A China questionou nesta segunda-feira (19) o propósito de uma segunda fase de estudos coordenada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para investigar as origens do coronavírus no país.
As autoridades chinesas afirmaram que a missão é “inconsistente com a posição da China e muitos outro países”, já que a OMS criticou uma suposta falta de transparência das autoridades em relação aos esforços de rastreabilidade do SARS-COV-2, o vírus causador da Covid-19.
Em uma coletiva de imprensa, Zhao Lijian, representante do Ministério de Relações Exteriores da China, afirmou que a OMS já atingiu uma “conclusão clara” sobre as origens do vírus, e que os indicativos reunidos até então fazem um “vazamento pelo laboratório ser extremamente improvável”. Além disso, o país ressaltou que “alguns países” têm “politizado” o assunto.
“A rastreabilidade é um assunto científico sério, e deve ser conduzido em colaboração com cientistas ao redor do mundo. Nós estamos preocupados com a politização atual desse tema em alguns países. É esperado que a OMS tenha o espírito científico, profissionalismo e objetividade, e trabalhe com a comunidade internacional para manter um rigor científico e seriedade em relação à rastreabilidade, em um trabalho conjunto para manter uma atmosfera colaborativa contra epidemias”, declarou o porta-voz.
Em maio deste ano, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, deu 90 dias para que os serviços de inteligência do país produzam, com “esforço redobrado”, um novo relatório sobre as origens do coronavírus – medida considerada “manipulação política” e “desrespeito à ciência” pela China.
O argumento americano é de que os dados atuais são insuficientes para determinar se o vírus veio da natureza ou escapou, acidentalmente, do Wuhan Institute of Virology (WIV), laboratório que trabalha com engenharia genética de diferentes coronavírus e que fica a poucos quilômetros do mercado ligado ao primeiro surto da Covid, que aconteceu no fim de 2019.
Os novos planos da OMS incluem auditar os laboratórios e os mercados em Wuhan, e a organização pediu por transparência das autoridades. O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, divulgou o plano aos estados-membros dizendo que as investigações têm sido dificultadas pela falta de dados brutos sobre os primeiros dias de disseminação da Covid-19 na China.
A segunda fase dos estudos incluirá estudos de humanos, vida selvagem e mercados de animais em Wuhan, incluindo no Mercado de Frutos do Mar de Huanan, afirmou Tedros em posicionamento divulgado.
O chefe da Organização Mundial da Saúde (OMS) disse que as investigações sobre as origens da pandemia de covid-19 na China estão sendo prejudicadas pela falta de dados brutos sobre os primeiros dias da disseminação do vírus no local e pediu ao país para ser mais transparente.
Uma equipe liderada pela OMS passou quatro semanas na cidade de Wuhan, na província de Hubei, com pesquisadores chineses e disse em um relatório conjunto publicado em março que o vírus provavelmente foi transmitido de morcegos para humanos por meio de outro animal.
Essa equipe disse que “a introdução por meio de um incidente de laboratório foi considerada um caminho extremamente improvável”, mas países como os Estados Unidos e alguns cientistas não ficaram satisfeitos.
“Pedimos à China que seja transparente e aberta, e que coopere”, disse o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, em coletiva de imprensa nesta quinta-feira (15).
“Devemos isso aos milhões que sofreram e aos milhões que morreram para saber o que aconteceu”, disse ele.
A China tem classificado a teoria de que o vírus pode ter escapado de um laboratório de Wuhan como “absurda” e disse repetidamente que “politizar” a questão dificulta as investigações.
Ghebreyesus informará aos 194 Estados-membros da OMS sobre uma proposta de segunda fase do estudo, disse o especialista em emergências da OMS, Mike Ryan.
“Esperamos trabalhar com nossos parceiros chineses nesse processo e o diretor-geral definirá medidas aos Estados-membros em uma reunião amanhã, na sexta-feira”, disse Ryan.
Quase quatro milhões de mortos no mundo em um ano e meio – mais de 500 mil só no Brasil. Nações se fecharam, se abriram, se uniram na busca por protocolos, vacinas, medicamentos, por uma saída. Mas até hoje não se pode afirmar com precisão a origem do novo coronavírus, causador da doença que varre o planeta, a Covid-19.
A possibilidade mais plausível era a de que a evolução natural teria se encarregado de permitir que um vírus que habita morcegos contaminasse humanos. A hipótese de a origem da pandemia ter sido um laboratório alimentou estapafúrdias teorias da conspiração sobre a China ter manipulado, propositalmente, o coronavírus.
Nas últimas semanas, porém, cientistas renomados e figuras que investigam o caminho do vírus até os humanos passaram a aventar um cenário em que um acidente de laboratório seja a origem da pandemia.
Em maio deste ano, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, deu 90 dias para que os serviços de inteligência do país produzam, com “esforço redobrado”, um novo relatório sobre as origens do coronavírus – medida considerada “manipulação política” e “desrespeito à ciência” pela China.
O argumento americano é de que os dados atuais são insuficientes para determinar se o vírus veio da natureza ou escapou, acidentalmente, do Wuhan Institute of Virology (WIV), laboratório que trabalha com engenharia genética de diferentes coronavírus e que fica a poucos quilômetros do mercado ligado ao primeiro surto da Covid, que aconteceu no fim de 2019.
