Comportamento

MUDANÇAS NOS POSTS: Parceiros costumam dar “pistas” nas redes de que querem terminar a relação, de acordo com pesquisa

Francesco Carta/Getty Images

Lá naquela outra era, antes da internet, os relacionamentos amorosos inegavelmente duravam mais. Seja por preconceitos enraizados na sociedade, seja por puro comodismo, os casais passavam anos juntos, mesmo se isso representasse uma tormenta. Houve, obviamente, quem conhecesse a felicidade por longos períodos, mas também não foram poucos os que sofreram em silêncio, suportando o desgaste de cada dia, e no fim se arre­pen­de­ram por uma vida que, afinal, não foi desfrutada como deveria. Poucas vezes relações doentias foram tão bem retratadas quanto no filme Cenas de um Casamento, de 1973, do diretor sueco Ingmar Bergman, que expôs, com a crueza dos grandes artistas, o sofrimento por trás de um convívio infeliz. Agora, os tempos são outros, e irresistivelmente diferentes. O sociólogo polonês Zygmunt Bauman até criou uma expressão, “amor líquido” (nome de um livro seu que se tornou sucesso de público e crítica), para definir a cada vez mais comum instabilidade das uniões afetivas. Nesta nova modernidade, tudo muda rapidamente, e o impulso de substituir o parceiro por outro, e depois outro, e mais um — e assim por diante —, é o que parece mover boa parte da sociedade. Com as redes sociais, a tal característica “líquida” foi exacerbada. As mídias digitais servem para encontrar o futuro amor, mas também para desfazer laços, refazê-los, e desatá-los de novo, num processo sufocante que parece não ter fim.

Foto: Arte/Veja

Se as redes sociais são os motores dos relacionamentos da nova era, elas também podem oferecer, mesmo que involuntariamente, as pistas que indicam se uma relação será duradora ou, quem sabe, apenas nuvem passageira. Uma saborosa e inédita pesquisa realizada pela Universidade do Texas, em Austin, nos EUA, mostrou que os seres humanos são muito mais previsíveis do que podem imaginar, até quando o que está em jogo são os desígnios do coração. Ao lado da lista dos algoritmos que preveem o que as pessoas gostariam de comprar e das inteligências artificiais que antecipam as jogadas do oponente no xadrez, surge agora uma tecnologia capaz de profetizar o fim de um relacionamento meses antes de o desenlace ocorrer — e tudo isso a partir da análise de posts nas redes sociais.

O estudo foi publicado no dia 1º de fevereiro no renomado periódico científico Proceedings of the National Academy of Sciences. Os pesquisadores coletaram 1 milhão de posts realizados por 6 800 usuários que publicaram sobre o fim de seus relacionamentos na rede social Reddit e os colocaram em um software capaz de analisar os padrões de linguagem usados até dois anos antes da separação definitiva. Para satisfação dos cientistas, que já suspeitavam que as pessoas dão pistas de seus desencontros, elas começaram a mudar o teor das postagens, em média, até três meses antes de terminar o namoro. A palavra “eu” passou a ser mais usada, o que indica uma maior preocupação com assuntos particulares do que com aqueles que diziam respeito à vida do casal. Ou seja: quem deseja terminar uma relação inevitavelmente passa a pensar mais em si em detrimento do outro — e essa regra é válida quase sempre para cada ex-apaixonado, seja ele usuário do Reddit, Instagram ou Facebook. Cresceu também a quantidade de posts com termos como “acho” e “deveria”. De acordo com os pesquisadores, eles costumam ser usados quando alguém está tentando superar um problema.

A escritora mineira enfrentou três fins de relacionamento pelas redes sociais. O que poderia ser uma experiência traumática — por um período, de fato, foi — tornou-se o combustível para que escrevesse um livro sobre o assunto. “As mídias digitais oferecem muitas possibilidades para quem deseja encontrar um novo amor”, afirma

É curioso perceber que, quando a ideia de pôr um ponto-final em um namoro começa a ser gestada, a maioria das pessoas atua da mesma maneira. A pesquisa detectou uma queda abrupta do número de posts com teor analítico, ou daqueles com linguagem formal e complexa. Por outro lado, cresceu a frequência das publicações despojadas e recheadas de narrativas pessoais. A justificativa, segundo os pesquisadores, é simples: quando a pessoa passa por um momento delicado, ela costuma dar preferência a relatos íntimos, que refletem sua introspecção.

A psicóloga Sarah Seraj, pesquisadora da Universidade do Texas e principal autora do estudo, explica os mecanismos por trás do comportamento humano. “A linguagem de uma pessoa apresenta mudanças sutis de acordo com o seu estado psicológico”, disse a VEJA. “Embora não notemos essas alterações em conversas cotidianas, o que apenas um computador é capaz de fazer, elas estão presentes e podem refletir o fato de que o indivíduo está passando por momentos conturbados.” Seraj ressalta que o estudo também reafirmou o poder das redes sociais em influir nos relacionamentos interpessoais. Nesses sites, as pessoas escrevem sobre sua vida cotidiana e não apenas deixam rastros de seu estado emocional como são igualmente influenciadas por posts de outras pessoas.

