Saúde

Novas pesquisas confirmam: café faz bem ao organismo e evita doenças

Foto: Istock/Getty Images

O poeta gaúcho Mario Quintana (1906-1994), que sabia das boas coisas da vida, mas também das pequenas e grandes agruras do cotidiano, escreveu algumas linhas definitivas em torno de um de seus hábitos: “O café é tão grave, tão exclusivista, tão definitivo que não admite acompanhamento sólido. Mas eu driblo, saboreando, junto com ele, o cheiro das torradas-na-manteiga que alguém pediu na mesa próxima”. Todos os anos, cada um dos brasileiros como Quintana bebe, em média, de três a quatro xícaras diárias. A relação com a bebida quentinha começa aos 18 anos, mas é a partir dos 40 que o consumo se torna mais intenso. Muito já se disse em torno do líquido feito a partir do grão torrado, que faz mal ao organismo, atalho para insônia e que anularia os efeitos positivos da vitamina C e do cálcio. E então renovadas pesquisas indicavam o contrário, reafirmando as qualidades da semente do cafeeiro. Até que, ufa, novos estudos apontassem o oposto, em um ciclo infinito. É gangorra que está com os dias contados — e, tal qual já aconteceu com o ovo (ora feito vilão, ora transformado em mocinho, mas que foi definitivamente reabilitado), pode-se dizer que o café faz bem.

Uma coleção de novos estudos realizados em todo o mundo revela que a ingestão de quatro a cinco xícaras de café diariamente (ou cerca de 400 miligramas de cafeína) estaria associada a taxas de mortalidade reduzidas. A mais recente evidência veio dos laboratórios das universidades de Southampton e Edimburgo, no Reino Unido. A partir do acompanhamento de cerca de 500 000 pessoas durante onze anos, verificou-se que o consumo regular de café — moído, instantâneo e até descafeinado — tem potencial para reduzir o risco de doenças hepáticas em 20%. “No geral, apesar de várias preocupações que surgiram ao longo dos anos, o café é extremamente seguro e tem uma série de benefícios relevantes”, diz o clínico geral e endocrinologista Fabiano Serfaty.

Não há um único e salvador composto responsável pelo efeito protetor. Os benefícios são deflagrados por uma combinação de substâncias. Não é só a cafeína. “Existem outros elementos, como os polifenóis, que parecem favorecer esse processo de proteção, em todos os níveis”, diz Antonio Carlos do Nascimento, doutor em endocrinologia pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Os polifenóis atuam como um potente antioxidante, combatendo os radicais livres, atalho para o envelhecimento do corpo e a formação de placas de gordura nas artérias.

Ressalve-se, porém, que café não é remédio. No entanto, um relatório da Escola de Saúde Pública de Harvard recomendou o consumo com moderação como “parte de um estilo de vida saudável”. É o avesso do que indicou a Organização Mundial da Saúde em 1991, ao informar que a cafeína tinha efeito cancerígeno. A conclusão foi revista, com a constatação de que fumar, e não beber café (os dois frequentemente andam de mãos dadas), era o responsável pelo perigo alegado.

Convém sempre ficar atento também aos danos reais. A cafeína pode prejudicar o sono, causar arritmia e gastrite. Na gestação, pode haver risco de aborto e parto prematuro. “O consumo da bebida com grandes quantidades de açúcares e gordura pode comprometer seus efeitos positivos”, diz o nutrólogo Daniel Magnoni, do Hospital do Coração. “A melhor forma de desfrutar o café é de maneira equilibrada e com moderação.”

Tomando emprestado o conhecido verso do Soneto da Fidelidade, de Vinicius de Moraes, de um amor que seja infinito enquanto dure, posto que é chama, em relação ao café é possível dizer que a relação sentimental agora pode ser incondicional, irrecorrível, embora sem exageros — é o que diz a ciência da alimentação. E o que autoriza os fãs de Brigitte Bardot, hoje com 86 anos, terem ido ao Instagram, em 1º de outubro do ano passado, para exibi-la ainda jovem, com uma xícara em mãos, para celebrar o Dia Internacional do Café — que pode ser todo santo dia, sem dor na consciência.