A hipótese dos morcegos
Em uma amostra de 41 dos primeiros casos confirmados, 70% dos infectados eram fregueses e vendedores do Mercado de Frutos do Mar de Huanan, ponto tradicional do comércio de carne de animais selvagens, incluindo bichos vivos. Entre os produtos à venda nas prateleiras, estavam iguarias como língua de crocodilo, escorpiões, raposas, salamandras e filhotes de lobos.
As circunstâncias lembravam as origens de duas outras epidemias: a Síndrome Respiratória Aguda Grave (Sars, na sigla em inglês) de 2002, também registrada inicialmente na China; e a Síndrome Respiratória do Oriente Médio (Mers), com o primeiro caso na Arábia Saudita, em 2012. Ambas se originaram de vírus de morcegos que, antes de infectar humanos, passaram uma temporada por outros hospedeiros. Na Sars, civetas, animal selvagem vendido em mercados como o de Wuhan. E na Mers, camelos.
Em 11 de janeiro de 2020, data em que a Covid-19 fez a primeira vítima fatal de que se tem notícia – um frequentador assíduo do mercado –, cientistas chineses revelavam uma importante descoberta: a sequência genética do novo vírus, que ganhou o nome de Sars-CoV-2.
A análise revelou parentesco com um coronavírus de morcego chamado RaTG13, que já tinha amostras armazenadas no WIV, o laboratório de Wuhan. Os dois genomas têm semelhança de 96% – algo aproximadamente equivalente à diferença genética entre humanos e orangotangos.
“Desde então, não se encontrou na natureza nenhum vírus mais parecido”, disse à CNN o geneticista e professor de biologia evolutiva Sergio E. Matioli, do laboratório de Bioinformática do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (USP). Com base no ritmo esperado para as mutações virais, os 96% em comum sugerem que, há pelo menos dez anos, o ancestral do Sars-CoV-2 contaminou um hospedeiro intermediário e então sofreu mutações até infectar o primeiro ser humano, raciocina Matioli. Mas que intermediário seria esse? Até agora ninguém sabe. “É um crime em que não se encontrou o culpado, só se achou o parente.”
A hipótese do acidente
O elo perdido é apontado por alguns como argumento para a investigação da hipótese de o novo coronavírus ter escapado, acidentalmente de um laboratório. Entre os defensores da ideia está o jornalista e escritor especializado em ciência Nicholas Wade, com passagem em veículos de peso, como os periódicos científicos Nature e Science HIV e o jornal The New York Times.
“Cerca de 15 meses depois do início da pandemia do Sars-COV-2, os pesquisadores chineses não conseguiram encontrar a população original de morcegos ou a espécie intermediária para a qual o vírus poderia ter migrado”, afirmou ele em reportagem de repercussão internacional publicada em maio no periódico norte-americano Bulletin of the Atomic Scientist.
Mas o fato em si não prova nada. “A falta de identificação de um hospedeiro não significa que não seja zoonose”, declarou à CNN o infectologista Ricardo Diaz, chefe do laboratório de retrovirologia da Escola Paulista de Medicina, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Ele exemplifica: “Até agora não encontramos na natureza o link para um tipo de HIV do grupo 1, mas, ainda assim, sabemos que o vírus tem origem no gorila”.
A refuta da hipótese
Pouco depois do início do surto na China, duas publicações científicas de prestígio trouxeram textos descartando a possibilidade de o vírus ter surgido no laboratório WIV. “Todos nós condenamos veementemente as teorias da conspiração que sugerem que a Covid-19 não tenha origem natural”, dizia carta publicada em fevereiro de 2020 no periódico britânico “The Lancet”, assinada por 17 cientistas.
Os autores basearam o argumento no primeiro sequenciamento genético do novo coronavírus, sem maiores detalhamentos. Em tempo: segundo Wade, o esboço do comunicado é de autoria de Peter Daszak, presidente da EcoHealth Alliance, entidade que financiou pesquisas no WIV com subsídios do governo dos EUA – conflito de interesse não mencionado pelo “The Lancet”.
Daszak virou notícia pelo mundo afora também por outro motivo: o email que enviou em abril de 2020 ao conselheiro da Casa Branca para assuntos relacionados à Covid-19, o infectologista Anthony Fauci. Na mensagem, ele elogiava o médico pela “coragem” por ter refutado a hipótese da origem em laboratório.
Com base nessas e em outras mensagens, divulgadas pela mídia no começo deste mês, críticos acusaram Fauci de ter vínculos com figuras por trás da pesquisa do WIV. Fauci negou as acusações, disse ter a “mente aberta” para a possibilidade de o vírus ter escapado de um laboratório, mas afirma acreditar que a origem natural é mais provável.
Em março do ano passado, um mês após a polêmica carta publicada no “The Lancet”, outro grupo de cientistas afirmou na revista “Nature Medicine”: “Não acreditamos que qualquer tipo de cenário laboratorial seja plausível”. Os pesquisadores alegavam que os coronavírus surgem comumente na natureza. Também diziam que não havia sinais de manipulação genética na sequência do SARS-CoV2.
A reportagem de Wade contesta essa ideia, com o pressuposto de que nem todas as técnicas de engenharia genética deixam pistas. O autor também alega que, entre os quatro níveis de segurança possível, o WIV realizou grande parte dos experimentos com coronavírus no nível 2, o segundo menos rigoroso, o que aumentaria o risco de acidentes.
