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Falta trabalho para 27,7 milhões no país, maior nº desde 2012

Desempregados procuram vagas em cartazes no centro de São Paulo (Foto: Paulo Whitaker/Reuters)

No Brasil, falta trabalho para 27,7 milhões de brasileiros. É o que mostra a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD) trimestral divulgada nesta quinta-feira (17) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A taxa de subutilização da força de trabalho ficou em 24,7% no 1º trimestre de 2018, a maior da série histórica da PNAD Contínua, iniciada em 2012. O contingente de subutilizados também é o maior já registrado pela pesquisa.

O grupo de trabalhadores subutilizados reúne os desempregados, aqueles que estão subocupados (menos de 40 horas semanais trabalhadas) e os que fazem parte da força de trabalho potencial (não estão procurando emprego por motivos diversos).

Veja o que são considerados trabalhadores subutilizados e quantos estavam nessa condição no 1º trimestre de 2018:

13,7 milhões de desempregados: pessoas que não trabalham, mas procuraram empregos nos últimos 30 dias;

6,2 milhões de subocupados: pessoas que trabalham menos de 40 horas por semana, mas gostariam de trabalhar mais;

7,8 milhões de pessoas que poderiam trabalhar, mas não trabalham (força de trabalho potencial): grupo que inclui 4,6 milhões de desalentados (que desistiram de procurar emprego) e outras 3,2 milhões de pessoas que podem trabalhar, mas que não têm disponibilidade por algum motivo, como mulheres que deixam o emprego para cuidar os filhos.

No 4º trimestre de 2017, a taxa de subutilização da força de trabalho tinha ficado em 23,6%, reunindo 26,4 milhões de pessoas. Já a taxa média anual para 2017 ficou em 23,8%.

O coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, Cimar Azeredo, apontou que na comparação com o 1º trimestre do ano passado, o número de desocupados caiu em 487 mil pessoas, enquanto o de trabalhadores subutilizados aumentou em 1,1 milhão e o de desalentados aumentou em 512 mil. Segundo o pesquisador, esse quadro enfatiza o quanto a situação do mercado de trabalho brasileiro segue desfavorável.

“Tudo que acontece no mercado de trabalho é reflexo de um cenário econômico, de incerteza política”, apontou Azeredo.

A taxa de desemprego subiu para 13,1% no 1º trimestre, atingindo cerca de 13,7 milhões de brasileiros, segundo já havia sido divulgado anteriormente pelo IBGE.

As maiores taxas de desocupação foram registradas no Amapá (21,5%), Bahia (17,9%), Pernambuco (17,7%), Alagoas (17,7%) e Maranhão (15,6%). Já as menores em Santa Catarina (6,5%), Mato Grosso do Sul (8,4%), Rio Grande do Sul (8,5%) e Mato Grosso (9,3%).

Na comparação com o 4º trimestre do ano passado, 16 das 27 unidades da federação registraram aumento da taxa de desemprego. Nenhum estado teve queda. Já na comparação com o 1º trimestre do ano passado, apenas dois estados registraram aumento da taxa – Amapá e Rondônia – enquanto oito tiveram queda: Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina, Ceará, Pará, Espírito Santo, Goiás e Amazonas.

Número recorde de desalentados

O universo de desalentados (brasileiros sem emprego e que desistiram de procurar trabalho) passou de 4,3 milhões no último trimestre de 2017 para 4,6 milhões de pessoas no 1º trimestre. Também é o maior número da série histórica. Desde 2016, o número de brasileiros que desistiram de procurar trabalho triplicou no país. No 1º trimestre de 2016, eram 1,57 milhão de desalentados.

“A população desalentada é definida como aquela que estava fora da força de trabalho por uma das seguintes razões: não conseguia trabalho adequado, ou não tinha experiência ou qualificação, ou era considerado muito jovem ou idosa, ou não havia trabalho na localidade em que residia – e que, se tivesse conseguido trabalho, estaria disponível para assumir a vaga”, explica o IBGE.

