Economia

Ministério da Economia reduz gastos para garantir serviços essenciais; suspensas compra de café, serviços de consultoria, passagens internacionais, novos estagiários e outros

Foto: Cristiano Mascaro

O Ministério da Economia cortou despesas e limitou gastos como com café, estagiários e terceirizados para garantir o funcionamento de serviços essenciais. O impacto total das medidas, anunciadas hoje, será de R$ 2,16 bilhões, resultado de economia de R$ 366 milhões e de R$ 1,8 bilhão em remanejamento de recursos entre os órgãos.

Segundo portaria publicada na edição desta quinta-feira(22) do Diário Oficial da União, o ministério, autarquias e fundações vinculadas terão que adotar medidas para racionalização e redução de despesas com o objetivo de “preservar os serviços de fiscalização, arrecadação e a manutenção dos sistemas de tecnologia da informação relacionados à gestão corporativa; sistemas estruturadores; arrecadação tributária e aduaneira; Fazenda Pública e folha de pagamento da Previdência Social”.

A portaria determina que estão suspensas novas contratações relacionadas a serviços de consultoria; treinamento e capacitação de servidores; estágio remunerado; mão de obra terceirizada; aquisição de bens e mobiliário; obras, serviços de engenharia, melhorias físicas e alterações de leiaute; desenvolvimento de software e soluções de informática; diárias e passagens internacionais; insumos e máquinas de café; e serviços de telefonia móvel e pacote de dados para servidores, exceto para atividades de fiscalização.

Além disso, a portaria define que horário de funcionamento dos órgãos do ministério, autarquias e fundações vinculadas será das 8h as 18h e pode ser reduzido em 1h. De acordo com a portaria, esse horário não se aplica aos serviços essenciais, em especial o atendimento ao público, e ao funcionamento dos gabinetes do ministro da Economia e dos secretários e da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional.

O secretário-executivo do Ministério da Economia, Marcelo Pacheco dos Guaranys, disse que foram feitos cortes em serviços que não são essenciais para a prestação de serviço ao cidadão. “São gastos internos da burocracia para que a gente possa, com esse recurso, focalizar naquilo que o ministério precisa para prestar o serviço para o cidadão”, disse. Ele acrescentou que haverá um trabalho contínuo de monitoramento das receitas e se o governo começar a arrecadar mais será possível “relaxar” os limites de gastos.

Guaranys acrescentou que a medida não é um “shuttdown” da máquina pública, como já ocorreu nos Estados Unidos, com o estado totalmente paralisado. “Isso não está acontecendo”, afirmou.

Neste ano, o Ministério da Economia sofreu bloqueio de 34,8% do orçamento, com limite de gastos passando de R$ 12,6 bilhões R$ 8,2 bilhões.

No mês passado, a menor previsão de crescimento da economia brasileira em 2019 fez a equipe econômica anunciar um novo bloqueio no Orçamento. O governo decidiu contingenciar mais R$ 1,443 bilhão de verbas do Poder Executivo. Com isso, o valor bloqueado do Orçamento de 2019 soma R$ 33,426 bilhões. Esse contingenciamento é necessário para que o governo alcance a meta de déficit primário (despesas menos receitas, sem considerar gastos com juros) de R$ 139 bilhões, neste ano.

O secretário de Orçamento Federal, George Alberto de Aguiar Soares, lembrou que a arrecadação foi “um pouquinho maior” em julho, mas pode ser “um ponto fora da curva”. Ele acrescentou que é preciso esperar mais tempo para ver se a tendência de aumento da arrecadação se consolida.

Entre as medidas, está a suspensão de novas contratações relacionadas a:

serviços de consultoria;
treinamento e capacitação de servidores;
estágio remunerado;
mão de obra terceirizada;
aquisição de bens e mobiliário;
obras, serviços de engenharia, melhorias físicas e alterações de leiaute;
desenvolvimento de software e soluções de informática;
diárias e passagens internacionais;
insumos e máquinas de café; e
serviços de telefonia móvel e pacote de dados para servidores, exceto para atividades de fiscalização.