As investigações
Se for o mesmo o caso, por que os chineses teriam transformado o vírus no laboratório de Wuhan? “Não há evidências de que o SARS-CoV2-2 tenha sido produzido como parte de um programa de armas biológicas. Mas é possível que tenha sido gerado como parte de um esforço para produzir uma vacina eficaz contra todos os betacoronavírus”, afirmou Wade em entrevista por e-mail à CNN. “Outra possibilidade é militares chineses terem apoiado ou participado de tal programa para garantir uma vacina para suas tropas. Se for o caso, isso não seria surpreendente nem maléfico.”
Enquanto cientistas estudavam o tema – e UTIs pelo mundo afora lotavam de doentes –, a Organização Mundial da Saúde (OMS) travava uma queda de braço com a China em busca de autorização para enviar uma delegação para investigar a origem da pandemia em Wuhan. Só em janeiro de 2021, o grupo internacional de cientistas ganhou sinal verde para viajar à cidade para, em parceria com pesquisadores chineses, visitar hospitais, mercados e laboratório, sempre sob vigilância cerrada das autoridades locais.
“Como condição para a admissão de sua comissão, a OMS concordou com muitas demandas chinesas, incluindo exigências a respeito dos membros da equipe. Entre os integrantes, estavam pessoas como o Dr. Peter Daszak, que já havia declarado que considerava teoria da conspiração a hipótese de o vírus ter escapado de um laboratório”, diz Wade.
Na bagagem de volta da delegação faltaram conclusões definitivas. “Ainda não descobrimos a origem do vírus. Todas as hipóteses estão sobre a mesa”, disse o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus. Ainda assim, das 120 páginas do relatório, só duas foram dedicadas à possibilidade, considerada “extremamente improvável”, de um acidente num laboratório ter iniciado a pandemia.
Embora reconheça que, em casos raros, acidentes podem ocorrer, o documento diz que “não há registros de vírus relacionados ao SARS-CoV-2 em qualquer laboratório antes de dezembro de 2019, ou genomas que em combinação poderiam fornecer um genoma SARS-CoV-2″.
Segundo o relatório, a possibilidade de contágio por meio de um animal que tenha contraído o vírus de um animal de outra espécie é “provável ou muito provável”. A conclusão, porém, foi feita sem a pesquisa de registros de dados originais do laboratório, com acesso vetado pelas autoridades chinesas. A censura do material despertou críticas do próprio diretor-geral da OMS, que defendeu a realização de novos estudos.
Também expressaram insatisfação com a falta de transparência da China os Estados Unidos e outros 13 países, como Coreia do Sul, Austrália e Reino Unido. “Dado o grau da influência chinesa na OMS, as conclusões da equipe provavelmente já estavam esboçadas mesmo antes de pousarem em Pequim”, afirmou Wade.
A insistência
O coro dos descontentes aumentou em maio deste ano, quando um grupo de 18 cientistas de universidades de ponta, como as americanas Harvard, Yale, MIT e Stanford, nos Estados Unidos, publicou uma carta na revista “Science”. “As teorias de liberação acidental de um laboratório e de ‘spillover’ zoonótico permanecem viáveis”, diz o documento.
Uma das organizadoras da carta é Alina Chan, pesquisadora de Harvard e do MIT (Massachusetts Institute of Technology). Em entrevista à revista online ”Slate”, ela defende uma apuração livre de disputas diplomáticas, sejam elas pró ou contra a China. “Ainda acho que o comércio de vida selvagem é um cenário plausível [para a disseminação do vírus entre humanos], mas é essencial que tenhamos uma investigação real, confiável e sem influência política”, afirmou.
Outro responsável pela iniciativa é o ex-presidente da Sociedade de Doenças Infecciosas dos Estados Unidos, David Relman, professor de microbiologia e imunologia da Escola de Medicina Universidade de Stanford.
“Sabemos que no centro da cidade de Wuhan estão algumas das maiores coleções de coronavírus de morcegos do mundo e também um vigoroso programa de pesquisas envolvendo a criação de coronavírus quiméricos de morcego, realizadas com a integração de sequências genômicas de coronavírus desconhecidos a conhecidos”, afirma ele em entrevista à Universidade de Stanford. “E sabemos que acidentes de laboratórios acontecem, com bem mais freqüência do que muitas vezes admitimos”, continua.
A tese é reforçada pelo fato de três pesquisadores do WIV terem procurado atendimento hospitalar com sintomas semelhantes ao da Covid em novembro de 2019, antes do início do surto em Wuhan, segundo os serviços de inteligência dos Estados Unidos. Cientistas do laboratório também viajaram 1.500 quilômetros para coletar amostras de vírus como parte do estudo sobre a origem de pneumonia com sintomas semelhantes à Covid-19, que acometeu, em abril de 2012, seis homens encarregados de retirar fezes de morcegos de uma mina – três dos quais morreram.
Entre os nove tipos de coronavírus levados da mina para estudos no WIF estava justamente o RaTG13, aquele parente mais próximo do SARS-COV-2. “A questão é: como o vírus SARS-CoV-2 chegou do sul à região central da China, já que morcegos não voam tão longe?”, indaga Alina Chan.
Mas para o brasileiro Marioli a tese é frágil. “Ainda que o morcego não voe mais que 50 km, é possível que transmita o vírus para outro animal da espécie, que por sua vez voe 50 km, transmita para mais um e assim por diante”, afirma.
Há também argumentos ainda mais técnicos. Wade ressalta que o próprio laboratório chinês informa em documentos que trabalha com os chamados experimentos de “ganho de função”, nos quais vírus são manipulados para que tenham mais capacidade de infectar células humanas, com a justificativa de assim possibilitar estudos para combater epidemias. Na sua visão, um possível indicador de que o SARS-COV-2 seja resultado dessas experiências seria o alto grau de adaptação do vírus à espécie humana – algo esperado de vírus resultantes da engenharia genética.
