Os últimos decretos estaduais e a forma como o estudante da saúde vem sendo negligenciado no Estado fez com que estudantes redigissem um manifesto ao Governo do Estado por atenção. Em carta, queixam-se que continuam sem “atuar nas práticas internas e sem receber a vacinação”. Leia íntegra abaixo:
“Excelentíssima senhora Governadora do Rio Grande do Norte, Vice Governador e secretários de saúde,
Estamos vivendo um cenário mundial sem procedência histórica nos últimos 100 anos, que trouxe mudanças no cotidiano de toda a sociedade e, no nosso Estado não poderia ser diferente. Observamos e confirmamos o esforço do Governo Estadual na luta diária pela preservação da vida, manutenção da saúde, economia e educação em face à realidade da Covid-19.
Todo esse tempo, desde o surgimento dessa doença, foi possível perceber a importância dos profissionais da saúde em todo o mundo. Não à toa, a eles foi conferido o título de “heróis”, pois deram o sangue e a “vida pela vida” dos pacientes. Com isso, fica cada vez mais claro o quão indispensáveis são esses trabalhadores. Nós, enquanto estudantes da área da saúde, solicitamos que sejamos reconhecidos, na prática, como profissionais desse segmento. Somos nós, Governadores, os responsáveis pela maior parte dos atendimentos nos centros de saúde que nos recebem; somos a mão-de-obra que sempre fez, e faz, a diferença na saúde dos municípios e regiões que ofertam nossos cursos, especialmente a grande Natal.
Consideramos que, atualmente, a saúde estadual sofre um enorme desfalque, com as medidas presentes no “Decreto n° 30.383, de 26 de fevereiro de 2021”, publicado no diário oficial do Rio Grande do Norte, e com orientações via SESAP/RN, quando elas se referem a proibição dos nossos estágios. Por isso, solicitamos que o decreto seja revisto, possibilitando a manutenção das nossas atividades educacionais práticas, pois enquanto estudantes da área da saúde, temos muito a agregar ao Sistema Único de Saúde do Estado.
Em nossos campos de práticas, somos responsáveis pelos mais diversos tipos de atendimento. Atuamos em todos os níveis da atenção: desde a unidade básica de saúde, na atenção básica, até o hospital, na atenção terciária; ficando responsável por todos os serviços prestados nesses locais.
Dentre os serviços que prestamos, destacam-se, na atuação à saúde da mulher, a realização do pré-natal das gestantes, a coleta de preventivos, os rastreios dos diversos tipos de câncer que acometem essa população, como mama, aparelho reprodutor e gastrointestinal. Atuamos, também, na saúde infanto-juvenil, atendendo pré-natal, puericultura, promovendo a amamentação, estimulando a vacinação correta, orientando sobre a importância do estudo e zelando pelo desenvolvimento e crescimento saudável. Com relação à saúde do idoso, somos nós que fazemos a renovação das receitas dos seus medicamentos, o rastreio e controle das comorbidades, como diabetes, hipertensão, problemas no colesterol e obesidade. Bem como no tratamento contra o tabagismo, etilismo e outros vícios, sempre estimulando os hábitos saudáveis. Temos uma ação significativa na área de saúde mental, tratando os pacientes de forma mais humana, praticando a escuta ativa e intervindo de acordo com a realidade de cada um. Nessa área, tratamos os pacientes depressivos, ansiosos, com ideação suicida, com transtornos de personalidade, com vícios e anseios, todos do mesmo modo, sem preconceito e sem estigmas, proporcionando o acolhimento social. Além disso, desde o início da graduação somos fundamentais na promoção da educação em saúde continuada para o público e na aplicação de projetos de intervenção nas UBS ou demais cenários. Levamos o conhecimento teórico para a prática, buscando sempre o benefício do cidadão. No que diz respeito à atenção hospitalar e de urgência, realizamos todos os tipos de atendimentos, desde a dor de cabeça, a dor nas costas, até as manobras de ressuscitação e procedimentos cirúrgicos de emergência, auxiliando nossos preceptores. Em todos esses momentos, prestamos um atendimento humanizado e empático para o paciente e seus familiares.
Somos nós que atuamos, simultaneamente, em todos os cenários, da mesma forma. Pode ser UBS, UPA, Hospital de Campanha, com leito ou sem leito, fazemos o que está ao nosso alcance e o que não está tentamos até o limite. Otimizamos o serviço, realizamos procedimentos básicos e complexos (com supervisão), possibilitando que mais pessoas tenham acesso à saúde.
Grandioso é o impacto da nossa mão de obra no serviço de saúde municipal e estadual. E maior ainda é o prejuízo que esses locais têm com a nossa ausência. Por isso, não podemos esconder nossa insatisfação frente a omissão que está ocorrendo. Entendemos a situação gravíssima que o Estado e o País estão vivenciando, longe de nós pensamentos negacionistas, mas pedimos razoabilidade e plausibilidade nas ações tomadas, pois estamos sendo retirados dos nossos locais de prática estadual e institucional, perdendo a oportunidade de aprender, de ter um ensino de qualidade e, principalmente, de contribuir para a melhoria da saúde do Rio Grande do Norte, justamente nesse momento em que o conhecimento científico da área da saúde mostra-se cada vez mais necessário.