De fato, a popularização das redes sociais, no começo da década passada, levou a uma superexposição inédita na história da humanidade. Levantamentos recentes mostram que 4 bilhões de pessoas usam regularmente Facebook, Twitter, TikTok, Instagram e afins — é mais da metade de todos os habitantes do planeta. Nada mais natural, portanto, que as plataformas tenham papel ativo na vida amorosa. Um estudo realizado recentemente pelo Pew Research Center investigou a influência das redes sociais em relacionamentos românticos. Os cientistas notaram que, entre os jovens que participaram da pesquisa, 60% disseram acreditar que as redes sociais os ajudam a permanecer mais conectados à vida do parceiro. Em outras palavras: eles precisam das mídias digitais para, de alguma maneira, provar seu amor.

Ao mesmo tempo que pode ser considerada o caminho mais curto para novos enlaces — basta dar uma espiada no sucesso do Tinder para comprovar isso —, a internet traz aspectos bastante negativos. Espionar as publicações e curtidas da namorada ou namorado não é apenas condenável como pode resultar em fixação perigosa. O stalking, termo em inglês para designar perseguição nas redes sociais, é relativamente comum entre casais recém-separados. Outro bom exemplo de novos desafios trazido pela era digital é o oversharing, ou “excesso de compartilhamento”, que consiste na postagem em demasia de palavras ou fotos que deveriam ser íntimas ou menos frequentemente publicadas. Dele resulta a superexposição, que pode ser danosa não só para uma pessoa mas para o próprio casal.

O casal paulista é a prova de que a internet pode também ser um instrumento positivo, afeita a desabrochar relacionamentos duradouros. Eles se conheceram no Tinder há cinco anos e estão juntos até hoje. “Somos um ponto fora da curva entre as pessoas que marcaram encontros pelo aplicativo”, diz Ornella

As redes sociais são mesmo usadas para tudo. Até para terminar uma relação sem confrontar o outro diretamente, o que pode ser considerado um tremendo desrespeito. Laura Conrado, escritora mineira de 36 anos, passou por três términos on-line. “Depois do primeiro, comecei a ver as redes sociais como fonte absoluta de frieza nos relacionamentos”, diz. “Com o tempo, isso passou, e percebi que elas também podem oferecer oportunidades para muita coisa boa nos namoros.” Segundo Laura, o acesso às redes sociais oferece apoio que pode ser crucial para um casal que passa por fases difíceis. Além disso, diz ela, as mídias proporcionam um meio de contato contínuo utilíssimo em romances a distância. O psicólogo Fred Mattos, autor do livro Relacionamentos para Leigos, amplia o raciocínio. “Para casais que têm uma relação feliz, as redes sociais potencializam o namoro como um estimulante”, afirma Mattos. “Para os inseguros e controladores, as mídias tornam-se uma bomba conspiratória recheada de tensão, fantasias de rejeição e abandono.”

Seja como for, a realidade é que as mídias sociais são ao mesmo tempo combustível para romances mas também inspiração para desfazê-los. Há muita gente disponível na rede, como existem também pessoas prontas para trocar o parceiro de hoje por uma experiência diferente amanhã. Nesses casos, é bom prestar atenção. Na próxima vez que o amor de sua vida falar em excesso de si próprio numa postagem, talvez seja o sinal de que ele não está mais tão a fim de você.

Veja

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Diversos

Empresa lança no Brasil site para mulheres que querem trair seus parceiros

Foto: iStock

Entra em operação hoje no Brasil um site voltado para mulheres casadas em busca de casos extraconjugais. O diferencial do Eveeda em relação a outras plataformas de traição já existentes, tais como o Ashley Madison, é a proporção igualitária entre homens e mulheres usuários. Segundo informações divulgadas pela marca, o algoritmo do site garante que, para cada mulher cadastrada, um novo homem pode entrar.

Além disso, para elas o serviço é gratuito. Já os homens, para participarem, devem adquirir um pacote de associação completo para enviar mensagens. O valor mínimo é de R$ 150 ao mês.

Penélope Nova é embaixadora do serviço. “Adoro novidades e o que me chamou a atenção foi o fato de este ser um serviço voltado para mulheres. A traição sempre existiu, inclusive a feminina. No entanto, os homens tinham mais permissão para admitir, ainda que indiretamente, que viviam relacionamentos extraconjugais. Já as mulheres são mais julgadas”, opina.

“Quando uma mulher quer trair, ela tem menos opções do que o homem: precisa recorrer a um colega de trabalho, um ex-namorado, alguém da academia. Isso a deixa vulnerável, porque são pessoas conhecidas e que podem colocar a estrutura de vida dela a perder, caso sejam descobertas. Com a tecnologia, fica mais fácil manter seus dados em sigilo, o que aumenta a sensação de proteção”, diz Penélope.

