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O embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Todd Chapman, reforçou hoje o apoio à adesão plena do Brasil à OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico) e exaltou reformas em sistemas brasileiros como sendo importantes para atrair investimentos estrangeiros. Parte dessas reformas está em tramitação no Congresso Nacional, como a tributária e administrativa.
“Os Estados Unidos já anunciaram publicamente o forte apoio à adesão do Brasil à OCDE. Ao atingir os marcos importantes e necessários para a adesão plena, o Brasil se tornará uma economia mais competitiva e aumentará sua capacidade de atrair investimentos nacionais e estrangeiros. Como os maiores investidores no Brasil, para os Estados Unidos, a competitividade é de extrema importância”, afirmou.
Os Estados Unidos formalizaram o apoio à condição do Brasil como membro pleno na OCDE, uma espécie de “clube de países ricos”, em janeiro deste ano após negociações entre as chancelarias de ambos os países. Em troca, o Brasil aceitou começar a abrir mão do tratamento especial e diferenciado nas negociações da OMC (Organização Mundial do Comércio).
A declaração foi dada em evento organizado pela Câmara Americana de Comércio (Amcham Brasil) para debater a relação entre Brasil e Estados Unidos. Segundo o embaixador, as conversas com empresários e as perspectivas de crescimento dos negócios têm sido positivas e há mais espaço a ser explorado.
O embaixador disse, por exemplo, esperar anunciar um “progresso substancial” em temas como facilitação de comércio, medidas de combate à corrupção, boas práticas regulatórias e comércio digital até o final do ano.
Chapman falou que o dólar de Wall Street é direcionado a lugares com segurança e retorno financeiro, e o Brasil tem de atrair cada vez mais esses investimentos. Para tanto, considera as reformas importantes, pois são critérios avaliados na tomada de decisões de empresas e fundos.
“Tenho muitas conversas com o Congresso e ministros. Esse processo de reformas é essencial para atrair investimentos. O Brasil, pelo seu tamanho, sempre vai atrair uma certa porcentagem de investimento, mas, para realmente fazer esse furo para um crescimento muito maior, essas reformas são essenciais’, declarou.
Para Chapman, o comércio entre Brasil e Estados Unidos pode até dobrar em cinco anos.
“Com US$ 105 bilhões em comércio, acredito que possamos dobrar nosso comércio bilateral em cinco anos”, afirmou. “E por que digo isso? Veja os exemplos de outros países sul-americanos. O volume do comércio bilateral com Chile, Peru e Colômbia é equivalente a mais ou menos 10% do PIB desses países. […] Com o Brasil, com uma economia de US$ 2 trilhões, nosso comércio é de somente 5% do PIB.”
Segundo o portal do Ministério da Economia, a corrente de comércio entre Brasil e Estados Unidos foi de US$ 59,8 bilhões em 2019 – soma de importações e exportações. A Embaixada dos Estados Unidos informou que o valor de US$ 105 bilhões em 2019 citado por Chapman foi fornecido pelo departamento de comércio do país e considera bens e serviços. Por isso, a diferença nos valores.
UOL
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