Wade menciona uma peculiaridade do SARS-COV-2 em relação a outros coronavírus da mesma família: a existência do chamado sítio de clivagem da furina. A estrutura facilita a entrada do vírus nas células e resulta de uma combinação de aminoácidos não encontrada em vírus proximamente aparentados. “Essas características representam um grande desafio à ideia de origem natural para o SARS2”, diz ele, reproduzindo fala de David Baltimore, virologista e ex-presidente do Instituto de Tecnologia da Califórnia.
Mais uma vez, Matioli discorda. “Em primeiro lugar, o fato de algo ser pouco provável não significa que seja impossível. Em segundo, a chance de o sítio da clivagem surgir de forma natural é maior do que o texto de Wade sugere.”
A controvérsia
Naturalmente, nem todos estão convencidos. “A carta da Science sugere falsa equivalência entre o incidente em um laboratório e os cenários de origem natural”, diz o virologista Kristian Andersen, do Instituto de Pesquisa Scripps, um dos autores da carta da Nature que descarta a hipótese do acidente no WIV. “A hipótese de vazamento de laboratório permanece baseada na especulação”, defende.
Será possível um dia saber quem tem razão? Para isso, seria preciso encontrar um vírus geneticamente muito parecido com o Sars-CoV-2. “Quanto mais semelhante às linhagens da pandemia um vírus for, melhor candidato ele será a ter originado a pandemia, seja por meio de um vazamento de laboratório ou de uma origem natural a partir de hospedeiro silvestre, diz Matioli. A tarefa não será fácil. “A natureza politizada da questão tornará muito difícil realizar uma investigação adequada, mas isso não significa que não devemos dar nosso melhor”, afirma Relman.
Essa governo Chines são uns BANDIDOS, provocaram uma catástrofe mundial em todos os sentidos, principalmente na SAÚDE, economia, familiar e tudo o mais. Não merecem nada. CAFAJESTES.
O vírus da Covid-19 teria escapado de um laboratório chinês, antes de se espalhar pelo planeta? O debate em torno desta possibilidade está cada vez mais quente. Foram divulgadas agora imagens mostrando morcegos vivos no que seria o interior do laboratório de Wuhan, uma instalação de segurança máxima.
O laboratório, inaugurado com grandiosidade em 2017, agora é alvo de uma discussão internacional, após a divulgação de um vídeo que traz imagens de morcegos vivos no que seria o interior do laboratório.
Os chineses e os seus parceiros científicos do Ocidente sempre negaram que houvesse criação de morcegos no Instituto de Virologia de Wuhan. O fato pode reforçar a possibilidade de que o vírus da Covid-19 não tenha vindo de um animal na natureza, mas sim que ele tenha escapado de um laboratório chinês.
O engenheiro Gilles, francês que mora na Nova Zelândia, faz parte de um grupo virtual chamado ‘Drastic’ – são detetives amadores da internet, que investigam as origens do vírus da Covid-19. Foram eles que acharam o vídeo em um site chinês. “Não é fácil encontrar um vídeo desses, porque o título nem sempre traz as palavras-chave para facilitar a busca. Tem de vasculhar muito, até tropeçar naquilo que interessa”, diz Gilles.
Outra descoberta do grupo ‘Drastic’ foi em 2020: em um artigo científico, pesquisadores de Wuhan revelavam ter encontrado, sem explicar direito como, um novo vírus. Foram eles que descobriram que este vírus já tinha aparecido, só que com outro nome, em um outro artigo chinês, e que o vírus tinha sido colhido pelos pesquisadores em uma caverna infestada de morcegos, em 2012. Veja a reportagem completa acima.
Os Estados Unidos (EUA) pediram nessa quinta-feira (27) que a Organização Mundial da Saúde (OM) conduza uma segunda fase de investigação sobre as origens do novo coronavírus, com especialistas independentes tendo acesso completo a dados originais e amostras na China.
Uma equipe liderada pela OMS, que passou quatro semanas na cidade e nos arredores de Wuhan em janeiro e fevereiro com pesquisadores chineses, disse, em um relatório divulgado em março, que o vírus havia provavelmente sido transmitido a partir de morcegos para humanos por meio de outro animal, e que a “introdução por meio de um incidente em laboratório era considerada hipótese extremamente improvável”.
O presidente dos EUA, Joe Biden, determinou que seus assessores encontrem respostas para a origem do vírus que causa a covid-19. Ele afirmou que agências de inteligência dos EUA estão analisando teorias rivais potencialmente incluindo a possibilidade de acidente em um laboratório na China.
O estudo inicial da OMS foi “insuficiente e inconclusivo”, disse a missão dos EUA na ONU em Genebra, em nota ontem, pedindo a condução do que chamou de segunda investigação oportuna, transparente e baseada em evidências, inclusive na China.
“É fundamental que a China ofereça aos especialistas independentes acesso total aos dados originais e completos e às amostras relevantes para entendimento da fonte do vírus e dos estágios iniciais da pandemia”, acrescenta a declaração dos EUA.
A China, por meio de um representante de sua embaixada nos Estados Unidos, disse que apoia “um estudo abrangente de todos os casos iniciais da covid-19 descobertos pelo mundo, e uma investigação minuciosa em bases secretas e laboratórios biológicos”.
