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(BROTANDO) – FOTOS: Com petróleo no quintal, família no PR é obrigada a abandonar a pecuária e se apega à possibilidade de ficar rica

Petróleo foi encontrado na pequena cidade de Itapejara D’Oeste, no interior do Paraná — Foto: Patrícia Aparecida Misturini/Arquivo pessoal

Há oito anos a família Maciel espera por uma resposta. Ela aguarda o retorno da Agência Nacional de Petróleo (ANP) sobre a exploração das terras do Ervino Maciel, em Itapejara D’Oeste, no sudoeste do Paraná, onde foi encontrado petróleo.

A descoberta ocorreu em 2012, após uma análise da Mineração do Paraná (Mineropar). O estudo concluiu que o solo da propriedade de Ervino possui, a mil metros de profundidade, rochas semelhantes às encontradas em áreas petrolíferas.

Procurada pelo G1, a ANP disse que, apesar da existência do petróleo no sítio, não há, no momento, área licitada ou previsão de licitar região que abranja Itapejara D’Oeste.

A agência explicou que, pela legislação brasileira, quando uma área com o recurso natural é licitada, explorada e as operadoras produzem petróleo ou gás natural em uma propriedade particular, a empresa paga ao dono das terras uma participação sobre o que foi produzido. Contudo, os recursos são do governo federal. (Entenda mais ao final da reportagem).

Prejuízos

Mesmo com o passar dos anos, a família revelou que tem esperança de, um dia, ter o retorno positivo da agência, segundo a neta Patrícia Aparecida Misturini.

“Quando o pessoal da ANP veio no sítio, eles disseram que essas coisas demoram mesmo. Sinto que 2020 será o ano! Tomara que esse 2020 venha para resolver todos os problemas.”

Apesar das expectativas positivas, a família disse que já pagou caro pelo petróleo no solo do sítio. Eles foram obrigados a abandonar a pecuária.

Conforme a neta de Ervino, os exames que descobriram o petróleo só foram feitos após algumas vacas da propriedade morrerem.

Patrícia explicou que, por causa do petróleo no solo, as águas do sítio ficaram contaminadas e mataram os animais.

Além de a família ter que se desfazer do gado de leite, os avós dela também ficaram sem água potável.

Com a água contaminada, um vizinho de Maciel cedeu a água de um poço, que foi encanada, para que a família pudesse ter água limpa novamente.

Com solo contaminado, Ervino Maciel precisou encanar água do vizinho — Foto: Patrícia Aparecida Misturini/Divulgação

“O sítio é rico em água, onde você cava encontra água, mas não dá mais para usar. O vô tem que coletar água da chuva para lavar as coisas. Ele tem câncer de pele, acho até que é por causa da água contaminada, com que ele tomou tanto banho”, disse a neta.

De acordo com Patrícia, quando a avó dela era viva, em 2018, precisou trabalhar na cidade. Sem as vacas de leite, ela viu a necessidade de procurar emprego como diarista, fora do sítio.

As frutas e as hortaliças produzidas no sítio, conforme a neta, também não puderam ser mais consumidas.

Esperança

Diante de várias mudanças para reorganizar a vida depois da descoberta do petróleo, Patrícia contou que não pode perder a esperança de enriquecer com o produto.

Segundo ela, o avô disse que daria um pouco do dinheiro para cada filho, que ajudaria todo mundo da família.

“Já pensou que beleza? Se Deus quiser vamos ficar ricos!”, disse Patrícia.

Seu Maciel espera um retorno sobre a exploração das terras dele desde 2012 — Foto: Patrícia Aparecida Misturini/Arquivo pessoal

De acordo com a neta de Maciel, após a descoberta ela fez um curso sobre a exploração do petróleo e ficou impressionada com a riqueza que pode ser gerada com ele.

“Eu acredito que, se eles vierem explorar as terras, Itapejara vai crescer muito. Geraria muito emprego na cidade. Além disso, uma parte desse dinheiro fica para o município, que pode investir em saúde e educação.”

O que diz a lei

O subsolo de todo território brasileiro é da União, concluiu a ANP. Ou seja, quando um brasileiro encontra petróleo ou gás natural, os recursos são do governo federal.

Nesses casos, ainda conforme a ANP, o valor da participação a ser distribuída entre os proprietários de terra é apurado a cada mês, multiplicando-se o percentual, entre 0,5% e 1%, sobre a receita bruta de produção em cada poço que está nas terras do proprietário.

