Finanças

AH,TA: ‘Panama Papers’ são parte de conspiração dos EUA para enfraquecer a Rússia, diz presidente Vladimir Putin

201604071121196983_RTSPresidente russo Vladimir Putin participa de fórum de mídia em São Petersburgo – POOL / REUTERS

O presidente Vladimir Putin negou nesta quinta-feira ter qualquer ligação com contas offshore e descreveu os “Panama Papers” como parte de uma conspiração liderada pelos Estados Unidos para enfraquecer a Rússia. Falando em um fórum de mídia em São Petersburgo, Putin também rejeitou que existam “elementos de corrupção” entre as pessoas de seu círculo mais próximo citadas nos documentos.

— Que elementos de corrupção? Não há nenhum — afirmou Putin. — Eles (Estados Unidos) estão tentando nos desestabilizar a fim de nos tornar mais complacentes.

Segundo os documentos, o violoncelista Sergei Rolduguin, amigo e padrinho de uma das filhas de Putin, está no centro de uma rede de empresas de fachada formada por pessoas próximas ao presidente russo, conforme revelou o jornal independente “Novaia Gazeta”.

Citando os US$ 11,5 milhões de documentos vazados da firma de advocacia panamenha Mossack Fonseca e divulgados pelo Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ), o Novaia Gazeta afirma ter descoberto as disposições financeiras que permitiram que pessoas próximas ao presidente russo escondessem até US$ 2 bilhões em paraísos fiscais.

Amigo de infância de Vladimir Putin, Sergei Rolduguin, de 64 anos, violoncelista no teatro Mariinsky, aparece como o testa de ferro nesta rede de empresas de fachada operadas pela Mossack Fonseca.

Serguei Rolduguin é apontado como proprietário das empresas Sonnette Overseas Inc. (SOI) e International Media Overseas (IMO), que adquiriram importantes setores da economia russa através de outras empresas offshore, em uma estrutura semelhante à de um jogo de bonecas russas, segundo Novaia Gazeta.

Como Serguei Rolduguin, a maioria dos russos envolvidos na trama são amigos do presidente. Rolduguin conheceu Putin em 1977 e, “desde então, nunca nos separamos”, segundo relatou em uma biografia de Vladimir Putin publicada em 2000.

Putin aproveitou o fórum em São Petersburgo para defender o violoncelista, dizendo que seu amigo de longa data não fez nada errado. Ele disse que estava orgulhoso de Roldugin, acrescentando que o músico usou seu dinheiro pessoal em projetos culturais.

No dia seguinte à revelação dos documentos, o porta-voz do Kremlin, Dimitri Peskov, acusou ex-agentes da CIA e do Departamento de Estado americano de estarem por trás do vazamento dos “Panama Papers” e acrescentou que “o principal alvo destes ataques é nosso país, nosso presidente”.

O Globo

Opinião dos leitores

  1. Os petistas usam essa mesma desculpa com a Lava Jato. Deve ser porque Putim e eles leram o mesmo livro.

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