Segundo pesquisa feita pela marca com 700 pessoas, a principal motivação daqueles que buscam o serviço é a insatisfação sexual. A maioria diz que ama o cônjuge, mas que suas necessidades sexuais são incompatíveis. Muitos também garantem que desejam manter a família unida para agradar os filhos e apreciam a estabilidade financeira oferecida pelo casamento.

Outro destaque da plataforma, segundo a empresa, é que, ao deletar o perfil do site, todas as “pistas” deixadas pela usuária são deletadas, inclusive as mensagens trocadas com o eventual parceiro.

UOL

 

Opinião dos leitores

  1. É o fim… Um instrumento que poderia ser usado para outras conquistas, essa tal internet, vai destruir o mundo!

  2. Sobre os comentários qua sugerem uma "associação" entre "chifres" e certa ideologia política, cabe destacar que a coisa tem certa lógica. Que ideologia defende abertamente a descriminalização das drogas, a liberação do aborto, a pedofilia, as performances" públicas de cunho sexual (apelidadas de manifestações artísticas e culturais), as passeatas gays e tudo o que se faz publicamente por lá (alguém por aqui já procurou ver um pouco?), o enfraquecimento da família tradicional (inclui-se aqui o pátrio poder) e tudo o que se relaciona com perversão sexual, degradação moral e por aí vai? Claro que, onde há seres humanos, haverá desvios e más condutas. Mas, dá prá entender de que lado a "putaria" (perdoem o termo chulo) é muito mais frequente e bem-vinda. Kkkkkkkkkk

    1. Por favor vem com respeito exclua o fascista.
      Tem culpa nois se você é de esquerda.

  3. Mais um lançamento de quem tem mãe na zona.
    Muita coincidência na chegada por aqui da mãe dos esquerdopatas.

  4. Ultimamente está aparecendo de tudo para destruir as famílias. Não me admira que esse site tenha sido desenvolvido pelos esquerdopatadas integrantes do Fórum de São Paulo. Só essa galera tem esse interesse de revirar o mundo de ponta cabeça.

  5. Putaria deveria ter limites. Mas, como exigir decência do putismo? Difícil. O Apocalipse está cada vez mais perto……

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Polícia

Crise de ciúmes entre parceiros acaba com morte de professor em São Gonçalo

Diário de Natal

Um professor identificado como Francisco das Chagas Silva, 39 anos, foi assassinado com um golpe de foice no pescoço por volta das 18h dessa quinta-feira (10), no sítio Campina, no município de São Gonçalo do Amarante, na Grande Natal.  De acordo com a polícia, o acusado pelo crime foi identificado como João Maria da Silva, 45 anos, parceiro da vítima, que alega ter cometido o crime como legitima defesa.

Segundo a polícia, o acusado disse que estava sentado na calçada de sua residência, quando uma mulher passou em frente e o paquerou. Após o flerte, o professor ficou revoltado com a situação e partiu para cima de João Maria com uma foice. Na ocasião, ele disse que conseguiu tomar a arma do parceiro e desferiu um golpe que atingiu o pescoço de Francisco das Chagas.

A polícia disse que o golpe foi tão violento que por pouco a vítima não foi decapitada. Apesar de ter cometido o homicídio, João Maria ainda ligou para a emergência pedindo resgate de seu companheiro, que morreu de forma instantânea.

Após o crime, populares revoltados amarraram João Maria em um poste e começaram a espancá-lo. A polícia chegou ao local por volta das 19h e conseguiu evitar mais um homicídio.

O acusado foi encaminhado para a delegacia de plantão Zona Norte, onde confessou que havia toma uma lata de cana com seu companheiro antes do crime. João Maria ainda disse que o professor sofria de surtos de depressão.

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Tecnologia

As redes sociais feitas para trair chegam ao Brasil e já fazem sucesso

Veja

Nos últimos três meses, aportaram no Brasil três redes sociais com uma proposta inusitada: facilitar a traição conjugal. Juntas, a canadense Ashley Madison, a americana Ohhtel e a holandesa Second Love contam com cerca de 12 milhões de usuários ao redor do mundo. No Brasil, já reuniram mais de 500.000 pessoas – 70% são homens –, interessadas em aventuras facilitadas pelos mecanismos próprios desses sites. Por exemplo: os serviços garantem que os movimentos de seus usuários jamais deixam rastros. “A internet potencializa fantasias de relações fugazes. A esse ambiente, esses novos serviços adicionam uma blindagem, que esconde interessados e os encoraja a buscar aventuras”, afirma a psicóloga Margareth Volpi, fundadora do instituto Volpi & Pasini, explicando a rápida disseminação dos serviços no país.

(mais…)

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