Petróleo no Paraná

De acordo com a ANP, existem dois blocos de exploração de petróleo no Paraná, e ambos estão com as atividades suspensas. Portanto, até 30 janeiro de 2020, não existia produção de petróleo no estado.

Segundo a agência, o último ano que houve esse tipo de produção no Paraná foi em 2008.

No Paraná, existem apenas dois blocos de exploração e estão com as atividades suspensas. Em amarelo, está identificado a cidade de Itapejara D’Oeste, onde a família Maciel encontrou petróleo, mas não há exploração no local. — Foto: ANP/Divulgação

Processo para produção do petróleo

ANP realiza as rodadas de licitação para exploração de petróleo e gás

Caso as empresas interessadas arrematem a licitação, elas poderão realizar estudos em busca de petróleo e gás natural

Após o bloco ser arrematado, e o contrato ser assinado, a empresa pode explorar a área (pesquisa e perfuração de poços) para buscar reservatórios de petróleo e/ou gás natural

Se não encontrar o reservatório, a empresa pode devolver a área à ANP

Se encontrar o reservatório de petróleo ou gás natural, a empresa declara que a área é comercial

A partir dessa etapa, a operadora deve apresentar um plano de desenvolvimento à ANP

Após aprovado o plano, a área delimitada pela empresa torna-se um campo de produção

Só assim, a área passa para a fase de desenvolvimento da produção

Por último, começa a fase de produção, em que, de fato, as operadoras produzem petróleo.

Descoberta

No sítio de menos de 10 hectares, o petróleo só foi descoberto após um mistério nas águas que cortam a propriedade da família Maciel.

A desconfiança surgiu quando as vacas do sítio começaram a morrer. Segundo Patrícia, a terra e a água do lugar sempre tiveram a coloração diferente.

“Foram feitos vários exames, mas os veterinários não descobriam o que as vacas tinham. Até que um deles disse: ‘só pode ser a água’. Dito e feito. Mandamos a água para um laboratório, e o resultado apontou que tava contaminada.”

Além disso, em alguns pontos da propriedade, o barro preto forma pedras azuladas. Conforme a família, em outros lugares do sítio, a textura da terra muda e fica mais grudenta, com aparência escura.

Foi diante desses fatos que a família buscou um laboratório para analisar o solo do sítio. Era preciso acabar com o mistério e entender o que tinha de diferente nas terras de seu Maciel.

Feito os testes, segundo a neta, o resultado deu positivo. E melhor, informou que o petróleo encontrado era de boa qualidade.

“Não dava para acreditar! Imagina só, petróleo justo em Itapejara D’Oeste?”, relembrou.

Na superfície do solo, a família disse que é possível perceber água com óleo — Foto: Patrícia Aparecida Misturini/Arquivo pessoal

G1

 

Opinião dos leitores

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Política

RN apresenta pleitos de mais de R$ 15 milhões para agricultura e pecuária ao Ministério da Ciência

O presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves e o secretário de Agricultura Júnior Teixeira, tiveram dois encontros em Brasília para discutirem assuntos de interesse da pasta da agricultura e pecuária do Rio Grande do Norte. As duas reuniões foram com o relator da Medida Provisória que trata de ações emergenciais para seca no nordeste, senador Eunício Oliveira (PMDB-CE) e com o secretário executivo do ministério da Ciência e Tecnologia e Inovação, Luiz Antônio Rodrigues Alves.

Henrique Alves e Júnior Teixeira pleitearam junto ao representante do MCTI recursos para a reestruturação da rede de informações pluviométricas e meteorológicas da EMPARN. O projeto de R$ 6,5 milhões também vai possibilitar a realização de um zoneamento agroclimatológico para culturas de sequeiro no Rio Grande do Norte. A EMPARN ainda busca recursos, no valor de 2,1 milhões, para investir em pesquisas sobre o aproveitamento de resíduos industriais de caju, mandioca e mamão, entre outras culturas, para ração animal.

Outra proposta apresentada ao secretário executivo do MCTI foi o projeto de R$ 9 milhões para melhoramento genético de caprinos e ovinos. “O nosso rebanho deverá passar por um melhoramento genético permitindo um salto de qualidade e quantidade”, justificou o secretário Júnior Teixeira. Os recursos deverão ser investidos em quatro bases da EMPARN e beneficiar, inicialmente, 180 criadores do Rio Grande do Norte.

MP DA SECA

Henrique Alves e Júnior Teixeira também se reuniram com o senador Eunício  Oliveira (PMDB-CE), que foi o relator da MP que tratou de ações emergenciais para os estados atingidos pela seca no nordeste . Eles discutiram os vetos da presidente Dilma Rousseff  às emendas, aprovadas  durante a votação da MP, que beneficiavam os pequenos e médios produtores  quanto a renegociação de dívidas rurais. “Esperamos restabelecer essas conquistas durante a apreciação dos vetos pelo Congresso Nacional “, disse o deputado ao relator.

