Diversos

Ciência avança para compreender como estender a longevidade para até 200 anos com qualidade de vida

Foto: Xavier Arnau/Getty Images

A vida eterna é um desejo irrefreável do ser humano. Há 2 000 anos, o imperador Qin Shi Huang, o primeiro da dinastia Qin, na China, tentou alcançar a imortalidade ao ingerir pílulas de mercúrio. Ironicamente, morreu envenenado. No século XVI, o conquistador espanhol Juan Ponce de León navegou pelos novos mundos em sucessivas expedições que buscavam a fonte da juventude. Como se sabe, ele não a encontrou. Em pleno século XXI, a ânsia para ludibriar a finitude não diminuiu. Agora, contudo, ela conta com poderosa aliada: a ciência. A busca por formas de retardar o envelhecimento representa um dos movimentos mais fascinantes da medicina. A diferença é que, ainda que estejamos longe de combater por completo os efeitos inevitáveis do relógio biológico, nunca estivemos tão perto. “A primeira pessoa a viver até 200 anos já nasceu”, assegura o pesquisador Sergey Young, autor do livro recém-lançado The Science and Technology of Growing Young (ainda sem tradução para o português), que em poucas semanas já entrou para a lista dos mais vendidos nos Estados Unidos.

Aos 49 anos (aparenta bem menos), Young — sobrenome adotado ao emigrar da Rússia para os Estados Unidos — diz ter como missão mostrar que é possível estender para patamares extraordinários a expectativa de vida de até 1 bilhão de pessoas. Ele vai além. A longevidade não seria somente um fim em si, mas estaria acompanhada do que realmente interessa: a possibilidade de humanos centenários desfrutarem a plenitude da existência. Não faria sentido, diz este gestor de recursos obcecado por pesquisas, estudos e fórmulas matemáticas que retratem de alguma maneira o prolongamento biológico, viver muito, mas mal, e ultrapassar os 100 anos sem se sentir saudável. Em sua recente obra, que levou três anos para ser concluída, Young aponta os notáveis avanços que permitiriam aos humanos chegar aos dois séculos de vida (veja o quadro). Não há no livro nenhuma informação bombástica ou fórmula milagrosa. O trabalho dele se propõe, e de forma bem-sucedida, a reunir as principais tecnologias da ciência e da medicina nesse campo.

Foto: Reprodução/Veja

As descobertas biomédicas, em especial as que estão ligadas à genética, são consideradas a principal maneira de aumentar substancialmente a longevidade. Tome-se como exemplo a terapia CAR T-Cell. De maneira simplificada, ela consiste na transferência dos genes de uma molécula para outra. Para ficar mais claro: um paciente com câncer poderia ter suas células de defesa reprogramadas. Depois de modificadas, elas são capazes de destruir alguns tipos de tumores. O inovador tratamento já está disponível na Europa e nos Estados Unidos, e provavelmente logo será adotado em escala global, evitando que milhares de vidas sejam perdidas.

A medicina regenerativa é outro fator que certamente elevará o tempo e a qualidade de vida dos humanos. Nessa área, há façanhas que até pouco tempo atrás pareciam obra de ficção científica. Recentemente, médicos britânicos deram enorme passo para curar uma forma comum de doença ocular associada à idade. Ao usar células-tronco, eles restauraram a visão de pacientes com degeneração macular. Ainda mais fantástico é o desenvolvimento de órgãos artificiais. A chamada bioimpressão em 3D permitirá, por exemplo, a produção de tecidos hepáticos em laboratório, e não é difícil imaginar o impacto que a inovação causará no prolongamento da vida. Apenas nos Estados Unidos, dezessete pessoas morrem por dia à espera de um transplante.

O livro de Young também aponta os principais entraves para viver mais. Entre eles, a ausência de uma abordagem mais preventiva do que reativa e, claro, os hábitos ruins de boa parte da população. “As doenças ligadas ao envelhecimento podem ser controladas por políticas públicas direcionadas a quatro fatores de risco: má alimentação, falta de atividade física, consumo excessivo de álcool e tabagismo”, afirma o gerontólogo Alexandre Kalache, presidente do Centro Internacional de Longevidade Brasil. Apesar do papel irrefutável dos bons hábitos para expandir a duração da vida, prevenção e monitoramento são, em essência, o nome do jogo. “O diagnóstico precoce é o grande segredo”, reforça Carlos André Freitas dos Santos, coordenador do Programa de Envelhecimento Ativo da Unifesp. “Nós ainda tendemos a cuidar do problema apenas depois que ele aparece.”

