Finanças

RIO DE JANEIRO: Ex-subsecretário de Saúde preso tinha liberdade para lidar com milhões em dinheiro público durante a pandemia

Foto: Reprodução / TV Globo

Preso no último dia 7 de maio, o então subsecretário executivo da Secretaria estadual de Saúde, o advogado Gabriell Carvalho Neves Franco dos Santos é acusado de pertencer a um grupo suspeito de integrar uma organização criminosa que envolvida com superfaturamentos em contratos emergenciais para a aquisição de respiradores pulmonares usados no tratamento de pacientes graves com Covid-19. Outras três pessoas também foram presas na operação desencadeada pelo Grupo de Atuação Especializada no Combate à Corrupção (GAECC), entre elas o então também subsecretário de saúde Gustavo Borges da Silva.

Outro preso na Operação Mercadores do Caos foi Aurino Batista de Souza Filho, dono da 2A2 Comércio Serviços e Representações Ltda, empresa de informática que ganhou contrato para fornecer respiradores para o estado.

Gabriell Neves foi afastado do cargo no dia 20 de abril por suspeita de irregularidades. Inquérito instaurado no dia 15 de abril visava a apurar “eventual superfaturamento de ao menos R$ 4,9 milhões num contrato de R$ 9,9 milhões celebrado com a empresa 2A2”, informou o Ministério Público. Cada equipamento teria sido comprado por R$ 198 mil, mais do que o dobro do preço no mercado brasileiro.

As investigações indicaram que houve liberação antecipada de parte dos recursos para a empresa contratada. Isso aconteceu mesmo com os preços mais elevados e a falta de experiência da empresa na compra e venda de materiais hospitalares. O contrato diz que a 2A2 é especializada em equipamentos de informática. O MP também investigou se o modelo previsto pela contratada é o mais adequado, segundo as especificações técnicas, para o uso em pacientes vítimas de Covid-19.

Gustavo Borges da Silva assumiu o cargo de Gabriell Neves após sua exoneração ser publicada no Diário Oficial do Estado.

No dia 20 de abril, o GLOBO publicou reportagem sobre a instauração de inquérito do Ministério Público para investigar a compra emergencial de mil ventiladores pulmonares para o combate ao surto do novo coronavírus. Sem licitação,o negócio envolveu o empenho de R$ 183,5 milhões de em recursos do Fundo Estadual de Saúde (FES) direcionados para três contratos de fornecimento junto a distribuidoras sem tradição no mercado.

O site Transparência RJ apontou que pelo menos R$18 milhões foram disponibilizados para a compra de equipamentos.

Gabriell Neves prestou depoimento de nove laudas para o MP estadual sobre o esquema de fraudes da saúde. Este depoimento foi encaminhado ao STJ, porque o governador tem foro privilegiado. Ele também disse que as compras tinham a anuência do ex-secretário de Saúde Edmar Santos.

A maior parte dos recursos para o combate ao novo coronavírus, R$ 836 milhões, estava destinada à Organização Social (OS) Instituto de Atenção Básica e Avançada à Saúde (Iabas) para a implementação de 1.400 leitos em hospitais de campanha. Cerca de 30% já foram pagos, mesmo com a proibição de a OS de participar de contrato com a prefeitura por suspeitas de irregularidades.

O “Blog do Berta”, do jornalista Rubem Berta, publicou em seu site ainda em março que o advogado Gabriell Neves era acusado de dar um golpe de mais de R$ 200 mil em uma idosa. Ele teve seus bens indisponibilizados no dia 17 de fevereiro pela desembargadora Daniela Brandão Ferreira, da 9ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio no valor equivalente a R$ 215,4 mil. O valor é parte de um total de R$ 393,6 mil pedidos pela idosa, de 75 anos, na ação por danos morais e materiais que move desde janeiro deste ano contra ex-subsecretário.

Gabriell fora contratado pela idosa para atuar um processo contra uma concessionária de veículos que vendeu a ela um carro com defeito. O processo foi ganho, mas o advogado não depositou o dinheiro para a cliente.

O ex-subsecretário de saúde ingressou na política ao se aproximar de um deputado estadual do MDB. Ele foi subsecretário executivo da Secretaria Estadual de Ciência e Tecnologia quando o parlamentar foi o titular da pasta, na gestão de Luiz Fernando Pezão. Ele chegou a assumir a titularidade do cargo com a saída do deputado em 2017.

No ano passado, Gabriell Neves acabou se tornando secretário de Saúde de Seropédica, na Baixada Fluminense, cargo que ocupou até ir para o governo estadual.

O Globo

Opinião dos leitores

  1. Esse bandido preso que faz parte do governo do RJ é só um mero laranja na organização criminosa que opera no governo do RJ.

  2. Apenas mais um mentiroso que se elegeu às custas do presidente e agora virou seu feroz oponente. Mas, quando vai ver, não passa de mais um corrupto e inimigo do Brasil. Como tantos outros. Aí a gente vê certos comentários indecentes por aqui. Essa gente só pode estar sendo paga por alguém. Dinheiro "vermelhinho"? Aposto.

  3. Quando começar a pipocar os casos de corrupção do Centrão no governo JB quero ver qual vai ser o argumento do PR.

    1. Deixa de escrever merda…esses são todos quero Bolsonaro chamou de ESTRUME … não mude o foco seu PTralha, esqueci , vá aprender a trabalhar, vou dar uma dica; a carteira de trabalho é azul

    2. JA JA chega no Palhaco da republica… Pois esse WW é do mesmo time de falso moralista.. Esses apoiadores de bolsonaro pensa que corrupção é so colocar dinheiro na cueca. UM gadoburro memso

    3. Vergonha esquece rápido dos aliados de outrora. Witzel e Dória ajudaram o mito e TB foram ajudados. São inimigos de ocasião. Quando interessar omito fica amigo deles, como está sendo com o centrão.