Do total de desalentados do país, 60,6% estavam no Nordeste (2,8 milhões e pessoas). Entre as unidades da federação, os maiores contingentes estavam na Bahia (805 mil) e Maranhão (430 mil).

Ao analisar o perfil dos desalentados, Azeredo destacou que tal condição atinge principalmente “a população jovem, feminina, preta ou parda e com baixa e escolaridade”. Do total de desalentados, 54,2% eram mulheres, 48,4% tinham entre 14 e 29 anos, 73,1% eram pretos ou pardos e 38,5% tinha ensino fundamental incompleto.

Carteira assinada em queda

No 1º trimestre, 75,4% dos empregados no setor privado tinham carteira de trabalho assinada, 1,2 ponto percentual a menos na comparação anual, uma redução de 408 mil pessoas. O contingente de 32,9 milhões trabalhadores também foi menor de toda a série da pesquisa, iniciada em 2012. Em 4 das 5 regiões, houve queda. Em relação ao 1º trimestre de 2017, houve alta dessa estimativa apenas na região Norte (de 59,9% para 62,9%).

Já o rendimento médio real de todos os trabalhos ficou estável no 1º trimestre, segundo o IBGE, e foi estimado em R$ 2.169 por mês.

Desemprego é maior entre pretos, pardos e mulheres

A taxa de desemprego dos que se declararam brancos ficou em 10,5% no 1º trimestre, abaixo da média nacional (13,1%), enquanto a dos pretos (16,0%) e a dos pardos (15,1%) ficou acima. Atualmente, os pardos representavam 48,1% da população fora da força, seguidos pelos brancos (42,5%) e pelos pretos (8,4%).

O desemprego também atinge mais as mulheres do que os homens, mesmo com o universo feminino sendo a maioria na população em idade de trabalhar (52,4%). A taxa de desocupação no 1º trimestre foi de 11,6% para homens e de 15% para mulheres. Segundo o IBGE, o nível da ocupação dos homens no 1º trimestre ficou em 63,6% e o das mulheres, em 44,5%.

G1

 

Opinião dos leitores

  1. nde o L.ula que a corrupção e tudo se resolvia???….Há 17 meses quando do impeachment a gasolina custava R$ 3,09 hoje custa R$ 4,70….O gás custava 47 hoje custa 70, tinha 16 milhões com o nome negativado, hoje são 67 milhões ( 46% da população adulta), eram 7 milhões de desempregados, hoje são 27,7 milhões…..Os coxinhas merecem a grande perigosa e articulada quadrilha que está no poder…..Onde anda os adestrado pelo MBL, Pato da FIESP e RedeBobo e os caminhoneiros que trancavam as rodovias???…….

  2. Impressiona como o brasileiro é manipulado. Só repetem o discurso já ensaiado. Não se debate as causas ou soluções para a crise econômica. O dinheiro está fora de circulação no Brasil e a crise vai continuar, é fato. Um forte motivo para isso é o spread bancário, o Brasil tem o segundo maior do mundo. Isso significa que as financeiras lucram mais que em qualquer parte do mundo. Os juros "legalizados" chegam a 22% ao mês, 938% ao ano, onde o índice inflacionário está baixíssimo. Todo esse dinheiro que deveria estar fazendo a economia pulsar é repassado para os bancos que chegam a 44% de lucro em um único ano. Qual empresa tem lucro superior a 10% em tempo de crise? O Conselho Monetário Nacional tem o poder para limitar esses juros, mas nada faz. No entanto, algumas topeiras vêm falar de esquerdismo. Num país onde os bancos são os grandes lucradores, não se pode falar em esquerdismo, isso é fato. Aqui não defendo direito/esquerda/centro, mas um país onde a economia não fique estagnada porque a população está endividada pagando 938% de juros bancários. O pobre é a maior vítima e seria a solução para a crise, já que somos um país de consumidores pobres. Fica a reflexão.

  3. Continuem votando nos PT, PMDB e PSDB de sempre. O país não aguenta mais 4 anos de corrupção e esquerdismo!

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