Fotos: Divulgação/Itep
Uma pesquisa que está sendo desenvolvida no Núcleo de Laboratório Central de Perícias Forenses, do Instituto Técnico-Científico de Perícia (ITEP-RN), poderá ser uma grande aliada no combate ao tráfico de drogas no estado. De autoria da perita criminal Karine Coradini e do estagiário em Biomedicina da UFRN, Daniel Almeida, o estudo busca identificar adulterantes presentes na cocaína apreendida no Rio Grande do Norte, caracterizando padrões encontrados nos entorpecentes que fornecerão informações às autoridades policiais na investigação da rota do tráfico.
Segundo a perita criminal do ITEP-RN, o conteúdo das drogas comercializadas ilegalmente é muito diversificado. “A cocaína não é comercializada nem traficada na forma pura (100% cocaína). A ela são adicionadas substâncias adulterantes ou diluentes, que diminuem a concentração de cocaína, tais como cafeína, lidocaína, bicarbonato de sódio, entre outros”, explicou Karine.
Adulterantes são definidos como aditivos que promovem uma potencialização dos efeitos, aumento do volume ou aumento da toxicidade da droga. Já os diluentes são materiais inativos adicionados que reduzem o efeito desejado ou o custo financeiro de produção.
“Conexões químicas podem ser estabelecidas e materiais de diferentes apreensões alocados em grupos de características similares. Além disso, associações podem ser estabelecidas entre usuários e fornecedores, um padrão de distribuição de drogas pode ser identificado, e as diferentes rotas usadas pelo tráfico de drogas e as fontes de produção, incluindo a origem geográfica, podem se tornar claras”, enfatizou Karine.
A análise está sendo feita em amostras apreendidas no período de janeiro a julho deste ano no RN. O trabalho científico será utilizado na conclusão do Curso de Biomedicina da UFRN e inscrito em periódicos científicos para publicação.
“O tráfico de drogas possui um caráter internacional, logo, a realização de intercâmbio de dados entre as autoridades responsáveis em nível nacional, regional e internacional torna-se fundamental”, concluiu a perita do ITEP-RN.
O ITEP após o concurso virou realmente uma polícia científica, diferente de tão somente um órgão para abrir presunto.