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Opinião dos leitores

  1. O que me deixa mais chateado é que este povo esquerdista não veem o que esta acontecendo no resto do mundo socialista que estão todos se revoltando contra a escravidão destes países e querem mais liberdade…Este povo acha fácil dividir tudo por igual para quem não quer trabalhar…Não sou contra a divisão desde que vocês trabalhem para ter este direito…Bando de Folgados.. Só querem consumir maconha e ficar de boa em quanto os outros trabalhão para eles…Só esquecem que depois que o governo socialista estiver no poder a perseguição contra eles será igual a todos,,,

    1. Calígula tenha calma com os seus comentários vc está saindo do prumo vc está desrespeitando os leitores do BG e nós não merecemos isso vc tá igual ao seu líder Jair Bolsonaro, não perca a compostura ainda tá cedo, pelo amor de Deus vc ainda é muito moço pra infartar agora e deixar a viuvinha nova e aposentada. kkkkkkkkkkkkkkk.

    2. A militância esquerdopata remunerada pelos cofres públicos está sempre ouriçada. Se não defenderem a chefe e não atacarem o Bozo, perdem a “boquinha”. Nos, o “gado bolsominion”, estudamos, trabalhamos, vivemos por nossos méritos. E não defendemos bandidos, talkey? Rsrsrs

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Saúde

Coronavírus pode permanecer no organismo por até 40 dias, mesmo sem sintomas

Foto: (NurPhoto/Superinteressante)

EUA, China e Singapura relatam casos de infecções prolongadas; presença do vírus não significa, necessariamente, que a pessoa continue contagiosa; por precaução, Wuhan dobra período de isolamento de infectados

Se você for infectado pelo novo coronavírus, deve se isolar por 14 dias, até que ele desapareça do seu organismo e você deixe de representar um risco às outras pessoas. Essa tem sido a recomendação das autoridades de saúde. Mas um conjunto de casos registrados em quatro países, e pelo menos três estudos científicos, indicam que nem sempre esse período é suficiente para que o SARS-CoV-2 seja totalmente eliminado.

O maior desses trabalhos, feito por cientistas chineses e publicado no jornal científico Lancet, acompanhou 171 pacientes de Covid-19, dos quais 53 morreram no hospital e 118 tiveram alta. Em média, o vírus permaneceu no organismo dos pacientes por 20 dias a partir do diagnóstico, mas também houve ciclos bem mais longos: uma das pessoas monitoradas pelos pesquisadores carregou o SARS-CoV-2 por 37 dias.

Isso confirma casos como o do executivo Charles Pignal, que foi internado com Covid-19 no Centro Nacional de Doenças Infecciosas de Singapura – e testou positivo para o vírus durante 39 dias. Ele deixou de apresentar sintomas já nos primeiros dias de internação, mas o SARS-CoV-2 permaneceu em seu organismo por mais cinco semanas.

Um segundo estudo, também publicado no Lancet, confirmou essa possibilidade: 30% dos pacientes apresentaram carga viral por mais de 20 dias, e um deles só se livrou do coronavírus 25 dias após o diagnóstico. São casos parecidos com o do americano Carl Goldman, que estava no cruzeiro Diamond Express, onde dezenas de passageiros foram infectados, e levou 29 dias para eliminar o coronavírus do organismo.

A agência de notícias Reuters obteve relatos, com médicos chineses, de pacientes que continuam a testar positivo por 50, 60 e até 70 dias após o diagnóstico. A Reuters também teve acesso a um centro de quarentena em Wuhan, onde portadores do SARS-CoV-2 estão sendo mantidos por no mínimo 28 dias – o dobro do período de isolamento adotado pela maioria dos países. As pessoas só podem sair depois de cumprir esse período e dar resultado negativo em dois testes consecutivos.

Essa cautela tem sido tomada porque, mesmo após o desaparecimento dos sintomas, muitos pacientes continuam a carregar o vírus. Num estudo realizado por cientistas chineses e publicado no jornal da American Thoracic Society, metade dos indivíduos com casos leves de Covid-19 manteve carga viral por até 8 dias após o fim da doença.

Isso não significa, necessariamente, que o vírus esteja presente em quantidade suficiente para infectar outras pessoas. Os testes utilizados são do tipo PCR (reação em cadeia da polimerase), que detecta vírus vivos mas também pode pegar fragmentos virais, que não têm capacidade infecciosa. Também não foi determinada, até o momento, qual a quantidade mínima de cópias do vírus necessárias para causar infecção.

