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O Brasil foi descoberto pelo Rio Grande do Norte? Estudiosos e historiadores lançam teoria e evidências

Não, a caravela de Pedro Álvares Cabral não aportou primeiramente na Bahia, em 22 de abril de 1500, conforme ensinam os livros de história. O descobrimento do Brasil se deu pelo Rio Grande do Norte, precisamente na Praia do Marco, município de Touros.

Pelo menos essa é a teoria levantada por historiadores e estudiosos respeitados. E para corrigir esse “equívoco” e reescrever a história do nosso descobrimento, uma série de seminários para discutir o tema está sendo arquitetada para o primeiro semestre de 2017, em Natal.

A ideia de levantar o debate em torno da história do Brasil partiu da Secretaria de Estado do Turismo do RN e da Empresa Potiguar de Promoção Turística do RN (Emprotur) e contará com a participação de importantes pesquisadores do assunto.

“Essa discussão merece ser aprofundada. Outros equívocos históricos já foram corrigidos e este pode ser mais um. Vamos dar a César o que é de César. Evidências mostram que o descobrimento se deu no litoral potiguar”, comentou o secretário estadual de Turismo, Ruy Gaspar.

A presidente da Emprotur, Aninha Costa, acredita no fato como uma nova possibilidade de projetar o turismo histórico-cultural potiguar. “Além da discussão em torno de um tema importante, também teremos a chance de divulgar nosso Estado na mídia, para além do Sol e Mar”.

A professora-doutora Rosana Mazaro, do Departamento de Turismo da UFRN, tem dado o suporte teórico à empreitada. Ela é também velejadora e une conhecimentos científicos e práticos para embasar cinco evidências para provar que o Brasil começou pelo RN.

Evidências

“A primeira é pelas correntes marítimas que direcionariam as caravelas naturalmente ao RN. Há uma dificuldade imensa para se chegar da Europa à Bahia e, em contraponto, facilidade para o RN. Há navegadores, sem exagero, que vão até Dakar (na África) para se aproximar do Brasil tamanho a força das correntes”.

A segunda evidência apontada pela professora é o monte avistado pelos portugueses ser o Pico do Cabugi, na região central do RN. Pescadores nativos até hoje tomam o Pico como referência para voltar à terra. Enquanto o Monte Pascal, na Bahia, sequer é um “monte”, mas uma torre, cortada e sem “pico”.

A terceira seria a presença de “aguada” no litoral, conforme consta na carta do descobrimento. Aguada seria água doce, presente nas proximidades do Marco de Touros e inexistente em Porto Seguro, na Bahia.

A penúltima evidência seria o Marco de Touros, diferente do fincado na Bahia. O daqui é esculpido com símbolos e brasões semelhantes ao marco chantado no município de Cananéia, em São Paulo, que seria o segundo marco português no Brasil.

Por último, o argumento mais evidente apontado pelos estudiosos: consta no mapa português que eles navegaram duas mil léguas ao Sul do país para fincar o segundo marco. Essa distância corresponde exatamente o percurso do Estado potiguar a São Paulo. Caso partisse da Bahia, o segundo marco estaria fincado na Argentina.

 

Opinião dos leitores

  1. Excelente e válida iniciativa! Com efeito, o estudo dos ventos também permite cogitar seriamente como verdadeira a tese de que os navegantes teriam primeiro chegado ao RN e depois "escorrido" ao longo da costa até Porto Seguro. Ou seja, de acordo com o regime e comportamento dos ventos alísios (e, por consequência, das calmarias que eles tentavam evitar, fazendo a Volta do Mar), as caravelas não teriam como chegar a outro local primeiro que não a região de Touros/SMiguel. Aduzir também que os índios potiguares eram conhecidos como pouco receptivos, o que pode ter contribuído para a decisão de não aportar por muito tempo ali. A História de Portugal, como outras, é repleta de lacunas, e escrita por interessados diretos. Em janeiro de 1500, Vicente Yanes Pinzón, a serviço da Espanha, estivera na costa do RN e no Cabo de Santo Agostinho. Ele próprio passou por Portugal e, seguindo o famoso Tratado de Tordesilhas, comunicou ao rei. Chegando a Espanha, se apressou em comunicar à Igreja e noticiar isso por toda Europa. O RN faz certo e tem todo o direito de levantar este debate e buscar todos os especialistas que possam esclarecer a questão.

  2. Isso mesmo, Manoel Cavalcanti Neto. É bom que, antes de se fazer algum comentário jocoso, as pessoas leiam os livros do Professor Lenine Punto. Concordo também com Washington Luiz. Os nossos políticos à época não tiveram força para barrar a investida do governador de Pernambuco, Miguel Arraes, que fora preso político na Ilha, no período do governo militar, e isso se tornou uma questão de honra, ou seja, no passado, preso na Ilha, e agora (à época) governador e "mandatário" da Ilha.

  3. Essa história sempre voi mau contada. É igual a ilha de Noronha. A Bahia roubo o descobrimento e Pernambuco levou a ilha. Será que agora vai, vai não pois as famílias que toma conta do estado é igual a seleção de 98 foi muito dinheiro!!!!!

    1. Essa e uma das minhas indagações desde o tempo em que saia de Natal e pegava água e matérias no Recife pra levar pra Noronha. Ora por quer tínhamos que deslocar até Recife se Natal sempre foi mais próximo da paradisíaca ilha?

  4. Se começou pelo RN, tá explicado: não é sem razão que o Brasil jamais correu o menor risco de um dia dar certo.

    1. Se o Brasil nunca teve o risco de dar certo, é por pessoas como você que desacreditam no nosso País, Seja Mais patriótico meu Amigo.

  5. A Carta de Caminha, que permaneceu desaparecida por quase 300 anos é um documento factual muito bem escrito, porém incompleto e distorcido principalmente por Francisco Varnhagen (Varnhagen em alemão antigo significa porto seguro) que escreveu uma história a pedido de D. Pedro II, a partir de uma cópia da carta, existente no Rio de Janeiro. Há inúmeras distorções na história de Varnhagen questionadas por Caspistrano de Abreu, Assis Cintra e seus pares do Instituto Histórico. "O mando do mar" de Lenine Pinto é fundamental para se conhecer parte dessa tese, mas há muita coisa mais ao se estudar os autores dos séculos XV, XVI, XIX e XX.

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