  4. Não tem jeito . Ou BRASIL para ter LADRÃO. Está enraizado , a turma não perde oportunidade, é todo mundo viciado no roubo. VERGONHA. Onde vam0s parar ? Se gritar pega ladrão até os prédios se balançam .

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Saúde

Brasil é mais preparado que a China para lidar com epidemias, diz estudo

Foto: Cadu Rolim/Fotoarena/Estadão Conteúdo

O Brasil está entre os 25 países do mundo mais bem-preparados para eventuais ameças biológicas, de acordo com o Índice Global de Segurança em Saúde (GHS, na sigla em inglês).

Em um ranking de 195 países, o Brasil ocupa a 22ª posição, à frente da China (51ª), que vive uma epidemia de coronavírus.

O Índice Global de Segurança em Saúde — projeto da organização não governamental Nuclear Threat Initiative e do Centro de Segurança em Saúde do Johns Hopkins Center, desenvolvido pela Economist Intelligence Unit — avalia a capacidade de prevenção, detecção e respostas a ameaças biológicas e também o sistema de saúde.

A lista, divulgada em outubro do ano passado, inclui todos os países signatários do Regulamento Sanitário Internacional.

No topo do ranking aparecem Estados Unidos (1º), Reino Unido (2º) e Países Baixos (3º).

As posições são definidas por notas de 0 a 100, em que 100 indica as melhores condições de saúde. Os EUA tiveram 83.5 pontos. O último colocado foi a Guiné Equatorial, com 16.2 pontos.

Segundo o estudo, “ameaças biológicas — naturais, intencionais ou acidentais — em qualquer país podem representar riscos à saúde global, segurança internacional e economia mundial. Como as doenças infecciosas não conhecem fronteiras, todos os países devem priorizar e exercer as capacidades necessárias para prevenir, detectar e responder rapidamente a emergências de saúde pública”.

O Brasil obteve 59.7 pontos — acima da média (40.2) e da China, que aparece com 48.2 — e é o país latino-americano com a melhor posição.

No item prevenção, que é a capacidade de impedir o surgimento ou liberação de patógenos, o Brasil teve 59.2 pontos (a média global foi de 34.8).

Em relação à detecção e reporte de ameaças biológicas, o Brasil obteve 82.4 pontos (a média global foi 41.9).

O sistema de laboratórios brasileiro recebeu nota 100 (a China teve 66.7). Em relação à vigilância em tempo real, o Brasil teve 81.7, contra 68.3 da China.

Vale ressaltar que o país conta com instituições de pesquisa que são referências internacionais, como a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), no Rio de Janeiro; o Instituto Evandro Chagas, no Pará; o Instituto Adolfo Lutz e o Instituto Butantan, em São Paulo.

O médico Gerson Salvador, infectologista e especialista em saúde pública pela Faculdade de Saúde Pública da USP (Universidade de São Paulo), explica que a vigilância no Brasil tem sido aperfeiçoada nas últimas décadas.

“Uma das áreas de maior expertise que nós temos no Brasil é o serviço de vigilância. Servidores públicos de carreira em nível federal e nos estados e municípios, de elevada competência técnica, que já lidaram com diversas epidemias no Brasil, como zika e H1N1.”

O Brasil também recebeu nota máxima no sub-item “integração de dados humanos/animais/ambientais entre os setores de saúde”, enquanto a China teve 0.

No item resposta rápida, que é capacidade de responder rapidamente e mitigar a propagação de uma epidemia, a nota brasileira foi 67.1 (ante 38.4 da média mundial).

O Brasil aparece entre os únicos noves países considerados pelo estudo como os melhores no critério de resposta rápida — os outros são Reino Unido, Estados Unidos, Suíça, Países Baixos, Tailândia, Coreia do Sul, Finlândia e Portugal.

Sistema de saúde

(mais…)

Opinião dos leitores

  1. A (acertada) decisão de repatriar os brasileiros que estão na China demonstrou que o Brasil não tem um plano de contingência para combater uma pandemia. Basta ver o improviso que está em curso nesse caso (dos repatriados). O Brasil pode ter as técnicos (professores, pesquisadores, médicos, etc.) e os meios, (máquinas, equipamentos, etc.), mas esses recursos não estão organizados e estruturados. Como foram tratadas as 16 pessoas suspeitas de contágio no país? A população não foi informada.

  2. Mas…
    A redução dos orçamentos para a Ciência, a Educação e a Saúde…
    E os constantes ataques aos Cientistas, Educadores e Profissionais da Saúde…
    O que esperar do futuro?

  3. Será que o Brasil tem condições de enfrentar uma epidemia??? Rezando aqui que seja só no pensamento do infectologista???

  4. Realmente Deus é brasileiro uma epidemia dessa aqui não ficava pedra sobre pedra.

  5. Resposta simples: somos tão castigados por essa classe política 171 e escassos de qualidade de vida. Nos adaptamos a qualquer situação extrema com facilidade, Por isso que somos mais preparados. Kkkkk

  6. Tem gente que ainda acredita nesse estudo, vão te catar, nem tem como combater a dengue,naqueles fumacê o governo parou de enviar prós Estados, a cambada de mentirosos.

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