Super Interessante

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Saúde

Coronavírus pode seguir ativo no organismo mesmo após sintomas desaparecerem; estudo sugere estender quarentena

Um novo estudo realizado pela Universidade Yale, nos Estados Unidos, e pelo Hospital Geral Chinês, na China, aponta que metade dos pacientes tratados da Covid-19 ainda podem ter o coronavírus ativo no organismo por até oito dias após o desaparecimento dos sintomas. A pesquisa foi publicada no último dia 23 de março na revista científica American Journal of Respiratory and Critical Care Medicine.

Os autores da investigação analisaram 16 casos de pacientes com idades em torno de 35 anos que foram infectados pelo novo coronavírus, mas que já haviam sido tratados e recebido alta. Os pesquisadores coletaram amostras de secreção da garganta dos voluntários em dias alternados para analisarem se eles estavam 100% curados.

“A descoberta mais significativa de nosso estudo é que metade dos pacientes continuava eliminando o vírus mesmo após o fim dos sintomas”, diz Lokesh Sharma, um dos autores do estudo, em comunicado. Os sintomas primários nesses pacientes incluíam febre, tosse, dor na faringe e falta de ar.

O tempo entre a infecção e o início dos sintomas, o período de incubação, foi em média de cinco dias. A duração média dos sintomas foi de oito dias, enquanto o tempo em que os pacientes permaneceram contagiosos após o final dos sintomas variou de um a oito dias. Duas pessoas tinham diabetes e um teve tuberculose, mas essas condições não afetaram o curso da infecção por Covid-19.

“Se você teve sintomas respiratórios leves e ficou em casa para não infectar pessoas, estenda sua quarentena por mais duas semanas após a recuperação para garantir que você não infectará outras pessoas”, recomenda Lixin Xie, médico e professor da Faculdade de Medicina Pulmonar e Intensiva do Hospital Geral Chinês que também participou da pesquisa.

Os autores enviaram uma mensagem para a comunidade médica: “Os pacientes com Covid-19 podem ser infecciosos mesmo após a recuperação sintomática; portanto, trate os pacientes assintomáticos/recentemente recuperados com o mesmo cuidado que os pacientes sintomáticos”.

Os pesquisadores também enfatizam que todos esses pacientes tiveram infecções mais leves e se recuperaram da doença, e que o estudo analisou um pequeno número de pacientes. Eles também ponderam que não está claro se resultados semelhantes se aplicam a pessoas mais vulneráveis, como idosos, pacientes com sistema imunológico suprimido e indivíduos em terapia imunossupressora.

“Mais estudos são necessários para investigar se o vírus detectado por PCR [exame que detecta o coronavírus Sars-CoV-2] em tempo real é capaz de transmitir nos estágios posteriores da infecção por Covid-19”, acrescentou o Dr. Xie.

Galileu

Opinião dos leitores

  1. PARE O MUNDO!
    ACABE COM A PRODUÇÃO!
    FECHE O COMÉRCIO!
    INSTALE O DESABASTECIMENTO!
    DEIXE AS FARMÁCIAS SEM MEDICAMENTOS!
    ISOLE O POVO!
    REDUZAM OS SALÁRIOS!
    DEIXEM DE PAGAR OS SALÁRIOS!
    DEIXE O POVO SEM EMPREGO!
    CONTINUE O ISOLAMENTO.
    CRIE A SENSAÇÃO CONSTANTE DE PÂNICO!
    DEIXE OS GOVERNOS FAZENDO FAVORES AO POVO, DEIXE O GOVERNO DISTRIBUIR CESTAS BÁSICAS, DEIXE OS GOVERNOS DAR A QUANTIDADE QUE COMIDA QUE QUER, DEIXE O GOVERNO DECIDIR TUDO.
    ALGUÉM SABE O QUE ISSO SIGNIFICA? ALGUÉM SABE ONDE ISSO VAI DAR? ALGUÉM SUSPEITA O QUE QUEREM IMPOR AO MUNDO?
    SE NÃO SABEM A RESPOSTA, PERGUNTEM AO POVO DE CUBA, VENEZUELA, COREIA DO NORTE, IRÃ QUE ELES VÃO RESPONDER DE FORMA RÁPIDA E SEGURA.

  2. Se bradam que o tratamento com cloriquina não deve ser adotado em massa por não ser conclusivo, mesmo que centenas de pessoas tenham sido curadas, muito menos esse estudo com uma amostragem tão pífia. Mas os profetas do apocalipse vão tratar tal pesquisa como definitiva e vão convencer governos a estender a quarentena.

  3. Só está contra o isolamento quem produz. Os que recebem dinheiro de qualquer maneira podem ficar o resto do ano aguardando em casa.

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