Os debates acerca do limite da duração da vida humana são fascinantes. A maioria esmagadora dos seres humanos está geneticamente programada para morrer antes dos 100 anos, e até pouco tempo atrás isso parecia imutável. Um estudo recente publicado na revista Nature Communications indica que podemos viver, no máximo, até 150 anos — o humano mais próximo da marca hoje é a francesa Jeanne Calment, que chegou aos 122. Outra corrente, da qual Young faz parte, sugere que é incerto o limite da longevidade, e que certamente ela se estenderá muito. Um breve passeio pela história da humanidade permite certo otimismo. Na Renascença, quem vivia até os 30 anos podia se dar por satisfeito. A melhora do saneamento básico, o desenvolvimento de remédios e vacinas, o maior cuidado com a alimentação e a prática de atividades físicas fizeram a expectativa de vida mais do que dobrar em quatro séculos, chegando, na média, perto dos 70 anos atualmente. O número de centenários no mundo também aumenta sem parar: passou de 95 000, em 1990, para mais de 450 000, hoje em dia.

O único consenso entre os especialistas é que a longevidade precisa estar conectada à qualidade de vida. No clássico da literatura As Viagens de Gulliver, escrito em 1726 pelo irlandês Jonathan Swift, os struldbrugs, como são chamados os humanos imortais, são isolados do reino para viver em um lugar amargo e sombrio. Aos 90 anos, eles esquecem o nome dos amigos. Aos 200, não conseguem sequer reconhecer a língua do próprio país. São imortais biológicos, mas morreram para o convívio social. Quem gostaria de viver uma experiência triste como essa?

O caminho às avessas foi percorrido por Benjamin Button, personagem de um conto de F. Scott Fitzgerald interpretado no cinema por Brad Pitt. Button nasce velho e morre jovem, mas nem o relógio ao contrário foi capaz de aplacar a sua angústia. Agora, a destreza científica parece encontrar um caminho promissor — ser muito velho e saudável ao mesmo tempo. Isso, claro, é formidável. Talvez o humano que viverá 200 anos esteja por aí. Quem sabe seja você.

Veja

Opinião dos leitores

  1. “A primeira pessoa a viver até 200 anos já nasceu”,

    Escuto isso desde pequeno, já nasceu, se brincar já morreu e nada. Medicina evolui a passos curtos. Bote aí mais uns 1000 anos antes de alguém conseguir viver 200 anos

  2. Quando os homens pensarem que são Deuses, o fim da humanidade será inevitável, sendo muito otimista, o planeta terra não terá mais doque 50 anos pela frente.

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Política

Comissão do Senado aprova limites para circulação de dinheiro em espécie

Foto: Reprodução/Instagram/Senado Federal

Com objetivo de dificultar a lavagem de dinheiro, a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) aprovou o PL 3.951/2019, que proíbe transações com dinheiro em espécie em quatro formas distintas: operações acima de R$ 10 mil, pagamento de boletos acima de R$ 5 mil reais; circulação acima de R$ 100 mil (ressalvado o transporte por empresas de valores), e posse acima de R$ 300 mil, salvo situações específicas.

O projeto, do senador Flavio Arns, recebeu parecer favorável do relator, senador Alessandro Vieira, com uma emenda do senador Oriovisto Guimarães, que também veda o uso de dinheiro em espécie em transações imobiliárias. Segundo Oriovisto, esse tipo de operação é rotineiramente usada para esconder patrimônio de origem não justificada ou lavar dinheiro obtido ilegalmente.

A proposta segue agora para a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), para decisão terminativa — a partir do quê, poderá ser encaminhada à análise da Câmara.

Na justificativa do projeto, Arns explica que o trânsito de dinheiro em espécie “facilita a lavagem de recursos em atividades de corrupção, facilita a sonegação fiscal e, ademais, oportuniza a prática de crimes, como assaltos a bancos, arrombamentos de caixas eletrônicos, entre outros”.

