Judiciário

MPRN oferece novas denúncias contra ex-prefeito de Jucurutu, George Queiroz, por peculato, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro

Foto: Reprodução

O Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN) ofereceu três novas denúncias contra o ex-prefeito de Jucurutu George Retlen Costa Queiroz. Ele e ex-auxiliares foram alvos da operação Cabresto, deflagrada pelo MPRN no dia 9 de dezembro passado. As novas denúncias são relativas aos crimes de peculato, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro.

A operação Cabresto foi deflagrada para apurar a doação irregular de terrenos pela Prefeitura de Jucurutu para fins eleitoreiros. A ação visou descortinar um esquema delituoso instalado na prefeitura, onde o ex-prefeito George Retlen Costa Queiroz teria montado uma “central de doação de imóveis”, concedendo direitos reais de uso de 616 terrenos para inúmeras pessoas, sem observância do procedimento legal, sem verificação de alguma carência dos favorecidos, sem manifestação jurídica, sem publicidade e sem autorização do poder legislativo. Desse total, 487 bens públicos foram “doados” a particulares nas proximidades da eleição municipal de 2016, época em que George Queiroz foi candidato à reeleição.

Leia matéria completa no Justiça Potiguar aqui.

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Diversos

MPF-RN apresenta novas denúncias contra envolvidos na Operação Forró

O Ministério Público Federal no Rio Grande do Norte (MPF/RN) denunciou por posse irregular de arma de fogo quatro envolvidos no esquema ilegal de jogos que foi alvo da Operação Forró. Walter Duque de Morais Filho; Wagner Miguel de Araújo Galvão, o “Novinho do Gás”; Maurício Alves de Barros e Maurício Alves de Barros Júnior tiveram seus revólveres e pistola apreendidos durante a operação, realizada em 4 de dezembro de 2013.

As armas estavam em situação irregular e todos mantinham ainda, em suas residências, cartuchos com munições. Os revólveres e a pistola eram utilizados pelos denunciados no apoio às atividades ilegais praticadas pelas duas organizações identificadas na Operação Forró. Ambas operavam jogos ilícitos (jogo do bicho e caça-níqueis) e suas ações incluíam crimes como contrabando; corrupção ativa e passiva; lavagem de capitais; e participação em organização criminosa armada.

Wagner Miguel, também conhecido como “Novinho do Gás”, mantinha em sua residência, no bairro do Bom Pastor em Natal, uma pistola da marca Taurus, modelo PT 58S, calibre 38. Além da arma, foram encontrados 25 cartuchos e dois carregadores de pistola. O registro da arma estava vencido desde 17 de março de 2013 e o pedido de renovação havia sido indeferido. De acordo com as investigações, Wagner Miguel era um dos principais intermediários entre as organizações criminosas e policiais civis, que contribuíam com as ilicitudes mediante propina.

Na residência de Walter Duque Filho, no Parque Joquey Clube em Parnamirim, foi encontrado um revólver Taurus, calibre 38, e ainda 20 cartuchos de calibre 38 intactos. O único documento de registro existente datava de 1998 e já havia expirado. Ele, segundo aponta a denúncia, fazia uso do revólver para garantir “a guarda e a distribuição segura do dinheiro” da organização criminosa conhecida como “os cariocas”.

Aditamento – Além das duas denúncias, o MPF apresentou um aditamento à ação penal 0001069-23.2014.4.05.8400, inicialmente proposta pelo Ministério Público Estadual. O aditamento foi necessário tendo em vista que, devido à relação com um dos processos da Operação Forró (0006276-37.2013.4.05.8400), o crime de posse irregular de arma atribuído a Maurício Alves de Barros e Maurício Alves de Barros Júnior passou à competência da Justiça Federal.

No aditamento, o MPF destaca que dois revólveres foram encontrados durante o cumprimento dos mandados judiciais da Operação Forró na residência de Maurício Alves de Barros Júnior. Um dos revólveres, da marca Taurus, calibre 38, pertencente a Maurício Júnior, apresentava um documento de registro vencido desde 12 de julho do ano passado, quase cinco meses antes da apreensão.