Esperamos do Governo, em seus decretos e documentos, medidas, como a aceleração do nosso processo de vacinação, consoante as orientações do Ministério da Saúde (“Informe Técnico do MS – Campanha Nacional de Vacinação contra a Covid-19”, publicado em 18/01/2021) e não medidas que dificultem o nosso processo de aprendizado ou que diminuam o nosso serviço prestado.
Com relação ao processo de imunização, não temos tido acesso aos imunizantes, mesmo isso nos sendo garantido pelo informe do Ministério da Saúde e pelo “RN + Vacina”. No anexo 1 do “Informe Técnico – Campanha Nacional de Vacinação Contra a Covid-19”, é descrito os grupos prioritários da seguinte forma:
Trabalhadores da Saúde: […]A vacina também será ofertada para acadêmicos em saúde e estudantes da área técnica em saúde em estágio Hospitalar, Atenção Básica e clínicas […]. (BRASIL. Ministério da Saúde. Informe Técnico: Campanha Nacional de Vacinação contra a Covid-19. Janeiro, 18/2021.)
No entanto, desde a data da referida nota técnica, não fomos inseridos em nenhum protocolo ou calendário regional para o processo de vacinação, mesmo estando cadastrados no “RN + Vacinas” e lá constando que somos do grupo 1. Além disso, não temos tido acesso às vacinas, apesar de todas essas recomendações. Desse modo, solicitamos que os estudantes da saúde sejam incluídos, na prática, no processo de imunização. Reconhecemos que a disponibilidade de imunizantes não é a ideal, mas somos do grupo prioritário, além de sermos sim indispensáveis para a aplicação de vários serviços do SUS.
Diante do exposto, vale ressaltar que, é do nosso conhecimento, que uma parcela incipiente dos alunos conseguiram a imunização, porém por dois motivos: 1) um pequeno grupo que estava atuando no rodízio do Hospital Giselda Trigueiro e da Liga Contra o Câncer, durante a primeira fase da vacinação; 2) outro grupo ainda menor de alunos conseguiram a imunização seguindo orientações fora dos protocolos publicados, ou seja, de forma não orientada.
Atualmente, estamos impedidos do acesso ao ensino prático dentro das áreas controladas das instituições (UNP, por exemplo), que seguiam todo padrão e protocolo coerente com o distanciamento social, medidas de segurança e orientações individuais de saúde; e por outro lado, é solicitado nosso auxílio no campo prático de saúde municipal, onde somos os únicos profissionais desprotegidos, sem a vacinação.
Nosso objetivo não é abandonar os estágios práticos, mas sim frequentá-los com a segurança de termos sido vacinados, pois precisamos desses locais para a nossa formação e, os pacientes e o Estado precisam da nossa contribuição. Inclusive, buscamos sempre atuar em estágios extracurriculares, como ligas acadêmicas e projetos de extensão, os quais atuam no sistema público de saúde, proporcionando benefícios a gestão e a população. Contudo, esses projetos estão impedidos, pelo decreto atual, de realizar seus processos seletivos, mesmo com todo o distanciamento e medidas de proteção. Isso resulta em um prejuízo, para o local do estágio, de 60 alunos que poderiam estar realizando atendimento público gratuito e de excelência, junto aos preceptores. Isso em apenas um estágio, fora todos os outros. Perdem com isso os acadêmicos; a população; os profissionais de saúde, que vão ficar sobrecarregados; e o Estado.
Nós, graduandos de Medicina, principalmente os dos anos finais do curso (6o ao 12o semestre), clamamos, com urgência, para sermos notados pelo governo do Estado do Rio Grande do Norte. Pois, atualmente, somos muito prejudicados com as medidas que
interrompem nossos estágios e que não permitem a nossa vacinação. Solicitamos respostas em relação a esses problemas.
Queremos deixar claro que muitas vidas dependem dessa parceria entre órgãos públicos e as Instituições de ensino dos Cursos de Medicina, em que vidas dependerão desse nosso processo de capacitação.
Temos a certeza de que o Sistema de Saúde Estadual, como parceiro histórico em nossa formação, continua precisando de nossa ajuda. Por isso, pedimos a nossa vacinação e o retorno das nossas vivências.
Natal, 03 de março de 2021,
Graduando do curso de Medicina”.
Isso é uma palhaçada do PT, os médicos que terminam em Caicó RN não sabem a diferença de um PERIQUITO para um CU, como esse povo vão aprender nada, não tem a menor estrutura, Caicó RN é uma piada, coisa de petistas. Eu estive por lá, é muita conversa, é a faculdade que você sai pior que entrou, vi o cara já Médico não conhecia um sonda de 3 ponta de silicone, vão criar muitos problemas para as pessoas pobres, um rico não vai ser atendido por um médico cotista, com 10% a menos de conhecimento
então a bonificação será apenas para ampla concorrência?
Queria ver se o ITA, uma instituição FEDERAL, inventasse algo pra prejudicar quem é de fora de São Paulo! A grita ia ser grande!!! Principalmente no nosso vizinho Ceará! É um absurdo essa medida!
A lei manda destinar 50% das vagas pra escola pública,em todos o cursos.
Inclusive Medicina.
É a LEI Nº 12.711, DE 29 DE AGOSTO DE 2012.
Eu acho que essa decisão da UFRN é inconstitucional. Afinal é uma Universidade Pública Federal. Vivemos no República Federativa do Brasil. Vamos aguardar o que diz o Ministério Público Federal.
É não! Isso já existe em várias universidades. Inclusive no campus de Caicó já há bônus para quem fez o ensino médio nas escolas do Seridó!