Mike Ryan, principal especialista em emergências da OMS, disse na reunião anual de ministros de Saúde na quarta-feira (26): “Fizemos consultas informais com muitos países-membros para ver o que acontece na próxima fase. E vamos continuar a fazer essas discussões nas próximas semanas”.
Se fosse o Trump pedindo a esquerda toda ia contestar, por fazer xenofobia contra o povo chinês! Mas o Biden pode tudo e todo mundo fica caladinho. Realmente não é o que falam é QUEM fala
Os Estados Unidos (EUA) pediram nesta terça-feira (25) que especialistas internacionais avaliem a origem do novo coronavíru e os “primeiros dias do surto”, em uma nova investigação sobre a origem do vírus responsável pela covid-19.
Agências de inteligência dos EUA estão examinando relatos de que pesquisadores de um laboratório de virologia chinês ficaram gravemente doentes um mês antes de os primeiros casos de covid-19 serem relatados em 2019, de acordo com fontes do governo dos EUA, que advertiram, no entanto, que ainda não há provas de que a doença se originou no laboratório.
“A fase 2 do estudo da origem da covid-19 deve ser lançada com termos de referência transparentes, com base científica e dando aos especialistas internacionais a independência para avaliar completamente a origem do vírus e os primeiros dias do surto”, disse o secretário de Saúde dos EUA, Xavier Becerra, em mensagem de vídeo para a reunião ministerial anual da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Becerra não mencionou diretamente a China, onde os primeiros casos humanos conhecidos de covid-19 surgiram na cidade de Wuhan, em dezembro de 2019.
A origem do vírus é fortemente contestada. Em relatório divulgado em março, escrito em conjunto com cientistas chineses, uma equipe liderada pela OMS, que passou quatro semanas em Wuhan em janeiro e fevereiro, disse que o vírus provavelmente foi transmitido de morcegos para humanos por meio de outro animal, e que “a introdução por meio de um incidente de laboratório foi considerada um caminho extremamente improvável”.
Sobre uma nova missão de acompanhamento, o porta-voz da OMS Tarik Jasarevic disse à Reuters nessa segunda-feira (24) que a agência estava revisando as recomendações do relatório em nível técnico.
“As equipes técnicas prepararão uma proposta para os próximos estudos que deverão ser realizados e a apresentarão ao diretor-geral para sua consideração”, disse ele, referindo-se ao diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus.
Jasarevic, lembrando observações de Tedros em 30 de março, disse que mais estudos seriam necessários em uma série de áreas, incluindo a detecção precoce de casos e clusters, os papéis potenciais dos mercados de animais, a transmissão por meio da cadeia alimentar e a hipótese de incidentes de laboratório.
Peter Daszak, membro da equipe liderada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) que busca pistas da origem da covid-19 na cidade chinesa central de Wuhan, disse que é preciso tentar rastrear os elementos genéticos do vírus em cavernas de morcegos.
Zoólogo e especialista em doenças animais, Daszak disse que a equipe em Wuhan vem recebendo informações de como o vírus, identificado primeiramente na cidade no final de 2019, levou a uma pandemia. Ele não entrou em detalhes, mas disse que não há indícios de que ele surgiu em um laboratório.
A origem do coronavírus se politizou muito depois das acusações, sobretudo dos Estados Unidos, de que a China não foi transparente na maneira como lidou com o surto no princípio. Pequim ventilou a hipótese de que o vírus surgiu em outro local.
Daszak se envolveu na pesquisa da origem da Síndrome Respiratória Aguda Grave (Sars) em 2002-2003, rastreando-a em morcegos que viviam em uma caverna de Yunnan, uma província do sudoeste chinês.
“É preciso fazer uma pesquisa semelhante se formos encontrar a verdadeira origem [da Covid-19] na vida selvagem”, opinou Daszak, presidente da EcoHealth Alliance, sediada em Nova York.
“Este tipo de trabalho para encontrar a fonte provável em um morcego é importante porque, se você conseguir encontrar as fontes destes vírus letais, pode diminuir os contatos com estes animais”, explicou ele à Reuters em uma entrevista.
Não está claro se atualmente a China está estudando suas muitas cavernas de morcegos, mas vírus semelhantes ao SARS-CoV-2 já foram encontrados em Yunnan.
“Estou vendo um quadro surgindo de algumas das possibilidades que parece mais plausível do que antes”, disse Daszak.
Uma possibilidade sendo analisada mais atentamente pela equipe é a de que o vírus podia estar circulando muito antes de ser identificado em Wuhan.
“Isto é algo que nosso grupo está analisando muito intensamente para ver qual nível de transmissão comunitária podia estar acontecendo antes”, disse Daszak.
“O verdadeiro trabalho que estamos fazendo aqui é rastrear desde os primeiros casos até um reservatório animal, e esta é uma rota muito mais tortuosa, e pode ter acontecido ao longo de vários meses, ou mesmo anos.”
Os investigadores estão visitando hospitais, instalações de pesquisa e o mercado de frutos do mar onde o primeiro surto foi identificado, mas seus contatos em Wuhan são limitados a visitas organizadas por seus anfitriões chineses.
A Comissão Nacional de Saúde da China confirmou nesta segunda-feira (11) que vai receber nesta semana a missão da Organização Mundial da Saúde (OMS) que investigará a origem da Covid-19.
Em breve comunicado publicado em seu site, a agência indica apenas que os técnicos da OMS chegarão à China na próxima quinta-feira (14), e que irão “cooperar” com os cientistas locais nessas investigações.
