A comissão de Promotores de Justiça que atua nas investigações da “Operação Coiteiros” denunciou ontem, dia 06/03, perante a Vara Criminal da Comarca de Caicó, oito pessoas, acusadas de crime de formação de milícia privada (art. 288-A do Código Penal), cuja pena pode chegar a oito anos de reclusão.
Os denunciados foram: Henrique José Torres Lopes, “Henrique de Barra”; Jorge Eduardo Lopes, “Jorge de Barra”; Irapuan Monteiro Saldanha, “Puan”; Robson Fabiano Lopes de Araújo, “Robinho”; Fernando Pereira Soares; Alday José Alves, “Barata”; Carlos Wiliano da Silva, “Sula”; e Messias Alves Dantas.
Os denunciados seguem presos, à exceção de Alday José Alves, Carlos Wiliano da Silva e Messias Alves Dantas, os quais a Polícia ainda não conseguiu a captura e continuam foragidos.
De acordo com a denúncia, os irmãos Henrique e Jorge Lopes usavam propriedades rurais situadas na região do Seridó, e até no Estado do Ceará, para dar proteção a foragidos da Justiça, dentre eles acusados de homicídios e de assaltos, dificultando a ação da Justiça para cumprimento de mandados de prisão e dando-lhes total apoio, desde logístico até a contratação de advogados.
Parte do grupo é citada como envolvida no assassinato do caicoense Isaac Torres no dia 21 de maio de 2013 na zona rural de Caicó. De acordo também com a denúncia do Ministério Público Estadual noticia-se na investigação a existência de planos para assassinar mais quatro pessoas, que estavam marcadas para morrer, ameaçadas pelo grupo.
A investigação do caso englobou três núcleos, a saber, milícia privada, tráfico de drogas e corrupção de agentes públicos. Esta primeira denúncia, oferecida ontem, refere-se ao primeiro grupo, de milícia com bases na zona rural.
No que se refere ao tráfico de drogas, o prazo para a conclusão da investigação é de 30 dias, tendo sido compartihadas provas com o Delegado Igor André Pessoa Barros Lopes, que irá dar sequência às investigações de crimes de tráfico de drogas e associação para o tráfico em Caicó.
Um outro inquérito sob a responsabilidade do mesmo Delegado diz respeito ao homicídio de que foi vítima o caicoense Isaac Torres, o qual o Ministério Público requisitou a conclusão para os próximos 15 dias.
Em um outro caso que tem relação com a Operação Coiteiros, o agropecuarista “Henrique de Barra” foi investigado pela Delegada de Florânia, Helena Cristina Aguiar de Paula, pelo espancamento de uma pessoa com deficiência, fato ocorrido naquela Comarca, já estando o inquérito policial de posse da Promotoria de Justiça para deliberação. Consta do citado inquérito que “Henrique de Barra” acompanhado de outros acusados teria investigado por conta própria um furto que ocorreu em uma de suas propriedades e em seguida capturado e torturado barbaramente o cidadão que teria sido o autor.
No que tange aos agentes públicos com relações com o grupo, o Ministério Público Estadual também dará sequência às investigações, que poderão ensejar ações criminais e de improbidade administrativa em autos específicos, neste caso dentro do prazo de até 90 dias.
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