Mulheres que fazem sexo toda semana ou todo mês tendem a entrar na menopausa mais tarde, segundo um novo estudo publicado no Royal Society Open Science. A pesquisa considera como atividade sexual relações com penetração, sexo oral, toques e carícias sexuais ou autoestimulação.
“As descobertas do nosso estudo sugerem que, se uma mulher não está fazendo sexo e não há chance de gravidez, o corpo ‘escolhe’ não investir na ovulação, pois seria inútil. Pode haver uma troca energética biológica entre investir energia na ovulação e investir em outros lugares, como manter-se ativo cuidando dos netos”, explicou Megan Arnot, uma das pesquisadoras, em comunicado.
De acordo com Arnot, a ideia de que as mulheres cessam a fertilidade para investir mais tempo em sua família é conhecida como “Hipótese da Avó”. “[Essa teoria] prevê que a menopausa originalmente evoluiu nos seres humanos para reduzir o conflito reprodutivo entre diferentes gerações de mulheres, e permitir que elas aumentem sua aptidão inclusiva investindo nos netos”, disse a pesquisadoras
Outro fato que corrobora para a hipótese é que, durante a ovulação, a função imunológica da mulher é prejudicada, tornando o corpo mais suscetível a doenças. Dado que a gravidez é improvável devido à falta de atividade sexual, não seria proveitoso para o organismo alocar energia em algo tão trabalhoso como a ovulação — especialmente se mulher puder usar essa energia para outra coisa.
Segundo os pesquisadores, essa é a maior e mais diversificada pesquisa do tipo já realizada. Eles contaram com dados de quase 3 mil mulheres, sendo que 48% eram brancas, 78% estavam em um relacionamento estável e nenhuma havia entrado na menopausa até então.
A equipe acompanhou essas mulheres durante 10 anos, período em que elas responderam a questionários sobre suas atividades sexuais e menstruação. Dessa forma, eles constataram que as mulheres que faziam sexo semanalmente tinham um risco 28% menor de entrar na menopausa cedo do que as que transavam com menos frequência. Aquelas que faziam sexo mensalmente mostraram ter uma probabilidade 19% mais baixa de ter a menopausa antes da hora.
“A menopausa é, obviamente, inevitável para as mulheres, e não há intervenção comportamental que a impeça”, lembrou Ruth Mace, uma das pesquisadoras. “No entanto, esses resultados são uma indicação inicial de que o momento da menopausa pode ser adaptável em resposta à probabilidade de engravidar.”
Galileu
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