A Comissão não especifica os locais para onde os especialistas irão viajar.
A OMS criticou a China na semana passada por demorar para liberar a viagem.
O diretor-geral da entidade, Tedros Adhanom, afirmou estar “muito decepcionado” com os obstáculos que supostamente estava colocando Pequim na missão, embora as autoridades chinesas negassem que estivessem impedindo.
Foto tirada em 24 de novembro de 2020 mostra uma visão geral do Mercado Atacadista de Frutos do Mar de Huanan em Wuhan, na província de Hubei, na China.| Foto: Hector RETAMAL / AFP
A China, por meio de veículos de comunicação controlados pelo Partido Comunista, como é o caso do jornal Global Times, quer mudar a narrativa de que a pandemia de covid-19 tenha se originado em seu país. Neste domingo (06), em um esforço que parece ser coordenado, o jornal usou sua conta no Twitter para afirmar que o Centro de Controle de Doenças de Wuhan, cidade chinesa que foi o epicentro da pandemia, detectou o novo coronavírus em carne congelada importada do Brasil e do Uruguai.
Ao mesmo tempo, a principal reportagem do site do jornal traz a pergunta: “É possível que mercadorias importadas tenham causado o surgimento da epidemia de coronavírus em Wuhan?”
A “reportagem” afirma que a narrativa de que a epidemia começou em Wuhan é uma “acusação” de políticos do Ocidente e que a descoberta de sinais anteriores do vírus na América e na Europa faz surgir a hipótese de que a epidemia registrada em Wuhan, o berço da covid-19, teve origem em alimentos congelados que foram importados.
O jornal afirma que enviou repórteres para o mercado de Huanan, onde as primeiras infecções pelo novo coronavírus foram registradas, e que após conversar com epidemiologistas, virologistas e com comerciantes, “a possibilidade de que o coronavírus tenha passado de produtos importados para o mercado não deve ser descartada”.
Entre as especulações feitas pelo jornal, sem apresentar provas, está a de que o vírus causador da Covid-19 tenha sido trazido à China por militares americanos durante os Jogos Mundiais Militares em 2019, sediado em Wuhan.
O jornal também sugere que poucos animais selvagens eram vendidos no mercado de Huanan. Um comerciante afirmou ao jornal que eles eram vendidos “em segredo”. Para o jornal, a fonte mais provável são frutos-do-mar importados da Autrália, Equador e Chile, antes de 2019.
O texto ainda cita os supostos casos de novo coronavírus encontrados na carne importada do Uruguai e Brasil.
Retaliação?
Curiosamente, os países citados pelo Global Times estão envolvidos em rusgas recentes com a China. A Embaixada da China apresentou uma reclamação formal ao governo brasileiro devido a uma publicação feita no Twitter por Eduardo Bolsonaro (PSL-SP). O deputado federal, que é presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara, acusou o Partido Comunista Chinês de espionagem, ao falar sobre a adesão do Brasil à Clean Network (Rede Limpa), iniciativa organizada pelos Estados Unidos para impedir a Huawei de operar os serviços de 5G.
Em abril deste ano, a China ameaçou boicotar produtos da Austrália após o país da Oceania pedir uma investigação sobre a origem da covid-19. Ao ser perguntado pelo jornal The Australian Financial Review sobre a solicitação australiana, Cheng, que é embaixador em Camberra, disse que a “população chinesa” poderia rejeitar mercadorias da Austrália. “Talvez as pessoas comuns se perguntem: ‘Por que eu deveria beber vinho australiano? Comer bife australiano?'”, afirmou o diplomata.
Em novembro, a Austrália firmou um acordo militar com o Japão, o que também irritou a China.
O Equador ameaçou tomar providências contra os pesqueiros chineses que porventura entrassem nas águas protegidas da Reserva Marinha de Galápagos.
Juvenal, pensei exatamente nisso quando leia o artigo. O "Ministério da História" em ação! kkkk Idéntico. Muito ruim morar num regime assim. Deus me livre do comunismo!
Ministério da Verdade e da Paz Celestial Perpétua.
Bem de distopia.
Não dá pra confiar no governo chinês. Nem no brasileiro!
A Terra é o único planeta conhecido que possui água líquida em sua superfície. Não só isso: ela cobre 70% de todo o globo. Sem ela, a vida não existiria. Mas mesmo havendo importância vital para os organismos, a origem da água em nosso mundo ainda não é totalmente compreendida entre a comunidade científica. Um novo estudo, porém, reacendeu o debate ao propor que a água já estava por aqui bem antes do que se imaginava. Leia matéria completa da Super Interessante aqui.
O Papai Noel é um pastiche de tradições de diferentes épocas e origens.
Tudo começa na determinação da data no Natal. 25 de dezembro foi escolhido pelo Império Romano séculos após a morte de Jesus por corresponder à data do solstício de inverno no hemisfério norte. Neste dia, já havia uma festa em homenagem ao Deus zoroastra Mitra, representante do Sol.
Comemora-se a noite mais longa do ano pois, dali em diante, a estrela passará cada vez mais tempo no céu.Esse ponto de inflexão representa esperança para povos que não tinham acesso a aquecedores ou comida enlatada no inverno.
Papai Noel, por sua vez, era Nicolau, bispo de Mira, cidade turca. Viveu no século 3. Um dos milagres atribuídos a ele foi o de trazer de volta à vida crianças que haviam sido mortas por um açougueiro para virar presunto durante uma crise de fome. Parece um medo bobo, mas era um risco real na época.