Ele acrescenta que medidas semelhantes já foram implantadas por várias nações, citando, como por exemplo os Estados Unidos, onde as instituições financeiras são obrigadas a comunicar a uma central supervisionada pela Unidade de Inteligência Financeira (UIF) todas transações em espécie acima de 10 mil dólares.

Da mesma forma o Canadá e a Austrália, exemplifica Arns, “exigem que transações em espécie iguais ou superiores a 10 mil dólares sejam comunicadas. Já na Europa, países como Portugal, Itália, Grécia e Bélgica implementaram medidas que impõem a comunicação de transações e estabelecem restrições ao uso de dinheiro vivo”.

Agência Senado

 

Opinião dos leitores

  1. Será que isso tem a haver com aquele pagamento a Duda Mendonça no exterior, ou quem sabe das malinhas de GEDDEL, oi ainda de Rocha Loures, meu Deus, tem o dinheiro por uma game da Telemar, vixe, barusco topou devolver 100 milhões de DOLARES, Cervero tocou piano, e vamos parar, não tenho que ficar falando em inocentes 🤭🤭🤭🤭🤭🤭🤭🤭🤭🤭🤭🤭🤭🤭🤭🤭🤭

    1. Que estranho né !? O senador da família das rachadinhas – filho do MINTO que muitos idolatram como um santo que nunca cometeu corrupção, votou contra um projeto que visa dificultar a lavagem de dinheiro… Cada dia fica mais complicado pro gado traído defender esse governo cheio de corruptos… Tem um miliciano digital daqui que terá que pedir aumento pq o bichin tá ralando pra defender tanta incoerência desse governo federal inepto viu…

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Finanças

Candidatos à Prefeitura de Natal poderão gastar até R$ 6,2 milhões no 1º turno; veja tabela com os limites de gastos por município

Foto: Divulgação

Já estão disponíveis no Portal do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) os limites de gastos que os candidatos aos cargos de prefeito e vereador deverão respeitar, em suas respectivas campanhas, para concorrer nas Eleições Municipais de 2020, atendendo ao que determina a Lei das Eleições (Lei nº 9.504/1997). Na capital potiguar, os candidatos que vão disputar a Prefeitura de Natal poderão gastar no máximo R$ 6,2 milhões no primeiro turno das eleições deste ano. Caso a disputa vá para o segundo turno, o limite sobe mais R$ 2,5 milhões. No caso dos vereadores, o gasto máximo permitido será de R$ 386 mil. Os limites podem ser consultados neste link e, em breve, serão disponibilizados também no sistema DivulgaCandContas.

Segundo a Lei das Eleições (artigo 18-C), o limite de gastos das campanhas dos candidatos a prefeito e a vereador, no respectivo município, deve equivaler ao limite para os respectivos cargos nas Eleições de 2016, atualizado pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), apurado pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ou por índice que o substitua. Para as eleições deste ano, a atualização dos limites máximos de gastos atingiu 13,9%, que corresponde ao IPCA acumulado de junho de 2016 (4.692) a junho de 2020 (5.345).

Quem desrespeitar os limites de gastos fixados para cada campanha pagará multa no valor equivalente a 100% da quantia que ultrapassar o teto fixado, sem prejuízo da apuração da prática de eventual abuso do poder econômico.

Nas campanhas para segundo turno das eleições para prefeito, onde houver, o limite de gastos de cada candidato será de 40% do previsto no primeiro turno.

Despesas

O limite de gastos abrange a contratação de pessoal de forma direta ou indireta, que deve ser detalhada com a identificação integral dos prestadores de serviço, dos locais de trabalho, das horas trabalhadas, da especificação das atividades executadas e da justificativa do preço contratado.

Entra também nesse limite a confecção de material impresso de qualquer natureza; propaganda e publicidade direta ou indireta por qualquer meio de divulgação; aluguel de locais para a promoção de atos de campanha eleitoral; e despesas com transporte ou deslocamento de candidato e de pessoal a serviço das candidaturas.

A norma abrange, ainda, despesas com correspondências e postais; instalação, organização e funcionamento de comitês de campanha; remuneração ou gratificação paga a quem preste serviço a candidatos e partidos; montagem e operação de carros de som; realização de comícios ou eventos destinados à promoção de candidatura; produção de programas de rádio, televisão ou vídeo; realização de pesquisas ou testes pré-eleitorais; criação e inclusão de páginas na internet; impulsionamento de conteúdo; e produção de jingles, vinhetas e slogans para propaganda eleitoral.