O outro revólver, pertencente a Maurício “Pai”, também calibre 38, da marca Rossi, não apresentava registro. Os dois são apontados como dois dos principais integrantes da organização criminosa conhecida como “os cariocas”. Além dos revólveres, foram aprendidas 63 munições calibre 38, intactas. O crime de posse irregular de arma de fogo de uso permitido (art. 12 da Lei nº 10.826/2003 ) prevê pena de detenção de um a três anos e multa.

Operação – A “Forró” desbaratou duas organizações criminosas, uma liderada por Maurício Alves de Barros e a outra por Vicente Paulo da Silva Neto (“Paulinho”), cada qual com atividades criminosas próprias, mas associadas entre si em uma casa de jogos ilegais no bairro de Ponta Negra.

A investigação iniciada em 2012 revelou, através de escutas telefônicas, que “Gilberto Tavares da Silva explorava jogos de azar por meio do uso de máquinas caça-níquel e do jogo do bicho”, auxiliado por um grande grupo de pessoas que passaram a ser investigadas. Em agosto de 2012 Gilberto Tavares foi assassinado.

“O fato levou tanto ao desmembramento dos negócios ilícitos do falecido quanto a uma disputa por seu patrimônio”, aponta o MPF na denúncia original. Antigos sócios e alguns familiares de Gilberto Tavares assumiram seus negócios. A operação do jogo do bicho foi repassada ao grupo chamado de os “cariocas”, liderados por Maurício Alves de Barros, Maurício Alves de Barros Júnior, Marcelo Alves de Barros e Eduardo Madureira da Silva.

Já a administração das máquinas caça-níqueis ficou a cargo de um filho de Gilberto, Radmak Freire da Silva, que se associou a Vicente Paulo da Silva Neto, o “Paulinho”. Outros denunciados realizavam tarefas diversas dentro das duas organizações criminosas, que contavam com proteção por parte de alguns policiais militares e tinham entre suas práticas o pagamento de propina a policiais civis, para que suas atividades não fossem combatidas.

No dia 13 de novembro de 2013, a Polícia Federal realizou busca e apreensão na casa de jogos da Rua Ilce Marinho, em Ponta Negra, na chamada “Operação Natal Feliz”, no qual apreendeu 44 máquinas caça-níquel. Um laudo confirmou a procedência estrangeira de todos os 89 componentes eletrônicos existentes nesses equipamentos, reforçando a prática do crime de contrabando.

A Operação Forró, deflagrada menos de um mês depois, resultou na apreensão de mais 83 máquinas de jogos ilegais, além de documentos, aparelhos telefônicos, discos rígidos e outras mídias. A Polícia Federal executou ainda a prisão temporária de vários investigados e a condução coercitiva de outros envolvidos. No dia seguinte, outras 21 máquinas foram localizadas, assim como 16 carcaças destinadas ao mesmo fim e seis monitores de vídeo LCD.

As duas novas ações penais irão tramitar na Justiça Federal sob os números 0001719-70.2014.4.05.8400 e 0001721-40.2014.4.05.8400.

MPF-RN

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Política

Dilma manda ministério reforçar segurança de dados após nova denúncia de espionagem

dilma-reproducaoO Ministério de Minas e Energia (MME) também foi espionado por agências estrangeiras, segundo reportagem veiculada ontem (6) no programa Fantástico, da Rede Globo. Em nota, o MME, classificou como “grave” o monitoramento de seus sistemas de comunicação e de armazenamento de dados. Por meio de sua conta no Twitter, a presidenta Dilma Rousseff informou já haver determinado ao ministro da pasta, Edison Lobão, uma “rigorosa” avaliação e o reforço da segurança desses sistemas.

