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A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) vai participar de um estudo de fase 3 para testar a eficácia do medicamento Molnupiravir, fabricado pela farmacêutica MSD, para verificar a eficiência do remédio que evita a transmissão e propagação da Covid-19 entre pessoas já expostas ao vírus da Sars-CoV-2.
A fundação dará início a este estudo multicêntrico internacional na próxima semana. Ele acontecerá simultaneamente em sete centros do país, sendo dois sob responsabilidade da entidade: no Rio de Janeiro e no Mato Grosso do Sul. Os outros centros estão distribuídos entre os estados do Amazonas, Rio Grande do Sul e São Paulo.
Segundo a Fiocruz, o uso do Molnupiravir será avaliado como profilaxia pós-exposição (PEP). Na ocasião, vão ser avaliadas pessoas que foram expostas à Covid-19, mas que testaram negativo para a doença, e que tiveram contato com pessoas que testaram positivo para o vírus nas últimas 72 horas.
Os participantes do estudo também precisam ter acima de 18 anos e não podem ter tomado vacina contra a doença. O estudo não terá um número exato ou máximo de participantes. A infectologista Margareth Dalcomo, da Fiocruz e coordenadora do centro do Rio de janeiro, explicou que o método utilizado é o chamado competitivo.
“É um estudo de natureza competitiva, aqui no Brasil e no mundo. Não é fácil incluir voluntários, não pode estar vacinado, precisa ter a partir de 18 anos e ter um teste negativo de antígeno ou PCR para Covid. A estimativa é que no Brasil serão algumas centenas de voluntários, alguns milhares devem ser ao redor do mundo.”, explica a pesquisadora. O chamado caso índice, a pessoa que está infectada efetivamente pela doença, pode ser de qualquer faixa etária.
Com duração de seis meses, a etapa de fase três deste estudo consiste no uso do medicamento por via oral duas vezes ao dia, durante cinco dias seguidos. O Molnupiravir atua impossibilitando a replicação do vírus e tem um potencial de ação em vários vírus RNA, dentre eles o Sars-CoV-2.
Para o pesquisador da Fiocruz e coordenador do centro do Mato Grosso do Sul, Julio Croda, os resultados da fase 3, divulgados na última sexta-feira (1) pela MSD, podem ser considerados bem promissores. “A proposta do medicamento é impedir a reprodução do vírus após a infecção, e não agravar o quadro da doença. Para o que se propõe, os resultados são ótimos.”, explica Croda. Os dados da farmacêutica mostram que o remédio reduziu em cerca de 50% a chance de hospitalização ou morte para pacientes em risco de doença grave.
A triagem dos voluntários é feita através de um questionário para ser respondido no próprio site da farmacêutica. Caso seja autorizado, o Molnupiravir, que atua no organismo ao introduzir erros no código genético do vírus, será o primeiro medicamento antiviral oral para Covid-19.
CNN Brasil
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