Outra lenda é que São Nicolau retirou a carga de cereais de um navio para alimentar o povo da cidade – depois, fez com que novos cereais aparecessem no porão da embarcação, evitando que os marujos fossem punidos por doar a carga.
Isso o tornou adorado pelos marinheiros. Principalmente os da cidade costeira de Amsterdã, na Holanda. Onde ele se chamava Sinter Nikolass. Que depois foi abreviado para Sinterklass. Que em Nova York (cidade fundada pelos holandeses como Nova Amsterdã) se tornaria Santa Claus.
A versão atual do Papai Noel, de bochechas vermelhas, jeitão de elfo, trenó e entradas furtivas pela chaminé, está em um poema escrito pelo professor de teologia americano Clement Clark Moore para os filhos em 1822. Ele tinha vergonha da composição, mas ela viralizou nos jornais da época.
Nessa altura, mitos como os elfos ajudantes (que vêm de tradições nórdicas pagãs) já haviam sido incorporados ao Papai Noel em si. Bem como as renas, que foram popularizadas graças a um desfile da loja de departamentos Macy’s. A ideia foi de um empresário que queria vender carne de rena e precisava popularizar o animal no imaginário americano.
Outra adição recente ao mito é Rodolfo, a rena do nariz vermelho. Ele era personagem de um poema de Natal distribuído pela loja Montgomery Ward em Chicago na década de 1930. Ele era uma espécie de patinho feio, com uma característica diferente das demais renas. Hoje, Rodolfo lidera o comboio. Vá ao shopping mais próximo e verifique: o primeiro animal da fila sempre tem o nasal sensual aceso.
Em 14 de março deste ano, quando o pesquisador Rostand Medeiros entrou no prédio do Ministério Público Federal (MPF) em Natal para participar de uma audiência extrajudicial, não imaginava que retornaria ao mesmo local, no fim de novembro, para apresentar o livro cuja publicação é fruto da parceria iniciada exatamente nessa reunião oito meses antes. O tema, da audiência, era a adoção de medidas para resgate, preservação e valorização do patrimônio histórico do Rio Grande do Norte relativo à 2ª Guerra Mundial. Já o livro – que se chama “Lugares de Memória” – reflete exatamente uma das iniciativas pretendidas pelo MPF.
Em suas 170 páginas, a obra traz informações, curiosidades e imagens de edificações e estruturas existentes na capital potiguar durante o conflito mundial, encerrado em 1945. Nesta sexta-feira, 29, Rostand Medeiros fez questão de agradecer o apoio e o incentivo do MPF e entregou exemplares do livro diretamente aos procuradores da República Victor Mariz, que convocou a audiência de março, e Cibele Benevides, que chefia a Procuradoria da República no Rio Grande do Norte.
O procedimento do MPF que estimulou o escritor a transformar em livro a pesquisa iniciada quatro anos antes (quando elaborou, a pedido do Ministério Público Estadual, um relatório preliminar sobre os locais utilizados pelas forças militares norte-americanas em Natal e Parnamirim durante a 2ª Guerra) prossegue tramitando na Procuradoria da República e vem acompanhando a situação desse patrimônio, de grande potencial histórico, turístico e cultural.
Nos agradecimentos incluídos no livro, além do procurador da República e do próprio Ministério Público Federal, Rostand Medeiros também registra o apoio do analista de Direito Leonardo Batista e da estagiária Bárbara Suellen Fonseca, “pela ajuda sempre presente”. Sobre Victor Mariz, o autor enaltece a “confiança, atenção, corretos apontamentos e ajuda proporcionada durante o processo de pesquisa e elaboração final do material”.
Obra – Lugares de Memória traz como subtítulo “Edificações e estruturas históricas utilizadas em Natal durante a Segunda Guerra Mundial” e apresenta informações e imagens (atuais e antigas) de 27 locais de Natal que possuem ligação com a participação do Brasil no conflito, incluindo quartéis, hospitais, sedes de companhias aéreas, bares, cabarés, hotéis, clubes militares, residências de oficiais e do cônsul norte-americano, entre tantos outros pontos que ainda mantêm as características de sete décadas atrás, ou cujos prédios originais deram lugar a novas edificações.
Publicado pelo Caravela Selo Cultural, o livro contou em sua fase de pesquisa com o apoio do presidente da Fundação Rampa, Leonardo Dantas, e do diretor do Sebrae, João Hélio Cavalcanti, além de vários outros escritores e amigos do autor. O prefácio é do jornalista e escritor Carlos Peixoto e o texto abre com a palestra do ex-governador Juvenal Lamartine, proferida em 1939 – sete meses antes da deflagração da guerra – e que já previa não só o conflito, como o envolvimento da capital potiguar. Já os 27 locais foram divididos em cinco partes, conforme os bairros: Santos Reis, Rocas, Ribeira, Petrópolis e Tirol.
Autor – Rostand Medeiros é escritor, pesquisador e membro do Instituto Histórico e Geográfico do RN, além de técnico e guia de turismo credenciado pela Embratur. Autor do livro “João Rufino: um visionário de fé” e das biografias “Fernando Leitão de Moraes: das serras canaviais uma cidade do sol” e “Eu não sou herói: a história de Emil Petr”; é ainda coautor de “Os cavaleiros do céu: a saga do voo Ferrarin e Del Petre”; e produziu o documentário “Chapéu Estrelado”, sobre a trajetória do bando de Lampião em terras potiguares, no ataque a Mossoró em 1927.
