Diversos

OLHA A CRISE: Primeiro delator da Lava-Jato, ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa tem nome sujo no SPC e Serasa

O ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa chega ao Aeroporto Afonso Pena, após retirar a tornozeleira eletrônica na Justiça Federal, em Curitiba – 03-11-2016/ Geraldo Bubniak/ Agência O Globo / Agência O Globo

Se fosse comprar, hoje, uma passagem aérea do Rio de Janeiro para Curitiba — com ida e volta no dia 9 de março, sem escalas —, Paulo Roberto Costa teria de despender cerca de R$ 500, no máximo, comparando-se tarifas das principais companhias do setor. O valor é simbólico perto dos R$ 79 milhões que o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras desviou da estatal para contas no exterior. Ainda assim, sua defesa afirma que em razão de “graves dificuldades financeiras”, ele não poderá comparecer a uma audiência neste dia, conforme convocação da Justiça, para depor como testemunha de acusação em processo da operação Calicute. O que parece pouco plausível é verdade: Costa está com o nome sujo no SPC/Serasa, de acordo com dados obtidos pelo GLOBO em órgãos de proteção ao crédito.

Somente no período compreendido entre dezembro de 2015 e fevereiro presente, o primeiro delator da Operação Lava-Jato recebeu quatro protestos de dívidas acumuladas no Rio e em São Paulo, sendo que uma delas está associada ao Banco do Nordeste do Brasil. A mais recente foi protestada na última segunda-feira, no valor de R$ 18.569; outra delas, cuja notificação completará um ano amanhã, chega a R$ 20.350. E uma terceira, também de 2016, não chega a ser irrisória como a viagem de avião, mas chega perto: R$ 894.

Condenado por crimes como corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa, o engenheiro mecânico segue com suas contas bancárias ainda bloqueadas. Além do montante de dinheiro que precisou devolver, ele perdeu carros e uma lancha, posteriormente anunciada por R$ 1,4 milhão em um leilão. Entre os automóveis, um Range Rover Evoque, avaliado em R$ 250 mil, foi presente do doleiro Alberto Yousseff, de acordo com a investigação da Polícia Federal.

De junho do ano passado para cá, Costa recebeu quatro multas e nem essas foram pagas, sendo que elas somam cerca de R$ 500 no total. A mais baixa custa R$ 85,13; e a mais alta, R$ 191,54. Todas elas são atribuídas a outro carro, um Hyundai Tucson. O modelo do ano gira entre R$ 138.900 e R$ 159.600, dependendo da versão. As infrações cometidas vão desde avançar o sinal vermelho e transitar em faixa ou via exclusiva de transporte público a andar em velocidade superior à máxima permitida em até 20%.

Ter o nome sujo e a vida esplanada é de deixar qualquer empresário com a dignidade no chão, especialmente este que era sócio em seis empresas — em uma delas, majoritário — e agora mantém por um fio apenas a Refinaria de Petróleo Capixaba, da qual detém 1% de participação.

A vida de luxo ficou mesmo para trás. Fazem parte dela o condomínio onde Costa tem residência em Itaipava, na Região Serrana, cujo terreno alcança 3,5 milhões de metros quadrados, em vasta área verde. Para morar lá, ele pagava uma taxa média mensal de R$ 1.500. Uma de suas residências no Rio fica no condomínio Rio Mar IX, na Barra da Tijuca (Rua Ivaldo de Azambuja). Com a mulher, duas filhas e dois genros ele chegou a incorporar treze imóveis na cidade, além de salas comerciais.

Nesta quinta-feira, Moro atendeu o pedido de Paulo Roberto Costa, que se diz “pobre e falido”, para realizar o encontro da Lava-Jato por videoconferência. É esperado que ele se pronuncie contra o ex-governador Sérgio Cabral, sua mulher Adriana Ancelmo e mais 11 pessoas que respondem por corrupção e lavagem de dinheiro.

O Globo

Opinião dos leitores

  1. Paulo Roberto Costa, para quem não lembra, era, além de diretor de abastecimento, o operador político do PP e do PMDB na Petrobras. Segundo seus depoimentos, sua relação mais direta era com Ciro Nogueira (presidente do PP) e Romero Jucá (PMDB), líder do (des)governo Temer no senado. Sua delação foi uma das que comprometeram o deputado potiguar Henrique Alves

    1. 09/10/2014 19:44 BRT – O homem-bomba da Petrobras, Paulo Roberto Costa, pode fazer um estrago nesta reta final da campanha eleitoral.

      Em seu mais recente depoimento à Justiça Federal, nesta quarta-feira (8), ele revelou o esquema de propina para três partidos — PT, PMDB e PP, partidos da base governista. No caso do PT, Paulo Roberto Costa diz que o elo com as diretorias era João Vaccari Neto.

  2. Esse senhor é tão confiável que o MPF está pedindo a PRISÃO DELE POR TER MENTIDO na delação premiada. Se ele desrespeita a justiça, criar uma imagem de coitado circunstancial, não é nada, coisa de petista, mostrando a farsa que são e a quadrilha que formaram quando tiveram o poder em mãos.
    Que o BRASIL TENHA APRENDIDO A LIÇÃO e NUNCA MAIS ELEJA NINGUÉM DA ESQUERDA.

  3. Não há limite para consolidação da imagem de vítima dos petistas pegos tento praticado corrupção.
    Viviam nababescamente em mansões, com carrões, despesas mensais altíssimas, luxo e mais luxo e ao ser desmascarado, pronto, do dia para noite viram mendigos, vítimas da perseguição política, nunca como são na realidade, corruptos sem escrúpulos, usurpadores dos recursos públicos, sanguessugas dos cargos públicos.

Comente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *