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Abilio Diniz: O Brasil e a Copa

Sempre declarei meu amor pelo Brasil. Trabalho para ajudar a melhorar este país, gerando empregos, dando aulas, apoiando iniciativas nas áreas de educação e esporte e investindo em empresas que possam contribuir para o seu crescimento.

Como milhões de brasileiros, eu tenho o futebol como paixão. E no acho que protestando contra a Copa diante dos olhos do mundo ganharemos alguma coisa, pelo contrário. Devemos aproveitar a atenção mundial para mostrar a grandiosidade e as oportunidades do Brasil, no os nossos problemas. Estes, resolvemos nós.

A menos de um mês da Copa do Mundo, vejo a bola rolando quadrada no país do futebol. A festa que se previa deu lugar tenso e ao ceticismo. Pesquisa Datafolha aponta que hoje mais brasileiros rejeitam a Copa do que a apóiam. É possível que saia mais gente s ruas do país para protestar contra o torneio do que para celebrá-lo.

A intenção deste artigo não é desestimular ninguém a protestar. São muito justas as reivindicações por investimentos em educação, saúde, moradia, segurança e transportes. Com a nossa pesada carga de tributos, o Estado brasileiro deve, urgentemente, serviços mais eficientes e mais ética na gestão pública. Ter uma população mais engajada, exigindo serviços e gestões com a qualidade da nossa seleção e dos novos estádios, saudável e legítimo.

Mas nós não no podemos esquecer que a Copa do Mundo é uma das melhores oportunidades de projeção do país. Se a usarmos de forma eficaz na promoção da marca Brasil, ganharemos muito. E quanto mais ganharmos com a promoção global do país, menos a Copa vai nos ter custado. Num mundo cada vez mais globalizado, a imagem ou marca de uma nação pode ser mais importante do que o que ele produz e vende.

O Brasil não é só um país em construção, mas uma marca em construção. Uma marca que reflete tudo o que somos: um gigante em paz com os vizinhos, um país com enormes recursos humanos e materiais, uma das maiores democracias do mundo, uma economia de mercado de cerca de 200 milhões de consumidores, imprensa livre, Justiça independente, instituições sólidas. Quantos países têm essas credenciais?

O interesse das grandes empresas e dos grandes empresários estrangeiros pelo Brasil é enorme, vejo quando viajo para o exterior para promover nossos produtos e o nosso mercado. E não são apenas os empresários. Existem interesse e simpatia generalizados por um país de povo tão criativo, alegre e empreendedor.

Durante a Copa do Mundo, um terço do planeta estará grudado nas telinhas para ver os jogos e, por tabela, o país que os sediar. Não tem cartão de crédito nem emissão de títulos da dívida pública que paguem essa massiva publicidade global. Precisamos aproveitá-la ao máximo. O Brasil ainda pequeno em comércio internacional e atração de turistas.

Atrairemos muito mais recursos realizando uma Copa ordeira, que revele um país dinâmico, alegre e capaz de se organizar. Isto trará frutos para todos os brasileiros.

Também acho que foram cometidos equívocos. Não precisávamos de tantas sedes e estádios tão caros em cidades sem torneios de futebol expressivo. As obras de mobilidade urbana poderiam ter sido entregues a tempo. Precisamos tirar todas as lições desses fatos lamentáveis.

Mas a bola, afinal, vai rolar. O Brasil, maior seleção da história, sediará uma Copa já especial pela presença de todas as grandes seleções e seus craques fabulosos. Que honra receber e, torçamos, derrotar Messi, Cristiano Ronaldo, Balotelli, Ozil e Iniesta.

O Brasil é muito maior que as dificuldades que atravessamos. Está na hora de mostrar o nosso amor por este país –de começar a Copa cantando “sou brasileiro, com muito orgulho” e encerrá-la com “we are the champions”.

Folha

Opinião dos leitores

  1. Notícia de hoje, protesto de sem-teto e "sindicatos" fecham rodovia e avenidas em São Paulo. São todos políticos.
    Trabalhar ninguém quer.

  2. Excelente e bastante pertinente o texto do empresário Abilio Diniz. O fato é que perder um momento único na vida de ter a sua cidade como sede de uma Copa do Mundo recebendo milhares de turistas dos cinco continentes para ir às ruas protestar, servindo como massa de manobra para alguns interesses políticos é , no mínimo, desarrazoável, e, desculpe-me, beira à ignorância.

  3. Os que protestam hoje, são os mesmos que não protestavam contra desemprego alto e concentração de renda durante o governo FHC.

  4. Hilário, o texto desse senhor. Sou a favor da Copa, mas não me atreveria a escrever um texto desses. Nem que estivesse sentado no conforto de milhões e milhões de dólares. como é o caso do sr. Abílio Diniz. Mas como seu Abílio usa o BNDS como quem usa seu cofrinho, o negócio é ficar bem na fita, mais propriamente com Brasília. Não tem nada de brasilidade aí, nesse textinho marqueteiro do empresário. É apenas mais um cara-de-pau insaciável como os demais.. Só isso.

  5. O sr Abílio era para ter vindo de publico expressar a vossa opinião antes, quem sabe ele com sua força não conseguia evitar tanta bobeira, ocorre que o problema não é o Brasil nem os Brasileiros. O problema são os nossos políticos, que inventaram essa presepada quando nós não temos sequer os serviços básicos . Se ficarmos assistindo, estamos indo de encontro com o pensamento e atitude deles. Então não à o que fazer, quem é contra tem que protesta. Claro de maneira ordeira.

  6. Apoiado. Porque não foi feito protesto quando o Brasil lançou sua candidatura? A época de se fazer protesto foi a alguns anos atrás. Concordo também qua somos precários de saúde, educação, etc. Mas agora, militantes políticos querem fazer baderna e justificar sua "oposição ou posição" diante de uma copa do mundo? Querem justificar votos em ano de eleição? Temos uma população que sofre quase 100% do ano com os descasos, vamos aproveitar esse ano de "festa" para tentarmos ter um pouco de alegria e vermos o sorriso no rosto das pessoas. Acho que somente o futebol (paixão de todos) para proporcionar isso.

  7. Em falar no Abilio Diniz, na manhã do dia 11 de dezembro de 1989, ele foi sequestrado quando se dirigia a seu escritório.
    A imprensa publicou que seus sequestradores eram estrangeiros militantes do MIR – Movimento de Esquerda Revolucionária – organização chilena.
    Abílio Diniz foi libertado à véspera da primeira eleição direta para presidente da República após o regime militar, disputada por Collor e Lula . Por ironia do destino, o PT hoje é o grande amigo do Collor.
    A imprensa brasileira publicou na época que durante as investigações a polícia encontrou numa agenda pertencente aos criminosos nomes de vários integrantes de um partido de esquerda brasileiro.
    Alguém lembra qual foi esse partido?

  8. Concordo, a negativa era pra ter sido dada antes, agora com toda essa despesa temos que tirar proveito de alguma forma, senão será o prejuízo será enorme em termos de imagem para o País.

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