Outras regras

Segundo a Lei das Eleições, serão contabilizadas nos limites de gastos as despesas efetuadas pelos candidatos e pelos partidos que puderem ser individualizadas.

Já os gastos com advogados e de contabilidade ligados à consultoria, assessoria e honorários, relacionados à prestação de serviços em campanhas eleitorais, bem como de processo judicial relativo à defesa de interesses de candidato ou partido não estão sujeitos a limites de gastos ou a tetos que possam causar dificuldade no exercício da ampla defesa. No entanto, essas despesas devem ser obrigatoriamente declaradas nas prestações de contas.

A lei dispõe, ainda, que o candidato será responsável, de forma direta ou por meio de pessoa por ele designada, pela administração financeira de sua campanha, seja usando recursos repassados pelo partido, inclusive os relativos à cota do Fundo Partidário, seja utilizando recursos próprios ou doações de pessoas físicas.

Além disso, o partido político e os candidatos estão obrigados a abrir conta bancária específica para registrar toda a movimentação financeira de campanha.

Acesse a tabela com os limites de gastos por município.

Com TSE

Opinião dos leitores

  1. É bom demais atirar com pólvora alheia. Gasta o que quiser, rouba outro tanto, faz uma prestação de contas meia boca, os juizecos que liberaram os fichas sujas concorrerem, aprovam e pronto, tudo resolvido. E nós continuamos na merda, Indo toda eleição cumprir com a sua obrigação de brasileiros, fundidos.

  2. Poderão gastar do nosso suado impostos disfarçados de fundo eleitoral, ainda pedem nois otarioanos sermos mesário voluntário.
    São 3,7 bi e os políticos safados não abriram mão para ajudar no tratamento do covid. A Justiça ainda libera os fichas sujas, vão se lascar. Vou até mudar meu nome de usuário para eu sou ladrão, que serei mais respeitado pela justiça.

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Diversos

Decisão debate limites para nomeação de temporários durante validade de concurso no RN

Foto: Reprodução

Decisão no Tribunal de Justiça do RN voltou a discutir o entendimento do Supremo Tribunal Federal nos Recursos Extraordinários 598.099/MS e 837.311/PI, com repercussão geral reconhecida, que estabeleceram os parâmetros para a existência ou não do dever da Administração Pública em convocar os participantes de concursos públicos. O julgamento foi motivado por um Mandado de Segurança movido por uma candidata contrária à contratação temporária de professores.

O MS foi movido pela candidata no concurso para provimento de cargo efetivo referente à função de ‘Professora de História’, nos termos do Edital nº 001/2015 – SEARH – SEEC/RN, para ser lotada na 14ª Diretoria Regional de Educação e Cultura – DIREC (atinente à região de Umarizal).

Leia matéria completa aqui no Justiça Potiguar.

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Diversos

FOTOS: Anitta ignora limites para a sensualidade em revista colombiana

Foto: Reprodução/Instagram

Nessa quarta-feira, 28.08, Anitta compartilhou em seu Instagram um editorial realizado para revista colombiana Don Juan.

Muito sensual, nas fotos a cantora aparece apenas de lingerie fazendo caras e bocas, poses e mais poses.

As fotos repercutiram com grande forças nas redes sociais e foi destaque nos principais portais pelo Brasil, como no Globo.com.

Glamour – Globo

 

Opinião dos leitores

  1. O mal de nós brasileiros, é dar importância ao que não tem.
    Madonna passou a vida inteira sensualizando e ninguém falou nada.
    Se cada pessoa se preocupassem mais o que realmente interessa, seríamos o país melhor!

  2. A música no Brasil está tão ruim ou mal divulgada que está sendo entregue a pessoas como Anitta e Pablo Vittar….. ninguém merece…

  3. Anitta… é cantora ou modelo de revista masculina? No Brasil esse tipo faz muito sucesso, se não estiver bem cantando, vai fazer outra coisa com o corpão que tem, como por exemplo, pousar para revista masculina. O sucesso dela foi meteórico, como será que conseguiu??
    Por sinal nossa música anda com cantores como Anitta, Pablo Vittar, acho que tivemos dias bem melhores no passado com Tom Jobim, Milton Nascimento, Djavan, Roberto Carlos, Tim Maia, Elis Regina e tantos outros. Eita herança maldita esse país recebeu e vem engolindo!!