De acordo com a matéria do Fantástico, a espionagem de autoridades brasileiras não está sendo feita apenas pelos Estados Unidos. Conta também com a participação da Agência Canadense de Segurança em Comunicação (Csec), que teria mapeado as comunicações de computadores, telefones fixos e celulares do ministério.

A reportagem lembra que, de cada quatro grandes empresas de mineração do mundo, três têm sede no Canadá, país que, segundo o ministro da pasta, Edison Lobão, tem interesse sobretudo no setor mineral brasileiro.  Segundo nota do MME, a espionagem “sugere a tentativa de obtenção de informações estratégicas relacionadas com as áreas de atribuição da pasta”.

A presidenta Dilma Rousseff, que também foi alvo da espionagem norte-americana, disse pela rede social que confia na segurança do sistema de dados do MME, mas que a denuncia confirma as razões econômicas e estratégicas por trás dos atos da agência de inteligência canadense. “A reportagem aponta para interesses canadenses na área de mineração”, escreveu.

Dilma informou, ainda, que o Ministério de Relações Exteriores vai pedir explicações do governo do Canadá. “A espionagem atenta contra a soberania das nações e a privacidade das pessoas e das empresas”, escreveu. A presidenta ressaltou o fato de que Edward Snowden (o primeiro a fazer as denúncias de espionagens feitas pelos EUA) trabalhava havia apenas três meses na empresa que prestava serviços à NSA e, mesmo assim, teve acesso a todos os arquivos que serviram de fonte para as denúncias divulgadas até agora.

Segundo Dilma, tudo indica que os dados da NSA são acessados pelos cinco governos citados na denúncia – Estados Unidos, Inglaterra, Canadá, Austrália e Nova Zelândia – e pelas milhares de empresas prestadoras de serviço com acesso a eles. “É urgente que os EUA e seus aliados encerrem suas ações de espionagem de uma vez por todas”, escreveu a presidenta. “Isso é inadmissível entre países que pretendem ser parceiros. Repudiamos a guerra cibernética”.

Ao chegar nessa manhã ao Senado, onde participa de audiência pública, o ministro Edison Lobão disse considerar “lamentável” o fato denunciado, mas acrescentou que o país já está tomando todas as providências com relação à questão. “Em respeito ao meu ministério, nosso sistema é bom e confiável. Mas teremos que, daqui para frente, melhorar ainda mais, para evitar que fiquem mexendo”, disse o ministro.

Lobão não quis fazer avaliações sobre a intenções dos “bisbilhoteiros”. Segundo ele, o governo está estudando o prejuízo que o ato de espionagem pode ter produzido. “Estamos em processo de exame, para saber a profundidade de tudo isso”. O ministro avaliou que os leilões públicos não foram objeto da espionagem porque as regras deles são claras e transparentes.

Uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) do Senado está investigando as denúncias de espionagem contra as autoridades brasileiras. A presidenta da comissão, Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), disse que o colegiado está com material denso nas mãos. “Vamos conseguir detalhes dessas interceptações e como estão fazendo o monitoramento”. Segundo ela, apesar de a descoberta ser “assustadora”, todos já sabiam da sua existência. A expectativa é que a comissão apresente em dezembro propostas ao governo, tanto para responder à espionagem como para criar mecanismos de proteção aos sistemas de informação.

A matéria do Fantástico mostra uma apresentação datada em junho de 2012 sobre como funciona o programa de computador chamado Olympia, ferramenta de espionagem da Csec, que tinha como alvo as comunicações telefônicas e de computadores do MME. Além de identificar números de celulares, a ferramenta identificou também registro dos chips, marcas e até os modelos dos aparelhos usados.

A apresentação era dirigida a analistas ligados a agências de espionagem dos cinco países, que constituem um grupo chamado de Five Eyes (Cinco Olhos). Ao final da apresentação, foi sugerida uma operação conjunta com uma equipe de elite dos espiões cibernéticos da Agência Nacional de Segurança dos Estados Unidos (NSA).

Agência Brasil

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