Agência Brasil e G1

 

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Economia

CRISE: Para economizar, classe C troca marca e deixa de comprar doces

29uaj94uaa_3lfqwdiuag_fileFoto: Marcelo Camargo/ABr

Os brasileiros já sentiram a alta nos preços nos supermercados e, para economizar, estão mudando os hábitos de consumo. A classe C, por exemplo, trocou a marca de produtos de higiene e limpeza por uma mais barata e abriu mão de produtos supérfluos, como salgadinhos, chocolates e doces.

A inflação nos supermercados acumula alta de 9,14% nos últimos 12 meses, de acordo com a Apas (Associação Paulista de Supermercados). O preço desses produtos foi diretamente influenciado pelo reajuste da energia elétrica, pela alta do dólar e pela estiagem em diversas regiões do País.

O economista Rodrigo Mariano, gerente do departamento de economia e pesquisa da Apas, explica que a variação do dólar ao longo dos últimos 12 meses impacta não só os produtos importados, mas também os que dependem de insumos produzidos em outros países.

— Já os reajustes na energia elétrica continuam afetando os custos da indústria, que se utiliza intensivamente deste insumo para a produção, como é o caso dos panificados, por exemplo.

Técnicas para economizar

Segundo a Apas, nesse período de inflação, o consumidor adota algumas técnicas seguindo um raciocínio lógico, com o intuito de não perder seu poder de compra adquirido, sendo:

1º: verifica pontos de vendas mais baratos, optando, muitas vezes pelo atacado;

2º: faz compras em determinado período do mês, apenas;

3º: opta por diferentes tipos de embalagens (com mais produtos a um preço menor);

4º: troca marcas convencionais por mais baratas;

5º: deixa de comprar itens.

Mariano afirma ainda que, enquanto a classe C deixou de comprar os supérfluos e trocou a marca líder pela segunda marca colocada, a classe A e B busca ganhar promoções e prazos para não abrir mão de produtos premium.

— Hoje o consumidor economiza nos produtos de limpeza, mas não abre mão dos itens premium que adquiriu no passado, quando seu poder de compra era maior. Ele também acaba deixando os supérfluos e trocando as marcas mais caras pelas mais baratas.

Outra tática do consumidor é procurar os produtos de marca própria (do supermercado), que em alguns casos chegam a custar quase a metade do valor das marcas líderes. Pesquisas da Nielsen mostram que mais da metade das marcas líderes pesquisadas pelo Instituto, entre as 132 categorias de produtos monitoradas, registrou queda superior a 3% em suas vendas neste ano. E que as mais tradicionais em seu nicho de mercado, 29% das 127 pesquisadas, vêm perdendo espaço para marcas menos conhecidas.

O gerente de marca própria do Atacadista Roldão, Pedro Camargo, afirma que a venda de produtos marca própria aumentou 10% nos últimos meses.

— É um crescimento bastante expressivo e que sinaliza que deveremos superar o resultado do ano anterior.

Em todo o País, esse segmento movimentou R$ 3,9 bilhões no ano passado e a expectativa para 2015 é de crescimento de 10% a 15%, de acordo com a previsão da ABMAPRO (Associação Brasileira de Marcas Próprias).

Queda nas vendas dos supermercados

De acordo com dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o segmento de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo teve queda de 2,7% no volume de vendas em junho deste ano na comparação com o mesmo mês de 2014. Com isso, o setor ocupou a segunda maior posição na contribuição para a queda do índice geral.

Esse setor sofre o impacto direto da diminuição da renda dos trabalhadores e da elevação dos preços da alimentação em casa, além da redução e encarecimento da oferta de crédito observada ao longo deste ano.

Natal sem importados

O câmbio ainda alto deve afetar o Natal dos brasileiros. Segundo Mariano, é esperada uma leve melhora no volume de vendas dos supermercados no segundo semestre deste ano em relação ao primeiro, por causa do período natalino.

— Os brasileiros deverão dar prioridade para produtos nacionais e que não tenham insumos importados, para economizar no Natal. O dólar alto deve diminuir a procura por produtos de fora do País.

R7

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