Transigir não é se render. Transigir é ceder para poder avançar. Uma postura de intransigência impede avanços e dificulta diálogos.
É exatamente isto que está acontecendo, agora, com o movimento de ocupação do pátio da Câmara, com repercussão direta sobre o trabalho de quem está nas dependências em volta do pátio.
Os manifestantes do Movimento #foramicarla, também autodenominado “Primavera sem Borboleta”, apresentaram ontem, na rodada de negociações abertas pela OAB, cinco exigências ao presidente da Câmara, vereador Edivan Martins.
Foram atendidas as seguintes exigências: 1) que uma nova CEI fosse instalada; 2) que a nova CEI tivesse cinco e não apenas três integrantes; 3) que os integrantes não estejam envolvidos na Operação Impacto, em outras ações judiciais ou ligações com a Prefeitura e; 4) Que uma audiência pública fosse convocada para hoje (14) de manhã.
Todas estas exigências foram atendidas.
Menos uma: os manifestantes queriam que o presidente da Câmara garantisse a relatoria ou a presidência da CEI para vereadores da Oposição. Edivan Martins disse que não pode garantir.
Afinal, de acordo com o Regimento da CMN, são os integrantes da CEI, indicados pelos respectivos partidos, que escolhem, entre eles, quem será o presidente e quem será o relator. Simples. Está no Regimento. Funciona, assim, em todas as casas legislativas.
Diante de apenas uma negativa, os manifestantes resolveram continuar a ocupação. E a audiência pública, que seria realizada hoje pela manhã, acabou não acontecendo.
Transigir é preciso. Palavras de ordem alimentam o confronto, mas não promovem diálogo!
Detalhe: oito vereadores assinaram o pedido de instalação da CEI dos Contratos: por ordem alfabética, Adão Eridan, Assis Oliveira, Fernando Lucena, George Câmara, Júlia Arruda, Luiz Carlos, Raniere Barbosa e Sargento Regina.
Com o recesso que começa a partir de amanhã – hoje é (ou seria) o último dia de trabalho do 1º semestre – a promessa escrita de instalação de nova CEI, a entrega de documentos ao MP pela PMN e os festejos de São João e São Pedro, que ninguém é de ferro, nem os "amotinados", a CMN será desocupada e esse #foraqualquercoisa vai esfriar. Depois só será lembrado na campanha eleitoral do próximo ano, tendo em vista as imagens que os partidos de esquerda mandaram fazer…