  4. Ôôô Anita véi virada!!
    É ainda tem gente que não gosta.
    Boa!!
    Não tem, não dá desperdício em canto nenhum.
    Há se eu te pego!!
    Óôô ismagaido da molesta, mas falta sorte.
    Infelizmente!

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Judiciário

Juízes precisam de limites, diz presidente do STJ sobre lei de abuso de autoridade

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministro João Otávio de Noronha, disse nesta quinta-feira (15) não ter “nada a temer” em relação à lei de abuso de autoridade aprovada nessa quarta-feira (14) na Câmara, e que o juízes precisam ter limites em sua atuação como qualquer outra autoridade.

“A lei é para todos. E nós também, juízes, temos que ter limites na nossa atuação, assim como têm os deputados, o presidente da República, como têm os ministros do Poder Executivo. Portanto, acredito que o que tem aí deve ser um aprimoramento da legislação”, disse Noronha.

Questionado sobre um dos pontos do texto aprovado, segundo o qual se torna crime prorrogar investigação sem razão justificável, Noronha afirmou que o projeto de lei “chove no molhado”, uma vez que tal conduta já seria proibida pelo Código de Processo Penal.

“Portanto, isso não pode nos intimidar. Nós juízes não podemos nos intimidar por nada. Nós juízes temos de estar blindados a intimidações”, disse.

Noronha ponderou, porém, que ainda vai examinar com calma o texto e que “se tiver algum vezo de inconstitucionalidade” vai alertar o presidente Jair Bolsonaro para não sancionar o projeto de lei. “Se estiver tudo de acordo, vamos então pedir que sancione, e como bons aplicadores das normas, haveremos de respeitar”, afirmou.

O projeto de lei sobre abuso de autoridade, de autoria do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), já havia sido aprovado no Senado. Após ser também aprovado ontem (14) em regime de urgência no plenário da Câmara, segue para sanção presidencial.

O texto aprovado elenca cerca de 30 condutas que passam a ser tipificadas como crime, passíveis de detenção, entre elas pedir a instauração de inquérito contra pessoa mesmo sem indícios da prática de crime, estender investigação de forma injustificada e decretar medida de privação de liberdade de forma expressamente contrária às situações previstas em lei, por exemplo.

Agência Brasil

 

Opinião dos leitores

  1. Imaginem só, em Natal-RN, amanhã, 31 de agosto, descumprindo normas do Ministério da Saude, vai haver uma campanha de doação de sangue LGBT… no Hemonorte… cumprindo uma determinação judicial da justiça potiguar. É a legislação estadual confrontando uma legislação federal, que segue uma legislação mundial. E nenhuma autoridade competente para deter este absurdo, que põe em risco a saúde de todos os que recebem sangue daquele serviço.

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Jornalismo

Secretário de Segurança do RN defende limites no poder de investigação do MP

Cada dia fica mais forte em todo o Brasil autoridades e parlamentares defendendo limites nos poderes do MP, confesso que isso me assusta, às vezes realmente acho que o MP faz muita zuada e os resultados finais são longe do que o propagado inicialmente, mas prefiro da forma que está, num Pais que o legislativo é fraco, o judiciário coorporativo e o executivo vive em Slowdown precisamos do MP mais forte do que nunca. Segue reportagem da Tribuna do Norte:

O secretário de segurança pública e defesa social do Estado, Aldair da Rocha, disse apoiar o teor da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que limita os poderes de investigação do Ministério Público. A declaração ocorreu ontem durante entrevista na redação da TRIBUNA DO NORTE para o portal TN On Line (http://www.tribunadonorte.com.br). A PEC 37/2011, em tramitação no Congresso Nacional, gerou divergências entre autoridades em segurança pública em todo o país.

O secretário defendeu o posicionamento de que somente a polícia judiciária – polícias civil e federal – deveria ser responsável pela realização de investigações, tirando a atribuição que hoje também atinge o MP. Para Aldair, a separação deve existir. “Entendo que deva haver uma separação. Investigação é caso de polícia e o Ministério Público deve trabalhar como fiscal da lei e também realizando o controle externo da atividade policial”, sustentou. Delegado da Polícia Federal de carreira, Aldair da Rocha, justifica a opinião: “Tenho a minha opinião particular, já que sou delegado de carreira da Polícia Federal. Entendo que quem tem que investigar é a polícia. Vou justificar o meu pensamento. No momento em que você chega com uma demanda na Justiça, deve haver um equilíbrio entre acusação e defesa. Isso é óbvio.

