Economia

Presidente da Petrobras diz que empresa não fará demissões em massa

Foto: © Fernando Frazão/Agência Brasil

O presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, afirmou nesta sexta-feira (17) que a estatal não planeja fazer demissões em massa em meio à crise do coronavírus, que afetou a demanda e os preços no setor de petróleo. O executivo e diretores da estatal concederam entrevista coletiva por videoconferência no início da tarde desta sexta (17) para comentar as medidas tomadas durante a pandemia de coronavírus.

“A Petrobras não está demitindo, não tem planos de fazer demissões em massa e isso nunca esteve sob consideração”, disse Castello Branco. “Quanto aos terceirizados, eles não são empregados da Petrobras. Eles não têm contrato [com a Petrobras]. São das empresas fornecedoras de mão de obra, então essa pergunta tem que ser endereçada a essas empresas, e não à Petrobras”.

A estatal informou que tem 160 casos confirmados de coronavírus, sendo metade deles de empregados e a outra metade de trabalhadores terceirizados. Duas plataformas afretadas estão com a produção parada neste momento devido ao vírus: a FPSO Cidade de Santos, que deve retomar a produção no fim de semana, e a FPSO Capixaba, que ainda deve ficar parada por cerca de 10 dias.

O diretor executivo de relacionamento institucional, Roberto Ardenghy, afirmou que a empresa aplica protocolos rígidos discutidos com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e as autoridades, e está estudando a possibilidade de realizar testes de coronavírus em trabalhadores próprios e terceirizados antes do embarque offshore.

“Estamos discutindo com a Anvisa e já estamos conversando com os fornecedores de testes para saber de que maneiras podemos começar a testar, caso seja a recomendação das autoridades sanitárias”, disse o diretor. Ele afirmou que a empresa já realiza anamnese e checagem de temperatura antes do embarque para as plataformas.

Imposto sobre importação

O presidente da Petrobras alertou, durante a coletiva, que um aumento no imposto sobre a importação da gasolina poderia tornar o combustível mais caro e prejudicar a oferta de gás de cozinha, já que a produção dos dois combustíveis nas refinarias é interligada. Segundo Castello Branco, esse é um pedido de produtores de etanol, que desejam aumentar a competitividade do álcool frente à gasolina.

O executivo argumentou que tornar a gasolina menos competitiva em um cenário em que a demanda pelo combustível já é baixa pode obrigar as refinarias a reduzirem a produção do combustível, o que consequentemente levaria a uma redução da produção do gás de cozinha.

“Isso nos levará à necessidade de importar mais GLP [gás de cozinha] para abastecer o mercado, e como existe uma capacidade limitada de internação de GLP importado, isso significaria um risco de desabastecimento no mercado brasileiro”.

A diretora de refino e gás natural, Anelise Lara, acrescentou que um aumento na Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) que incide sobre a gasolina poderia ter o mesmo impacto, prejudicando a oferta de gás de cozinha como consequência. “Acarreta desorganização na cadeia”, avaliou.

O diretor de Exploração e Produção, Carlos Alberto Pereira de Oliveira, disse aos jornalistas que o corte de 200 mil barris na produção diária que foi implementado em meio à crise está “dentro da ordem de grandeza” do cenário atual. “Vamos fazer uma administração dia a dia em torno desse valor. E obviamente vai depender da evolução do cenário em relação à demanda mundial de petróleo.”

Agência Brasil

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Diversos

Bolsonaro diz que não fará demarcação de terras indígenas

FOTO: FERNANDO FRAZÃO/AGÊNCIA BRASIL

O presidente Jair Bolsonaro disse nesta sexta-feira (16) que países que investem recursos no país para programas de preservação ambiental estão “comprando à prestação o Brasil”. Ele criticou a Noruega que, assim como a Alemanha, decidiu suspender seus repasses para o Fundo Amazônia.

“O pessoal está comprando à prestação o Brasil. A compra no passado era também demarcando terras, o Brasil só fazia acordos lá fora em troca de abrir mão de sua soberania, demarcando terras indígenas, ampliando parques”, disse, dando como exemplo o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, em Goiás, ampliado em 2017 no governo do então presidente Michel Temer.

Para o presidente, as reservas atrapalham o desenvolvimento do país. “Não pode continuar assim, [em] 61% do Brasil não pode fazer nada. Tem locais que, para produzir, você não vai produzir, porque não pode ir num linha reta para exportar ou para vender, tem que fazer uma curva enorme para desviar de um quilombola, uma terra indígena, uma área proteção ambiental. Estão acabando com o Brasil”, disse, ao deixar o Palácio da Alvorada na manhã desta sexta-feira.

Bolsonaro ressaltou ainda que não fará demarcação de terras indígenas durante seu governo. “Enquanto eu for presidente não tem demarcação de terra indígena”, disse. “Eles têm 14% do território nacional. Imagine Região Sudeste, uma área maior que essa já é terra indígena, não é área suficiente? Ontem [15], eu estive de novo com um grupo de indígenas e eles querem liberdade para trabalhar na sua área, não querem viver como em um confinamento, como seres pré-históricos”, acrescentou o presidente.

Agência Brasil

 

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