As autoridades sanitárias de Pequim anunciaram nesta terça-feira que a cidade chinesa não registrou, de ontem para hoje, nenhum novo caso de Covid-19.
É o primeiro dia, desde o surgimento de um novo foco da doença, em junho, em que não há novos registros de infecção em um período de 24 horas.
Desde o surgimento do novo foco em Pequim, mais de 300 pessoas foram infectadas pelo novo coronavírus.
Desde o dia 11 de junho, a cidade já realizou mais de 11 milhões de testes para a Covid-19.
“O foco de Pequim está estabilizando, e os números vêm melhorando”, disse o subdiretor do Centro para Controle de Doenças, Pang Xinghuo.
Nas últimas 24 horas, foram notificados apenas oito casos confirmados de Covid-19 em toda a China, totalizando 83.565. O total de mortes no país é de 4.634.
A capital da China verá os casos novos de um surto recente de coronavírus “despencarem” até o final desta semana graças aos esforços em andamento para interromper as cadeias de transmissão, disse um especialista em controle de doenças.
A cidade de mais de 20 milhões de habitantes relatou seu primeiro caso de um novo foco de infecções, ligado a um grande centro atacadista de alimentos, no dia 11 de junho.
No total, 236 pessoas foram infectadas no pior surto em Pequim desde que o novo coronavírus foi identificado em um mercado de frutos do mar da cidade central de Wuhan no final do ano passado.
Pequim noticiou nesta segunda-feira que nove casos novos foram confirmados no dia anterior, bem menos do que os 22 do dia prévio.
“Se você controla a fonte, e interrompe a cadeia de transmissão, o número despencará”, disse Wu Hao, especialista em controle de doenças da Comissão Nacional de Saúde, à televisão estatal em uma entrevista exibida na noite de domingo.
As vidas de milhões de cidadãos de Pequim foram transtornadas pelo ressurgimento da doença nos últimos 11 dias, e alguns temem que um isolamento da cidade seja iminente.
Mas Wu disse que Pequim não caminha para um isolamento “como uma enchente”, ao contrário de esforços anteriores feitos em Wuhan, quando se sabia pouco sobre o vírus, acrescentando que as táticas de isolamento foram mais direcionadas desta vez.
Monitoramento em bairros
Para controlar a disseminação do vírus, Pequim designou quatro bairros como de alto risco e 39 como de médio risco até esta segunda-feira.
As pessoas podem entrar e sair dos bairros de médio risco se submetendo a medições de temperatura e registros, mas blocos de apartamentos com dois casos confirmados ou mais são totalmente isolados.
Nos bairros de alto risco, todo um condomínio residencial é interditado caso tenha havido sequer uma infecção.
Para identificar os hospedeiros, Pequim vem examinando pessoas que considera pertencerem a grupos de alto risco, como funcionários de restaurantes e entregadores de comida e embalagens.
Moradores de alguns bairros de baixo risco também foram examinados. Até sábado, cerca de 2,3 milhões de cidadãos de Pequim haviam passado por exames.
Embora as pessoas estejam preocupadas, a maioria está resignada à necessidade de ficar alerta durante algum tempo.
“Temos que conviver com o vírus no longo prazo até uma vacina estar acessível”, disse Bill Yuan, técnico de tecnologia da informação de 28 anos.
É isso que falta no Brasil: monitorar e localizar os contaminados e testar em massa a população. Caros Governantes, façam isso! Desse modo, não precisaria de paralisação total
Vários distritos de Pequim montaram postos de verificação, fecharam escolas e ordenaram que as pessoas passem por exames do novo coronavírus nesta segunda-feira (15), após uma disparada inesperada de casos ligados ao maior mercado atacadista de alimentos da Ásia.
Depois de quase dois meses sem infecções novas, autoridades de Pequim relataram 79 casos nos últimos quatro dias, o maior foco de infecções desde fevereiro.
A volta do novo coronavírus mergulhou Pequim, sede de grandes corporações, na incerteza no momento em que a China tenta espantar os problemas econômicos causados pela doença.
“Os esforços de contenção entraram rapidamente em um modo de tempos de guerra”, disse Xu Ying, uma autoridade municipal de alto escalão, em entrevista coletiva.
Xu disse que 7.200 bairros e quase 100 mil agentes de controle epidemiológico entraram no “campo de batalha”.
O surto foi localizado no amplo mercado de Xinfadi, onde milhares de toneladas de vegetais, frutas e carne trocam de mãos todos os dias.
Um complexo de armazéns e centros comerciais, que se estende por uma área quase igual a 160 campos de futebol, Xinfadi é quase 20 vezes maior do que o mercado de frutos do mar da cidade de Wuhan, onde o surto foi identificado.
Os casos novos fizeram com que autoridades de muitas partes de Pequim reinstaurassem medidas duras para conter a disseminação do vírus, como postos de verificação 24 horas, o fechamento de escolas e centros esportivos e a retomada das medições de temperatura em shoppings centers, supermercados e escritórios.
Os moradores da capital também foram aconselhados a evitar multidões e agrupamentos ao se alimentarem.
Alguns distritos enviaram agentes a conjuntos residenciais, o que descreveram como uma operação “toc-toc” para identificar pessoas que visitaram Xinfadi ou tiveram contato com pessoas que visitaram.
Nenhum dos 16 distritos de Pequim foi submetido a isolamento generalizado, mas o acesso aos bairros de pessoas que foram infectadas foi interrompido, enquanto exames de ácido nucleico são feitos nos moradores.
Os 11 bairros ao redor de Xinfadi e mais 10 próximos de outro mercado também foram interditados, enquanto 90 mil moradores são examinados. A capital começou a realizar exames em massa nesse domingo (14).
No mesmo dia, a Organização Mundial da Saúde (OMS) disse que foi informada do surto e de uma investigação das autoridades chinesas.
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