No momento em que você participar da investigação, produz provas, obviamente você está muito avançado no que diz respeito à defesa”. A PEC 37 já foi aprovada pela Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados e segue para votação. De autoria do deputado Lourival Mendes (PtdoB-MA), o texto da proposta fala que “a falta de regras claras definindo a autuação dos órgãos de segurança pública tem causado grandes problemas ao processo jurídico no Brasil”. Somente em 2011, por exemplo, o Ministério Público Estadual foi responsável por investigações que mostraram irregularidades no Instituto de Pesos e Medidas do Rio Grande do Norte (Ipem), no Departamento Estadual de Trânsito (Detran), em concursos públicos do interior do Estado e o pagamento de um suposto “mensalão” no município de Vila Flor – para citar alguns.

Perguntado se a já deficiente estrutura da Polícia Civil daria conta das investigações no Estado, Aldair respondeu: “Acredito que não haveria nenhum prejuízo. O que precisamos é reestruturar a Polícia Civil, fazer funcionar. A Polícia Civil aqui no Estado foi criada há pouco tempo. Até bem pouco tempo atrás, tínhamos policiais militares ocupando delegacias. Tenentes e sargentos executavam as funções de delegados.

É uma polícia nova que precisa criar efetivo, principalmente para poder ocupar as comarcas do interior do Estado. Precisamos dá condições de trabalho e não só cobrar”. “O MP cresceu muito e ficou muito forte e está tentando fazer investigação concorrente com a Polícia Judiciária. Eles querem chamar para si essa atribuição”, reclamou o deputado Lourival Mendes em entrevista concedida à Revista Consultor Jurídico. O procurador-geral de Justiça, Manoel Onofre Neto, foi procurado pela reportagem, mas não atendeu aos telefonemas realizados.

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Política

PT limita mandatos de Vereadores, Deputados e Senadores para filiados

O PT como sempre joga para a plateia, estilo bem próprio do ex-presidente LULA. Se essa modificação no estatuto fosse válida já a partir de agora, aqui no RN a Deputada Fatima Bezerra e o Deputado Mineiro só poderiam se candidatar mais uma vez. Segue post de Josias de Souza:

Num encontro em que investiu contra a mídia e afagou um “chefe de quadrilha”, o PT aprovou uma mudança estatutária pseudomoralizadora.

Com cara de jogo de cena, a nova regra limita o número de mandatos consecutivos que um político petista pode exercer.

Para vereadores e deputados (federais e estaduais), no máximo três mandatos. Para senadores, apenas dois.

Na aparência, a novidade é alvissareira. Inibiria a proliferação dos chamados políticos profissionais. Na prática, é inútil e enganadora.

É inútil porque o limite só vale a partir de 2014 e desconsidera os mandatos anteriores. Aplica-se ao futuro, não ao passado.

Quer dizer: ainda que fosse pra valer, vereadores e deputados petistas seriam importunados apenas em 2026. Senadores, em 2030.

É enganadora porque trata como problema personagens como Eduardo Suplicy, o ficha limpa a quem o eleitor de São Paulo atribui ares de senador vitalício.

O problema do PT atende por outros nomes –Delúbio Soares e José Dirceu, por exemplo. Gente que ainda não obteve mandato ou perdeu o que tinha.

Sob a pantomima do estatuto esconde-se uma esperteza. O PT, como se sabe, tenta aprovar no Congresso o voto em lista.

Se passar, o eleitor será condenado a votar nos partidos, não nos candidatos. Elegem-se os nomes mais bem postos numa lista definida pela caciquia das legendas.

A simulação do limite temporal dos mandatos visa vender a ilusão de que o PT não fará de suas listas um ninho de privilegiados.

Quem quiser pode acreditar. Mas arrisca-se a fazer papel de bobo. Numa futura lista de candidatos petistas, os delúbios tendem a prevalecer sobre os suplicys.

De resto, até 2026, ano em que o limite começaria a surtir efeitos, nada impede que o PT, em nova “reforma” estatutária, providencie o sumiço da regra.

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