As manchas negras que têm aparecido em praias do Nordeste desde o início de setembro já atingiram 99 locais em 46 municípios de 8 estados, de acordo com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama).
Uma investigação do órgão aponta que o óleo que está poluindo as praias têm a mesma origem, mas ainda não é possível afirmar de onde ele viria. Segundo a Petrobras, trata-se de óleo cru, que não é produzido no Brasil.
O G1 questionou o Ibama sobre quais seriam as 99 localidades e as 46 praias, e aguarda retorno.
O óleo já atingiu ao menos oito tartarugas e uma ave bobo-pequeno ou furabucho (Puffinus puffinus), conhecida pela longa migração. Segundo o Ibama, uma das tartarugas foi devolvida ao mar e outra foi encaminhada a um centro de reabilitação. Os outros sete animais morreram.
Nas redes sociais é possível ver moradores compartilhando vídeos e fotos dos bichos cobertos por óleo negro. A recomendação do Ibama é que, nestes casos, a população acione os órgãos ambientais competentes para que os animais sejam avaliados antes de devolvidos ao mar.
Até o momento, não há sinais de que peixes e crustáceos estejam contaminados, de acordo com o Ibama, mas o instituto recomenda que banhistas e pescadores não tenham contato com o óleo.
O Ibama pediu apoio à Petrobras para fazer a limpeza das praias e a empresa afirmou que vai disponibilizar 100 pessoas para o trabalho. O G1 perguntou ao Ibama quando a limpeza deverá começar, e aguarda retorno do órgão.
Veja o que foi visto em cada estado aqui em reportagem do G1.
Pesquisadores encontraram uma amostra inédita de diamantes “super-profundos” de centenas de quilômetros abaixo da superfície da Terra. Localizados em terras brasileiras, os diamantes forneceram novas pistas sobre a composição material de nosso planeta.
Essas pedras preciosas provavelmente vieram de uma profundidade de 410 a 660 quilômetros (conhecida como “zona de transição”), de acordo com a pesquisadora Suzette Timmerman, que também conta que eles analisaram, pela primeira vez, os isótopos de hélio contidos em bolhas microscópicas no interior dos diamantes super-profundos.
Publicado na revista Science, o estudo afirma que os gases encontrados em observações microscópicas de inclusões de diamantes vêm de um reservatório subterrâneo estável, pelo menos tão antigo quanto a Lua.
Timmerman e o co-autor do estudo Lynton Jaques dizem que os diamantes oferecem um vislumbre único do interior da Terra. “Há apenas alguns lugares no mundo onde esses diamantes super-profundos são encontrados, mas eles fornecem muitas informações sobre as partes mais profundas do manto da Terra que nós nunca veríamos”, diz Jaques em um comunicado.
O cientista explica que os diamantes formam cápsulas perfeitas para reter a química exata e a composição isotópica do material da parte da Terra onde se formaram. “Esses diamantes, em particular, são algumas das nossas amostras diretas mais profundas da Terra. Eles nos permitem ver algum material original da formação da Terra, que parece não ter mudado muito nos últimos 4 bilhões de anos.”
A Polícia Federal desvendou o “DNA” das drogas que entram no Brasil. Após sete anos entre microscópios e reagentes químicos, peritos identificaram a origem da cocaína e do crack, o grau de pureza das drogas e o que os traficantes misturam a elas.
Quando um usuário consome cocaína pode estar ingerindo, por exemplo, antitérmicos, cafeína, anestésicos e até vermífugos. Tudo isso misturado à droga aumenta ainda mais os riscos à saúde dos usuários.
Batizado de Pequi (Perfil Químico), o projeto que identificou como as drogas são “batizadas” começou a ser desenhado em 2005, mas foi a partir de 2009 que os policiais padronizaram o envio de amostras para Brasília sempre que as apreensões ultrapassavam cinco quilos. A fenacetina, um antitérmico e analgésico de venda proibida no país, aparece em 35% das amostras de cocaína.
Os peritos também localizaram em 11% dos casos o levamisol, um vermífugo que costuma ser utilizado em criações de gado, suínos e ovinos. Depois aparecem cafeína (8%) -especialmente em São Paulo, Paraná, Distrito Federal e Amazonas -e produtos com efeitos anestésicos como benzocaina e lidocaína, essa última encontrada de forma mais significativa (15% das amostras) em São Paulo.
A PF analisou as misturas tanto na pasta-base -etapa inicial do processo de transformação da cocaína- quanto na cocaína refinada e no crack. Nas últimas semanas, os peritos iniciaram a análise das amostras de maconha, ecstasy e outras drogas. Em alguns casos, a mesma amostra de cocaína contém mais de um adulterante. Esse produtos são utilizados para diminuir o percentual de droga pura em cada quantidade vendida ao consumidor final e aumentar o lucro dos traficantes.
Para o psiquiatra Dartiu Xavier, do Programa de Orientação e Atendimento a Dependentes da Unifesp, apesar de ainda faltarem estudos sabre os riscos à saúde dos adulterantes, a constatação da PF é preocupante. “A cocaína apresenta, por exemplo, riscos cardíacos, o que pode ser aumentado quando se mistura outros estimulantes, como a cafeína.”
Segundo o perito Adriano Maldaner, responsável pelo projeto da PF, saber o que há nas drogas pode ajudar no tratamento de saúde.
Essa porcaria de país vai continuar dando cavalo de pau no mundo até quando?