana.

— O medo não vai nos deter — afirmou Guaidó nesta quarta-feira em entrevista à AFPTV, em La Guaira, a 30 quilômetros de Caracas. — É a única estratégia que resta a um regime sem respostas ao povo (…). Só lhes resta gerar o medo.

O Globo

 

Opinião dos leitores

  1. Manda Paulo Guedes, Lorenzoni, alguns outros intocáveis ministros, os filhos-zero e alguns ptistas pra Venezuela… o Governo de Maduro cai em poucos dias….

  2. Já passando da hora de acabar com esse regime opressor, esse ditador sanguinário, corrupto, narcotraficante, opoiado por essa esquerda maldita sem compromisso com o povo, apenas com eles próprios, para eles tudo, para o povo fubá e agua. Vergonha.

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