Foto: Custódio Coimbra/03-04-2019
Após a queda da taxa básica de juros, a Selic, para 5,5% ao ano, Bradesco e Itaú Unibanco anunciaram novas reduções na taxa de juros de suas linhas de crédito imobiliário , acirrando a disputa no setor. No caso do Bradesco, as condições valerão a partir desta terça-feira, dia 1º de outubro. A taxa mínima será de 7,3% ao ano mais Taxa Referencial (TR). Atualmente, as taxas começam em 8,2% ao ano mais TR.
Segundo o Bradesco, as novas taxas poderão ser contratadas para financiamentos com prazo de até 360 meses. “O cliente pode financiar até 80% do valor do imóvel e o comprometimento máximo da renda líquida sobre o valor das prestações é de 30%”, informou o banco.
Na sexta-feira, o Itaú também anunciou que vai reduzir as taxas mínimas dos juros do financiamento imobiliário. As taxas para novos contratos passam a ser de 7,45% ao ano mais Taxa Referencial, variando de acordo com o perfil do cliente e de seu relacionamento com o banco. Antes, as taxas iniciavam em 8,1% ao ano mais TR.
Os valores são unificados para as linhas de Sistema Financeiro da Habitação (SFH), Sistema Financeiro Imobiliário (SFI) e Carteira Hipotecária (CH).
— O mercado imobiliário está crescendo, a compra de um imóvel é uma decisão relevante na vida das pessoas. É uma oportunidade de viabilizar sonhos e estabelecer uma relação de longo prazo com nossos clientes. Além, é claro, de contribuir para a retomada do setor — afirmou Cristiane Magalhães, diretora do Itaú Unibanco.
A Selic está no menor patamar histórico. Ana Castelo, coordenadora de Projetos da Construção do FGV IBRE, avalia que, até o fim do ano, ainda há espaço para novas quedas nas taxas de juros cobradas pelos bancos para o crédito imobiliário:
— Na medida em que há uma queda nas taxas de juros e condições mais favoráveis aos compradores, cresce a possbilidade de incluir mais famílias no financiamento de imóveis, em um momento de retomada lenta da economia e do mercado imobiliário — ressalta Castelo.
Movimento de mercado
Em agosto, a Caixa Econômica lançou um financiamento imobiliário que atrela os juros ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) , que mede a inflação oficial do país. Esse percentual está acumulado em 3,22% nos últimos 12 meses.
Trata-se de uma alternativa às tradicionais linhas de crédito habitacional, que têm os juros atrelados à Taxa Referencial (TR), atualmente zerada.
A nova modalidade possibilita uma economia inicial por oferecer taxas mais baixas: de 2,95% ao ano a 4,95% ao ano, mais a variação da inflação.
Em julho, o Santander já havia reduzido suas taxas de 8,99% para 7,99% ao ano , mais a taxa referencial (TR), para financiamento de imóveis em até 35 anos. A renda mínima necessária é de R$ 2,5 mil (composta, sem necessidade de comprovação de parentesco ou casamento) e o comprometimento com o financiamento deverá ficar entre 30% e 35% (de acordo com a análise de crédito).
— O banco foi o primeiro a baixar os juros para a casa de um dígito, em 2017, e no ano passado deu início a um novo reposicionamento das taxas — lembra Gustavo Alejo, diretor de Produtos de Crédito para Pessoa Física do Santander.
Segundo dados do Banco Central, os novos financiamentos contratados tiveram custo médio de 8,2% ao ano, considerando empréstimos com recursos da poupança e do FGTS.
O financiamento imobiliário com recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) atingiu R$ 6,71 bilhões em agosto, um aumento de 18,4% em relação ao mesmo mês de 2018, segundo dados da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip).
O Globo
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