Assessoria

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Economia

Assembleia aprova projeto que libera convênio de R$ 400 mil para combater aftosa no RN

A Assembleia Legislativa aprovou, nessa quarta-feira (30),  o Projeto de Lei de autoria do deputado estadual Walter Alves (PMDB) que reconheceu a Federação da Agricultura e Pecuária do Rio Grande do Norte (Faern) como uma instituição de utilidade pública. Com a aprovação, o Estado poderá firmar um contrato de R$ 400 mil para o combate à febre aftosa com urgência.

O projeto foi dado entrada na manhã desta quarta-feira (30) junto à Mesa Diretora da Assembleia Legislativa para que a Faern pudesse firmar um convênio para combater a febre aftosa com regime de urgência. Essa pressa foi justificada pelo fato da compra das vacinas só poder ser feita até esta quinta-feira (31), último dia da campanha, e pelo fato dos criadores do RN só terem até o próximo dia 15 de junho para declarar os rebanhos devidamente vacinados.

Ciente da importância do tema,  os deputados que compõem o colegiado  de líderes da Assembleia Legislativa – Walter Alves (PMDB) Márcia Maia (PSB), Raimundo Fernandes (PMN) e Ezequiel Ferreira (PTB) – dispensaram a tramitação do projeto nas comissões e já colocaram em votação no plenário da Casa. O projeto terminou sendo aprovado à unanimidade.

Com o reconhecimento, a Governo e a Federação firmarão o convênio de R$ 400 mil para a aquisição de 150 mil vacinas e para a contratação de 80 técnicos aplicadores de vacinas de todo estado.

A Federação elogiou a iniciativa do parlamento ao lembrar que é importante para livrar o RN das barreiras sanitárias impostas com a aftosa, em decorrência da dificuldade da compra dos produtores em virtude da seca. Atualmente, o RN enfrenta barreiras sanitárias impostas pelos estados de Pernambuco e Ceará. Essas vacinas podem ajudar a resolver o problema.

O projeto já aprovado foi levado para a governadora Rosalba Ciarlini para que ela possa sancionar e promulgar a lei e, consequentemente, oficializar o convênio.

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Economia

Criadores prometem boicote e garantem que não haverá Festa do Boi

A imagem do governo Rosalba Ciarlini que já não é das melhores pode piorar ainda mais. A Festa do Boi, tradicional feira de negócios e exposições de agricultura e pecuária potiguar sob ameaça de ser boicotada pelos próprios criadores e não ser realizada. Se depender dos criadores e expositores, o prego já está batido e com ponta virada.

O empresário Gustavo Rocha, criador associado à  Associação Norte-rio-grandense dos Criadores de Ovinos e Caprinos (Ancoc) e filho do também empresário Bira Rocha (ex-presidente da Fiern e ex-secretário de Agricultura), já mandou o recado através da página pessoal no Twitter de que o evento será boicotado e que não haverá Festa.

O motivo? A crise que se instalou entre os criadores potiguares por causa da ineficiência do Governo do Estado em combater a febre aftosa. Ora meus caros, a Agência de Defesa e Fiscalização Agropecuária de Pernambuco (Adagro) está trabalhando para tornar o Estado livre da febre aftosa e, semana passada, publicou várias portarias com barreiras sanitárias proibindo a entrada do gado potiguar e paraibano. Da mesma forma que proibiu a vinda do gado deles pra cá para evitar contágio.

Mas aqui entra a pergunta: onde anda o secretário Betinho Rosado, titular da pasta da Agricultura, Pecuária e Pesca (Sape) e irmão do marido da governadora? Não seria competência ou incompetência, como queiram, dele tratar do assunto? Ter trabalhado para evitar a barreira sanitária importa por PE? Afinal pra que cargas d’água ele veio? Quando realmente vai trabalhar em prol do desenvolvimento do agronegócio potiguar?

Será que Rosalba Ciarlini vai entrar para a história como a primeira governante que não conseguiu viabilizar a festa do boi por causa de barreiras sanitárias?

Vale lembrar que esse movimento não é organizado pela Associação Norte-rio-grandense de Criadores (Anorc), e sim pelos próprios criadores, mas nada impede que a Anorc fique a favor do movimento também. Afinal, os criadores já estão em contato com a Associação para conseguir o apoio.

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